Quadrilha de pedófilos desarticulada no Sul planejava reunião nacional em Limeira (SP)COMENTE

Fabiana Marchezi e Lourdes Souza
Do UOL, em Campinas e Goiânia

Comunicar erroImprimir

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Piracicaba (160 km de São Paulo), em conjunto com os núcleos de Santa Catarina e Goiás, prendeu nesta terça-feira (3) duas pessoas acusadas de pertencerem a uma rede de pedofilia.

A desarticulação da quadrilha começou em Santa Catarina, com a prisão de um homem de 41 anos. Segundo o Ministério Público, ele pertence a um grupo que planejava uma reunião nacional de pedófilos em Limeira (150 km de São Paulo), neste mês de julho.

“Ele tinha muitos contatos e recebia fotos de um bebê em posições sexuais. As próprias mães enviavam as imagens em troca de créditos para celular”, disse Adelício Paranhos, inspetor-chefe da guarda municipal de Monte Mor (120 km de São Paulo), que descobriu o crime numa sala de bate-papo na internet.

O policial contou na tarde desta quarta-feira (4) que investigava o suspeito havia cerca de três meses, desde que desconfiou de suas atitudes na sala de papo. Sem saber que era investigado, o homem chamou o inspetor para uma conversa reservada e, a partir de então, forneceu o número de celular e informações com provas dos atos de pedofilia.

“Eu ouvi coisas horríveis, que eu nunca pensei ouvir na minha vida. Até agora não consigo esquecer as coisas que ele falava. Como meu celular estava grampeado para ajudar na investigação, conseguimos rastreá-lo”, informou Paranhos, que, para o suspeito, era outro pedófilo interessado em material.

O suspeito negociava conteúdo pedófilo com moradores de municípios de pelo menos sete Estados - São Paulo, Rio Grande do Norte, Goiás, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.

Goiás

Além do homem preso em Imbituba (SC), no mesmo dia (terça 3) uma mulher de 24 anos foi detida em Rio Verde (238 km de Goiânia), suspeita de praticar sexo com as próprias filhas de três e seis anos de idade, tirar fotos e colocar uma das meninas para falar com um pedófilo. Os crimes eram cometidos em troca de dinheiro.

A mulher foi levada para a Casa de Prisão Provisória, em Aparecida de Goiânia, e deve responder por estupro e outros crimes. Na casa dela, em Rio Verde, a polícia encontrou vídeos pornográficos e cartas de pedófilos de diversos Estados brasileiros.

Segundo o promotor do MP de Goiás Denis Bimbatti Marques, o material pornográfico recolhido com a mãe das crianças era repassado para uma rede de pedofilia na internet. Em uma das negociações, a mulher teria concordado em vender as imagens para o pedófilo detido em Santa Catarina por R$ 60.

Dados levantados pelo MP apontam que a mãe ingressou nessa rede de pedofilia em dezembro de 2011. O promotor diz que a mulher alegou a pobreza como motivador para os crimes. Segundo Marques, ela afirmou estar arrependida dos atos praticados.

Também foram cumpridos mandados de busca em três lan houses de Santa Catarina, onde foram apreendidos pen drives, celulares com fotos de crianças nuas e um computador com material pornográfico.