Izabela Andrade e Valdemir Roberto | Redação 24 Horas News
O prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB) tem sentido na pele a dura diferença entre administração privada e pública. O plano para construção de um novo Pronto-Socorro, novas escolas e creches devem ficar, só para o segundo semestre. Isso porque, ele herdou do seu antecessor, Chico Galindo (PTB) uma dívida quase que bilionária, sendo assim impossível concretizar suas promessas de campanha. Ele anunciou "linha dura" nos gastos, diante do quadro que lhe foi apresentado.
Na presença massiva de vereadores, Mendes apresentou nesta quinta-feira, 7, relatório contendo a situação financeira de Cuiabá – a qual considerou ir de mal a pior. Hoje, a Prefeitura de Cuiabá deve R$ 968.463.969,00. Destes, R$ 729.012.264,40 são da administração direta. Outros R$ 229.182.988,00 são referentes à administração indireta São cerca de R$ 300 milhões a mais do montante inicial apresentado por Chico Galindo, ao prefeito recém eleito, quando o débito soma, apenas, R$ 600 milhões. À época, Galindo, prometeu deixar a “casa em ordem” para o próximo gestor.
Preocupado em dar transparência à situação financeira da municipalidade, e sem criticar Galindo, Mendes tenta não lamentar a falta de recursos e adianta que não haverá, por enquanto, investimentos. Dos R$ 80 milhões previstos para arrecadação, serão empenhados pelo Executivo, para a quitação de parte dos débitos: R$ 77.001.821,41. Ou seja, além de pagar menos de 10% da dívida total, sobram míseros R$ 3 milhões, o que seria insuficiente para quitar a folha de pagamento da Prefeitura.
Em seu discurso, o prefeito justifica: “É uma divida constituída ao longo das décadas. Reclamar não vai resolver os problemas”. Mas, como solução, ele promete buscar junto ao Governo Federal recursos para tentar viabilizar algumas obras ainda este ano. Para isso, conta com o apoio do governador Silval Barbosa (PMDB) nesta empreitada.
Só para 2013 serão pagos mais de R$ 14,580 milhões em INSS, R$ 10.844.310, 57 em precatórios e R$ 229.182.988,00 à Companhia de Saneamento da Capital, a extinta Sanecap. Dívida, aliás, contestada pelos vereadores durante apresentação do relatório. Ele lembrou que essas dívidas são retidas do orçamento, sem qualquer possibilidade de adiamento, como no caso de precatórios. “Não posso escolher não pagar. Vamos honrar essas dívidas e economizar cada centavo do que for possível” - frisou.
“Já orientei meu secretariado de que tudo o que precisar ser comprado ou investido, só será feito se houver orçamento e disponibilidade financeira” - informou.
Uma das ações a serem tomadas será a busca de recursos junto ao governo federal. “É a forma que encontramos para que Cuiabá não fique anestesiada. Vamos debruçar nossas energias em buscar recursos federais. Teremos que realizar projetos dentro da possibilidade de recursos, mas ainda estou muito convencido de que faremos grandes transformações em Cuiabá”.
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