Olho da rua – Por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, o plenário do Senado Federal, em sessão que começou às 10 horas desta quarta-feira (11), cassou o mandato do senadorDemóstenes Torres (sem partido-GO), acusado de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Com a decisão tomada pelo Senado, Demóstenes Torres, a quem cabe o direito de recorrer à Justiça, ficará inelegível por oito anos, podendo disputar nova eleição somente em 2030, uma vez que a suspensão dos direitos políticos passa a valer a partir do fim do mandato em questão.
Encerrada a sessão em que prevaleceu a vingança de muitos senadores situacionistas contra um dos mais ácidos e implacáveis críticos do governo do PT, Demóstenes Torres, que no discurso em sua própria defesa se comparou a um “cão sarnento”, poderá ser julgado também pelo Ministério Público de Goiás, correndo o risco de ser perder o cargo de promotor de Justiça, do qual está licenciado.
Após a apuração dos votos, anunciada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o agora cassado Demóstenes Torres deixou rapidamente o plenário da Casa na companhia do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, seu defensor no processo em que o goiano é acusado de ter usado o mandato parlamentar em benefício de Cachoeira.
Faz-se necessário ressaltar que as provas coletadas durante as investigações que culminaram na Operação Monte Carlo são tecnicamente ilegais, pois à Polícia Federal cabe o dever de solicitar autorização ao Supremo Tribunal Federal para investigar pessoas com a prerrogativa do foro privilegiado, como é o caso dos senadores.
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