Mulher não tem vez como candidata a prefeito em Cuiabá

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Por Enock Cavalcanti em Cidadania | Jogo do Poder - 12/07/2012 21:32
Conservadorismo e machismo transbordam em Cuiabá, uma das poucas capitais do Brasil onde as mulheres não se apresentaram como candidatas à Prefeitura. A atuação das mulheres na política, em Cuiabá, continua sendo discreta e, na maior parte das vezes, sempre subordinada aos machões de plantão. Mas esta é uma realidade que só elas podem mudar, saindo do armário, ousando, se candidatando. Confira o noticiário.  (EC)

200 candidatos disputam as capitais; apenas 36 são mulheres
Duzentos candidatos disputam a prefeitura das 26 capitais brasileiras. De um total de 180 nomes, apenas 36 mulheres concorrem às principais prefeituras. O Psol é o partido que mais lançou nomes, seguido de PSDB e PT.
Em sete de outubro, quando milhões de eleitores brasileiros forem às urnas para escolher os prefeitos das 26 capitais estaduais, 180 nomes de candidatos poderão ser digitados. É o que revela levantamento feito pelo site Congresso em Foco com base nos pedidos de registro de candidatura apresentados à Justiça Eleitoral até às 19 horas da última quinta-feira (5), prazo para formalização das chapas em Cartórios Eleitorais.
Segundo a legislação eleitoral, os requerimentos de registro ainda podem ser feitos em outra instância até às 19 horas desta terça-feira ( 10), desta vez nos Juízos Eleitorais. Isso significa que o quadro da corrida às prefeituras ainda pode mudar, embora a possibilidade seja remota – as coligações já estão definidas e não devem ser alteradas até a data-limite.
Nas 26 cidades, 27 partidos se lançaram à corrida eleitoral das prefeituras. Como é costume nos pleitos municipais, várias coligações não seguiram as orientações de aliança em nível nacional, cujo substrato político-partidário no Congresso está representado nos núcleos de base e oposição.
Entre os 26 partidos que lançaram candidatos a prefeito, com poucas chapas “puro-sangue” (candidatos a prefeito e vice da mesma sigla), o Psol foi o que mais registrou representantes: 22 candidatos. Em seguida figuram PSDB, com 18 pleiteantes; PT, com 17; PSTU, com 14; PMDB, com 12; PSB, com 11; e PDT, DEM e PRTB, com oito candidatos cada. O PPS e o PPL indicaram sete nomes, enquanto o PCdoB indicou seis candidatos.
Na sequência, o PV, com cinco nomes. O PMN, o PP, o PCB e o PRB vêm em seguida, com quatro. Já PTB, PSC, PR e PSDC indicaram três candidatos cada, enquanto PTdoB, PSD e PCO indicaram dois representantes. Por fim, PTC, PHS e PSL indicaram apenas um nome cada legenda.
A Justiça Eleitoral tem até o dia cinco de agosto para julgar os pedidos de registro e, constatada a regularidade da situação de cada pleiteante, aprová-los e proceder a homologação das candidaturas. Se indeferida a homologação de candidatos, abre-se prazo para recursos, fixando-se 23 de agosto como data-limite para que juízes eleitorais publiquem a decisão sobre tais contestações. Se mais uma vez a homologação de candidatura for negada, o candidato em questão não tem mais o que fazer para tentar participar do pleito.
Minoria feminina
A hegemonia masculina continua a ser verificada nos pleitos eleitorais brasileiros. Segundo o levantamento, dos 180 candidatos a prefeito, 144 são homens. As mulheres são apenas 19% dos pleiteantes: somente 36.
Em seis capitais, a chance de uma mulher comandar a administração é zero. Não há mulheres concorrendo às prefeituras de Fortaleza (CE), Natal (RN), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Salvador (BA) e Teresina (PI).
Em 13 das 26 capitais (exatamente 50%), há apenas uma mulher entre os candidatos. Edna Costa (PPL), Soninha Francine (PPS), Iriny Lopes (PT), Eliziane Gama (PPS), Aspásia Camargo (PV), Manuela d’Ávila (PCdoB), Luana Ribeiro (PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB), Cristina Almeida (PSB), Isaura Lemos (PCdoB), Leny Campelo (PPL), Alzimara Bacellar (PPL) e Teresa Surita (PMDB) disputam, respectivamente, em Recife, São Paulo, Vitória (ES), São Luís (MA), Rio de Janeiro, Porto Alegre (RS), Palmas (TO), Manaus (AM), Macapá (AP), Goiânia (GO), Belém (PA), Curitiba (PR) e Boa Vista (RR).
A capital com mais mulheres candidatas à prefeitura é Maceió (AL), onde o eleitor alagoano pode escolher entre três: Galba Novaes (PRB), Rosinha da Adefal (PTdoB) e Nadja Bahia (PPS).
Ideário variado
O cardápio eleitoral é mais variado no Nordeste. Paraenses e cearenses são os eleitores com o mais numeroso leque de opções para as respectivas prefeituras. Em Belém e em Fortaleza, dez candidatos estão na briga. Na capital paraense, PMDB, PP, PPL, PPS, PR, PRTB, PSDB, PSL, Psol e PT querem emplacar o prefeito do próximo quadriênio. Já na capital cearense, PSB, PT, PDT, Psol, PSDB, PCdoB, DEM, PPL, PSTU e PRTB estão no páreo.
Já as prefeituras menos concorridas são a de Boa Vista, capital de Roraima, onde apenas representantes de PRB, Psol, PDT e PMDB disputarão as eleições municipais; e a de Natal, almejada por PMDB, PSDB, PT e PDT.
A maioria das prefeituras de capital é disputada por seis candidatos. São sete, e englobam todas as regiões do país: Norte – Rio Branco (AC); Centro-Oeste – Cuiabá (MT) e Goiânia (GO); Sul – Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS); Nordeste – Salvador (BA); e Sudeste – Vitória (ES).
Lei do mais forte
Projeções de cenário eleitoral mostram que as chamadas grandes legendas – PMDB, PT, PSDB, PSB – devem arrematar a ampla maioria das prefeituras das capitais. A exceção, de acordo com as mais recentes pesquisas de intenção de voto, é o Estado do Pará, onde o deputado estadual pelo Psol Edmilson Rodrigues, que já comandou a Prefeitura de Belém por dois mandatos consecutivos (1997-2005), é favorito para retornar ao cargo no primeiro e no segundo turno, seja qual for a disposição de adversários em cenário definido.
Edmilson tem como candidato a vice Jorge Panzera, do PCdoB, em coligação que também tem o apoio do PSTU. José Priante (PMDB) e Zenaldo Coutinho (PSDB) são as potenciais ameaças de levar a decisão para o segundo turno, em 28 de outubro.
Nas grandes capitais (São Paulo e Rio de Janeiro), as maiores e mais tradicionais legendas devem se manter no poder. Na capital paulista, por exemplo, o tucano José Serra lidera as intenções de voto com larga vantagem em relação ao segundo colocado, Celso Russomano (PRB).
A mais recente pesquisa Datafolha, de junho, situa o ex-governador de São Paulo com 30% das preferências, contra 21% de Russomano. Em seguida aparecem Soninha (PPS) e Fernando Haddad (PT), com 8%; e Gabriel Chalita (PMDB), com 6%.
Ex-ministro da Educação e ungido pelo cacique petista Lula, Fernando Haddad cresceu de 3% para 8% das escolhas em três meses (de março para junho), desde que Lula saiu com ele em campanha, e agora espera capitalizar o quinhão eleitoral do deputado e também ex-governador Paulo Maluf (PP), que declarou apoio ao PT em 18 de junho. Já Serra recebeu o apoio do recém-criado PSD, do atual prefeito, Gilberto Kassab.
No Rio, o peemedebista Eduardo Paes, que fechou com o vice petista Adilson Pires, tenta a reeleição e também lidera com certa folga – segundo a mais recente pesquisa Ibope, com 36% das intenções. Na sequência da projeção aparecem Marcelo Crivela (PRB), com 18%; Marcelo Freixo (Psol), com 7%; Rodrigo Maia (DEM), com 3%; e Otávio Leite (PSDB), com 2%. A dobradinha PT-PMDB segue de vento em popa no Rio.
Fonte: Congresso em Foco

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