Boate Kiss: advogado de produtor de banda pede a liberdade de seu cliente


Portal Terra
Pouco depois das 11h desta segunda-feira, o advogado Boate Kiss: advogado de produtor de banda pede a liberdade de seu cliente entregou, no Fórum de Santa Maria (RS), a defesa por escrito de seu cliente, o produtor Luciano Augusto Bonilha Leão, acusado de homicídio com dolo eventual qualificado (por asfixia, incêndio e motivo torpe) e tentativa de homicídio no processo criminal da tragédia da Boate Kiss. O defensor, em uma peça anexa, pediu a revogação da prisão de seu cliente. Ele também arrolou 16 testemunhas para serem ouvidas em favor de Leão.
O produtor está preso desde o dia 28 de janeiro. Em seus argumentos de defesa, o advogado sustenta que Leão era somente um produtor de palco da banda, que seguia as ordens do gaiteiro Danilo Jaques, que morreu na tragédia.
Na tarde desta terça-feira, também devem ser entregues as defesas por escrito de outros réus, cujo prazo se encerra nesse dia. Jader Marques, advogado do sócio da Kiss Elissandro Spohr, o Kiko, já anunciou que fará a entrega na 1ª Vara Criminal de Santa Maria às 14h30 e depois dará uma entrevista coletiva. Pouco depois das 15h, o defensor Mário Cipriani entregará a manifestação em nome de outro sócio da Kiss, Mauro Hoffmann.
Em ambas as manifestações, devem estar acompanhados os pedidos de revogação das prisões dos dois sócios. Ele estão recolhidos à Penitenciária Estadual de Santa Maria desde o final de janeiro e são acusados também de homicídio com dolo eventual qualificado (por asfixia, incêndio e motivo torpe) e tentativa de homicídio.
Omar Obregon, advogado do vocalista da banda, Marcelo de Jesus dos Santos, foi o primeiro entre os defensores dos oito réus a entregar a defesa à Justiça, no dia 15 de abril. Junto com outros pedidos, ele solicitou a liberdade de seu cliente. Na última sexta-feira, o titular da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, juiz Ulysses Fonseca Louzada, negou o pedido.
Os advogados do ex-sócio da Kiss Elton Cristiano Uroda e de Volmir Astor Panzer, funcionário do pai de Elissandro Spohr, Eliseo Jorge Spohr, ainda não foram identificados no processo criminal. Os dois réus são acusados de falso testemunho. Para eles, o prazo da entrega da defesa por escrito também termina nesta segunda-feira. 
Os pedidos de liberdade serão analisados agora pelo Ministério Público, que dará um parecer. Depois, o juiz Ulysses Fonseca Louzada decidirá se os três réus ficam ou não na prisão.
Depois que todas as manifestações dos oito réus forem entregues, abre-se um prazo de 10 dias para que o MP também entregue por escrito as argumentações da acusação.
Mas essa manifestação do MP só deve ser feita a partir do dia 8 de maio, que é o prazo final para que os dois bombeiros que são réus no processo, o major Gerson da Rosa Pereira e o sargento Renan Severo Berleze, apresentem a defesa por escrito. Gerson e Renan, acusados de fraude processo, ganharam o dobro de prazo em relação aos outros pelo fato de serem representados por defensores públicos do Estado.
?Incêndio na Boate Kiss
Na madrugada do dia 27 de janeiro, um incêndio deixou 241 mortos em Santa Maria (RS). O fogo na Boate Kiss começou por volta das 2h30, quando um integrante da banda que fazia show na festa universitária lançou um artefato pirotécnico, que atingiu a espuma altamente inflamável do teto da boate.
Com apenas uma porta de entrada e saída disponível, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local. Muitos foram pisoteados. A maioria dos mortos foi asfixiada pela fumaça tóxica, contendo cianeto, liberada pela queima da espuma.
Os mortos foram velados no Centro Desportivo Municipal, e a prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde prestou solidariedade aos parentes dos mortos.
Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.
Quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investiga documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergem sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.
A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.
No dia 25 de fevereiro, foi criada a Associação dos Pais e Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia da Boate Kiss em Santa Maria. A associação foi criada com o objetivo de oferecer amparo psicológico a todas as famílias, lutar por ações de fiscalização e mudança de leis, acompanhar o inquérito policial e não deixar a tragédia cair no esquecimento.
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