Vereadores de Cuiabá:CAB repassa dívidas a prefeitura de Cuiabá e privatização gera prejuízo de R$ 50 mi

Gilson Nasser
Da Redação

Os vereadores de Cuiabá protestaram contra a possibilidade de reajuste de R$ 14,98% da tarifa da água solicitado pela empresa CAB Cuiabá, sob alegação, entre outros fatores, de aumento da tarifa de energia elétrica. De forma unânime, os parlamentares decidiram convocar a presidente da AMAES (Agência Municipal de Água e Esgotamento Sanitário) Karla Lavrati, que é a única pessoa que pode deliberar sobre o percentual do aumento, a prestar esclarecimentos no legislativo.

Todavia, em meio aos debates sobre o reajuste tarifário, o vereador Toninho de Souza (PSD) denunciou que a "venda" da Sanecap (Companhia de Saneamento da Capital) causou prejuízo a prefeitura de Cuiabá. Segundo ele, a empresa pagou R$ 150 milhões para assumir os serviços, porém, deixou para a prefeitura a responsabilidade de arcar com os passivos trabalhistas da Sanecap, avaliados em R$ 200 milhões. "Essa negociação foi uma verdadeira bomba para o município. Foi bom apenas para quem comprou, porque confirmando isso, foi uma verdadeira sacanagem com o povo cuiabano", analisou Toninho, que solicitou junto a empresa e também a prefeitura uma cópia do contrato de concessão do sistema assumido pela CAB.

Recentemente, os repasses da CAB para a Sanecap foram bloqueados pela Justiça do Trabalho. Em relação ao reajuste da tarifa, os parlamentares condenaram o Regimento da AMAES, que não dá poderes para o conselho participativo, formado por entidades representativas e pela Câmara, deliberar sobre o valor da tarifa. "A AMAES é apenas um cabide de empregos. Está ali apenas para atender os interesses da CAB", assinalou o vereador Domingos Sávio (PMDB).

O vereador Onofre Júnior (PSB), primeiro vice-presidente, criticou ainda o fato do aumento ser automático, caso a agência não opine sobre o pedido da CAB até o dia 16 de março. "Quando a gente pensava que o negócio é ruim, pasmem, é muito pior", assinalou.

Já a vereadora Lueci Ramos (PSDB) considerou que o conselho representativo da CAB é apenas uma "ferramenta de prestação" de serviços para o presidente da CAB Cuiabá, Ítalo Joffely. "O conselho serve apenas para enfeitar o pé do pavão, o presidente da CAB", ironizou.

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