A Gazeta
O Partido dos Trabalhadores voltou a estar em crise interna por causa de uma suposta licença do deputado Homero Pereira (PSD) que vai se tratar de um tumor no estômago e deverá ingressar com pedido de licença médica. O problema é que o primeiro suplente da então coligação que elegeu o parlamentar, Ságuas Moraes é do PT, mas ele ocupa hoje a secretaria mais importante do governo do Estado, a pasta da Educação com um orçamento da ordem de R$ 1,6 bilhão.
A segunda suplência, até meados de outubro do ano passado, também pertencia a uma petista, Serys Marli que deixou o partido alegando perseguição e acusando os atuais dirigentes da sigla de machistas. Como tinha disputas internas contra o então candidato a prefeito por Cuiabá, Lúdio Cabral (PT) que estava coligado com o PMDB do governador Silval Barbosa, a ex-senadora ajeitou uma desculpa de perseguição para deixar o PT e apoiar Mauro Mendes que hoje abriga na sua gestão nomes considerados mentores intelectuais de Serys e seus antigos seguidores.
Agora o PT quer dar o troco e não vai permitir que a ex-parlamentar e ex-petista assuma a vaga caso Homero Pereira realmente se licencie do mandato para tratar de sua doença. Na medicina moderna, os tratamentos como aplicações de quimioterapia não exigem muito dos pacientes, mas em quase sua totalidade acabam tendo efeitos colaterais que exigem muito.
Só que para isto é necessário que Ságuas Moraes deixe a Secretaria de Educação, abrindo uma outra disputa ainda maior, já que se trata da maior secretaria tanto de contingente financeiro como de pessoal. Durante a reforma administrativa promovida pelo governador Silval Barbosa (PMDB) chegou-se a cogitar a saída do PT da Educação, migrando para a pasta de Saúde tendo como carro chefe o ex-vereador e médico sanitarista, Lúdio Cabral, derrotado nas eleições municipais de Cuiabá em 2012, mas a questão não prosperou, pois o PT admitia assumir a saúde, mas sem perder a Educação.
Com este novo impasse, o PT quer que Ságuas assuma a vaga de deputado federal, já que a sigla não tem representantes federais na bancada de Mato Grosso e que Lúdio Cabral então assuma a Secretaria de Educação, mantendo assim o espaço político e sua força eleitoral e impedindo que a ex-senadora possa assumir a vaga de deputada federal durante a licença de Homero Pereira que deve durar em torno de 180 dias ou no período que exigir o tratamento que começa a ser feito no Hospital Sírio Libanês em São Paulo.
A crise petista bateu ontem às portas do Palácio Paiaguás e a presença do governador Silval Barbosa no encontro do PT de ontem reforçou o entendimento de que o partido continuará sendo tratado como aliado de primeiro momento, muito mais por causa da presidente Dilma Rousseff do que propriamente pelo PT de Mato Grosso que quase nada contribui para o apoio político ao governo do Estado, pelo contrário.
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