Mauro Mendes quer reeditar projeto de revitalização do bairro do Porto

Urbanização da área foi iniciada por Roberto França, mas não teve continuidade

A ideia é boa, porém a região tem problemas mais sérios e que precisam ser atacados primeiro, como o tráfico de drogas, a prostituição e a mendicância explícitas. São chagas sociais sobre as quais a prefeitura não pode se omitir

A atual gestão da Prefeitura de Cuiabá vai reeditar um feito histórico do ex-prefeito Roberto França (1996-2004): revitalizar a orla do rio Cuiabá no bairro Porto, uma das regiões mais antigas da Capital de Mato Grosso. O atual administrador do Palácio Alencastro, Mauro Mendes (PSB), esteve no início de fevereiro no Ministério do Turismo e recebeu o aval para continuar o projeto não terminado por França.
Tombado desde 2007 como Patrimônio Histórico e Artístico Estadual dentro do “Conjunto Arquitetônico do Antigo Distrito D. Pedro II – Porto”, a parte mais pobre do bairro é estigmatizada por causa do tráfico de drogas. Tem uma rua conhecida por “Beco da Lama”. Não é preciso ser pitonisa para saber o motivo desse apelido.
A situação no bairro Porto é a seguinte: entra governo, sai governo e ninguém acaba com o tráfico e consumo de drogas. No entanto, como em todas as comunidades, muitas famílias são do bem e querem, a todo custo, acabar com as mazelas, como as vistas naquela região, que deu as costas para o rio Cuiabá.
Com as melhores intenções, o então prefeito Roberto França colocou em prática o projeto de revitalizar a região portuária. Da Rua Barão de Melgaço até o local onde ainda está situado o Atacadão, a orla começaria a tomar fôlego.
No projeto estavam calçadas bonitas, muro de arrimo um primor, quiosques, enfim, tudo de bom para as famílias apreciarem o rio Cuiabá, mesmo tão castigado pela poluição. A ideia era afastar traficantes e outros problemas tão antigos como a prostituição, que também era alvo dessa ideia de “ressocialização”.
Mas, como todos os projetos mirabolantes de governantes, que não levam em conta estudos técnicos para implantação, a revitalização do Porto não contava com um detalhe: nem por ordem do presidente da República, o tráfico de drogas cederia espaço para as famílias ordeiras, público alvo dos comerciantes a se instalarem na orla.
Com preço de cessão dos quiosques além da conta, aliado à presença de mendigos, vendedores de cocaína, pasta base, maconha, entre outros produtos ilícitos, nenhum comerciante quis arriscar o capital de giro para adquirir um quiosque.
Hoje, o projeto fracassado está ali, no Porto, para todos verem. Espaços para quiosques abandonados, muito mato e sujeira por todos os lados. Só um local ainda está em pé: o Aquário Municipal, mesmo assim com um odor de urina, resultado da falta de segurança no local.
Isso quer dizer que as famílias cuiabanas não têm um espaço de lazer público, algo muito raro em Cuiabá. Na Capital, ou se fica em casa assistindo TV ou vai para os botecos rever os amigos, a única forma democrática de relacionamento, mas cara.
O fracasso do projeto anterior está no fato, igual às obras de mobilidade urbana, de não haver estudos sobre as condições adversas para implantação da revitalização do bairro Porto. Em resumo, foi feito nas coxas, como diz o ditado popular.
Estudos sobre a revitalização, na época, apontaram que seria necessário demolir alguns imóveis abandonados e outros ocupados pelo tráfico de drogas. Só que isso demandava custos. Não se sabe por que os gestores deixaram de lado essa ressalva e mandaram ver, no melhor estilo “ah, manda bala, deixo isso pra lá”. O resultado todos já sabem.
GESTÃO DO PSB
Agora, o prefeito Mauro Mendes tem em mãos novo projeto para revitalizar o bairro Porto, principalmente na orla do rio. Alega-o que algumas obras, precisam estar prontas junto com as de mobilidade urbana, com vistas à Copa do Mundo 2014.
Ainda não foi mostrado o que deve ser colocado em prática no bairro Porto, mas espera-se que haja estudos técnicos, mesmo, para reduzir ao mínimo a presença dos indesejáveis traficantes de drogas, situação esta que nem a Polícia Militar dá conta.

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