“Minha campanha será embaixo do palanque, com o povo”, diz Brito em entrevista ao Circuito Mato Grosso

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Foto: Mary Juruna Aos 49 anos de idade, Carlos Brito de Lima (PSD), que já foi vereador por dois mandatos, prefeito interino de Cuiabá, deputado estadual, secretário de Estado e do Município, entre outros cargos públicos, encara pela primeira vez uma disputa ao Palácio Alencastro.
O social democrata, que iniciou na vida política como presidente de bairro, aposta suas fichas no apoio e na força das lideranças comunitárias para chegar ao Executivo Municipal. Para ele, a Copa do Mundo de 2014 e os 300 anos de Cuiabá são dois grandes motivadores das ações que precisam ser realizadas na cidade. Confira íntegra da entrevista:


CMT: O senhor já ocupou uma série de cargos públicos, mas há algum tempo está afastado dos pleitos eleitorais. Isso pode dificultar uma campanha majoritária nesse momento de sua vida?

CB:
 A última eleição que disputei foi em 2006 e tive um resultado bastante satisfatório, além daquilo que eu esperava. Como já disse, deixei de estar na AL por uma questão de legenda partidária. De lá pra cá estive na condição de secretário de Estado, secretário municipal, um período fora da atividade pública, então, é de se admitir que há um prejuízo. Hoje, o nome mais conhecido, mais evidenciado, tem vantagem dentro do processo eleitoral. Aliás, a publicidade que se faz na campanha é pra isso, para tornar o nome do candidato o mais conhecido possível. Então, quem faz isso há mais tempo tem vantagem, principalmente ‘em cima’ de nós que apresentamos a candidatura no final do prazo eleitoral. O partido também é novo, então são dificuldades extras que nós temos que enfrentar.


CMT: Existe alguma área que o senhor pretende priorizar suas ações caso alcance a Prefeitura?

CB:
 Eu optaria em dizer as políticas... a política de saúde, por exemplo,  é diferente de uma política de doenças, onde você apenas administra o problema. Temos que evitar que as pessoas precisem procurar unidades de saúde que tratam das questões mais complexas. O Pronto Socorro tem a demanda que tem porque as outras esferas de atendimento dentro da saúde, por alguma razão, tem seus problemas. Aumentar o pronto socorro? Pode ser que seja uma providência, mas não é suficiente apenas ampliar os prédios. Enfim, precisamos de um processo de diálogo na administração. Não dá pra imaginar Cuiabá com uma secretaria de Educação que não tenha relação com a secretaria de Saúde. Precisamos de um envolvimento entre os profissionais das mais diversas áreas da administração, para mudar nossa realidade. Enxergar Cuiabá, para mim hoje, tem que ser dessa forma. Quando falamos em ‘olhar Cuiabá a partir dos bairros’, é isso. Temos demandas diferenciadas, não há uma solução única.

CMT: O senhor avalia que a saúde é um problema pontual de Cuiabá e que de fato é muito criticado na gestão municipal. O senhor é favorável ou contrário a implantação das OSS?

CB: 
Eu entendo que a OSS, da forma como está sendo desenvolvida, ela nesse momento não encontra o apoio, me parece, nem da sociedade, nem daqueles que operam no sistema. Nós não queremos aqui ser refratários das possibilidades legais que temos, de uma consultoria, de um trabalho temporário, no sentido de diagnóstico, do apontamento de soluções... Contudo, não acredito que precisamos permanentemente entregar a gestão da saúde para um ente que não seja a própria prefeitura.

CMT: Outro motivo de criticas na atual gestão é a concessão da Sanecap. O senhor acredita que a CAB pode solucionar o problema de abastecimento na cidade?

Foto: Mary Juruna CB: 
Na prática, quem tem que resolver o problema do saneamento é a prefeitura e continua assim. Não houve uma privatização, mas sim uma concessão pública, uma delegação para que uma empresa, de maneira mais otimizada, com maior eficiência, possa cumprir aquilo que é atribuição do poder público. E existe um regramento, houve um edital, existe um contrato que dá a empresa concessionária garantias, mas que também dá garantias a municipalidade. Como tudo é muito recente, o que precisa é uma presença mais firme, um controle mais efetivo, exigir da concessionária que cumpra aquilo que foi firmado com o município. A empresa tem que compreender que por ser uma concessionária pública, ela também é suscetível as nuances da situação da cidade sob um aspecto social.

Então, se eu tenho um cronograma, ele tem que ser revisto eventualmente, em razão da demanda. Se a cidade cresce numa direção diferente daquela quando foi criado o edital, você vai atravancar tudo isso porque existe um contrato? Não é bem dessa forma. Sou contrário a quebra do contrato, pois gera insegurança político-institucional, atrapalha os investimentos na cidade, outros investidores ficam temerosos e ao contrário disso, temos que nos tornar atraentes para criar sempre mais oportunidades para nossa população. Então a concessão pública é uma ferramenta de solução de gestão. A concessionária pública é a executora disso. Uma coisa é discutir a concessão enquanto solução, a outra é discutir os resultados da concessionária.

Acho que estamos nessa segunda parte. O que tenho por entendimento: a CAB aumentou taxas? Não aumentou. Elas existem desde 2005. O fato é que a Sanecap não as praticava. Contudo, a CAB também não apresentou os resultados que a população possa percebê-los como uma melhora. É incoerente que você queira – mesmo que já existisse – cobrar agora, sem oferecer o serviço de melhora. E é por isso que a população reage e esse é o momento que a Prefeitura tem que intervir. Se tiver que repactuar um ponto ou outro, legalmente é possível. Mas daí a falar em rasgar contrato, rever concessão, gera prejuízos à cidade.

CMT: Nesse sentido, o senhor acredita que o que o Lúdio Cabral (PT) fala em reverter a concessão seja uma medida absurda ou equivocada?

CB:
 Eu respeito enquanto entendimento político dele. Mas na minha compreensão enquanto medida de gestão, isso não traz benefício algum para a população. O que precisa ser feito é ação em cima da concessionária, respeitando o contrato, mas fazendo valer, principalmente, aquilo que é direito da população. Ao final a responsabilidade continua a ser do município.

CMT: Falando agora da corrida eleitoral, o senhor enfrenta adversários fortes como o Mauro Mendes (PSB), que apesar de ter perdido as eleições que disputou, foi bem votado nas urnas e o Lúdio que vem aí com apoio do Governador Silval Barbosa, da presidenta Dilma... Como ganhar essa eleição?

CB:
 Já faço política há algum tempo, seja como candidato ou apoiando candidaturas, coordenando projetos. Mas uma coisa é campanha eleitoral, depois é a realidade política na eleição. Então, no processo eleitoral é comum que os partidos políticos cada qual levante sua bandeira, defenda seus candidatos, suba nos palanques... Mas a realidade não está em cima do palanque, está em baixo, na vida da população e a minha campanha eu vou fazer em baixo. Por isso converso muito com movimentos sociais, com diversos segmentos, todos os níveis, porque aí que as coisas acontecem. Passado o processo eleitoral, não vou ter dificuldade em dialogar com qualquer um dos senadores ou com governador, por exemplo. No conjunto, imagino que, historicamente, a necessidade vai falar mais alto.

CMT: Mesmo dizendo que vai fazer essa política ‘em baixo dos palanques’, o senhor é de um partido que tem como um dos lideres o deputado José Riva, qual o peso dele à sua candidatura?

CB: 
O apoio é importante para mostrar que existe diálogo, que portas poderão ser abertas, mas a transferência do voto é que não ocorre da forma que se propagandeia. O apoio do Riva, assim como do deputado Homero, deputada Eliene, o vice-governador Chico Daltro é importante na construção partidária, nas coligações, no apoio” público, mas o que decide, eu volto a dizer, é a relação do candidato com o eleitor.

CMT: Recentemente o senhor fez parte do primeiro escalão do Prefeito Chico Galindo, contudo ele já demonstrou apoio efusivo ao Guilherme Maluf (PSDB). O senhor considera isso uma traição?

CB: 
Eu enxergo com naturalidade política, já que antecedente a minha estada no período final da gestão do Galindo, ele já vinha com uma composição política com o PSDB e com o outro candidato. Entendo como natural essa posição e não tenho outra atitude a não ser respeitar. Da minha parte, tenho boas relações com a prefeitura e com o próprio partido, o PTB, do respeito, eu sigo fazendo essa política do bom relacionamento.

CMT: De zero a 10, qual a possibilidade de o senhor vencer essa eleição?

CB: Prefiro não dar nota. Ai vai do conceito: o que é vencer? A que preço? Se você faz compromissos prévios e antecedentes como parte de negociata política, lá na frente você não faz o que de fato precisa fazer em prol da população. Na campanha e principalmente nos debates eleitorais é onde vejo as melhores oportunidades, pois cheguei por último, estou andando bastante por Cuiabá, mas sei que a publicidade disso não alcança a massa da população. Então os programas eleitorais têm que ser entendidos como oportunidade democrática pra gente debater. Respeito cada candidato e acho que o ideal é cada um colocar o melhor de si. Escolher o próximo prefeito de Cuiabá tem que ser uma tomada de atitude de cada cidadão e eu estou apostando nisso, na consciência das pessoas, na evolução da facilidade da informação hoje na mídia e na minha história, por ter um envolvimento popular, já tenho 28 anos na vida pública desde que iniciei como presidente de bairro e receber o apoio das pessoas pra mim é gratificante. Demonstra que apesar dos erros e acertos, eu sempre mantive esse canal com a população, é daí que trago minhas esperanças. Tenho essa participação minha como um propósito de trabalhar verdadeiramente para a cidade desde já! Quero administrar Cuiabá e ser governado por Deus.



Camila Ribeiro – Da Redação

Foto: Mary Juruna

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