Para presidente do PT, julgar mensalão em agosto foi decisão política

Folha Online
O presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta terça-feira que a decisão dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) de julgar o processo do mensalão em agosto foi influenciado por fatores políticos.
O petista afirmou ainda que se a análise do caso levar em conta o processo, não haverá condenação.
Considerado o maior escândalo de corrupção que atingiu a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), o caso colocou no banco dos réus políticos do PT e de outros partidos que ajudaram os petistas a chegar ao poder. "A minha expectativa é que os ministros do Supremo julguem segundo os autos. E julgando segundo os autos não há base para condenação", disse após encontro com o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).
A suposta tentativa de adiar a análise do caso para depois das eleições provocou uma polêmica envolvendo o ex-presidente e o ministro Gilmar Mendes, do STF. O ministro acusou o petista de pressionar o Supremo para adiar o julgamento em troca de proteção na CPI do Cachoeira. Lula negou ter tratado do tema com Mendes ou outros ministros.
Segundo o presidente do PT, a pressa de julgar o mensalão não se justifica por prejuízos a possíveis penas.
"Esse julgamento, é claro que eles marcam quando quiserem, mas não tenho notícia de julgamentos importantes realizados em períodos eleitorais. Podia ser feito antes ou depois das eleições. Não há nenhuma prescrição se for depois das eleições", disse.
Questionado o que motivou o agendamento do início do processo, Falcão disse que "acaba havendo uma judicialização da política e uma politização da Justiça".
Ele não comentou a declaração de dirigentes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) em defesa dos réus do mensalão. Em entrevista à Folha
Falcão argumentou que não tomou conhecimento das declarações.

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