Mega-empresários na política prometem “campanha franciscana”

SInézio Alcântara e Edilson Almeida | de Cáceres e Redação

Até aqui, bem identificados, há dois mega-empresários disputando a eleição para prefeito. Em Cuiabá, a alta classe industrial é representada, de novo, por Mauro Mendes, dono de uma fortuna considerável, construída a partir da metarlugia. Filiado ao PSB, Mendes vai para a terceira eleição.  O outro é Francis Maris, do PMDB, candidato a prefeito de Caceres, que atua no ramo de revenda de motocicletas. Em comum, ambos prometeram uma “campanha eleitoral franciscana”. Os dois apresentaram projeção de gastos menor que seus adversários. 

 

Mendes foi a Justiça Eleitoral registrar sua candidatura apresentando uma perspectiva de gasto de apenas R$ 6 milhões. Mesmo valor prometido pelo médico Guilherme Maluf, do PSDB, deputado estadual. Em Cuiabá, a maior projeção de gasto foi apresentado por Lúdio Cabral, do PT, que também é médico: R$ 9,8 milhões. Detalhe: historicamente, o PT sempre fez campanha com gastos  modestos. Desta vez, se a tinta da impressora não fez nada errado, a ordem se inverteu. 

 

Detalhe: o gasto  apresentado pelos candidato a sucessão de Chico Galindo, em Cuiabá, em verdade, estão muito – mais muito – aquém mesmo do que se convenciona a discutir nos bastidores da política. Especialistas e até políticos já falaram em R$ 25 milhões numa campanha na Capital para quem desejar disputar verdadeiramente a eleição.  

 

Em Cáceres, enganou-se, redondamente, quem acreditava que o megaempresário Francis Maris, dono do grupo Cometa, candidato a iria despejar dinheiro para eleger-se prefeito de Cáceres. A previsão de gastos de campanha do peemedebista é a menor, ente os três postulantes a sucessão municipal. Francis diz que irá gastar apenas R$ 1 milhão. Perde até para o candidato petista Edson Penha Mendes. Mendes estima gastar R$ 1,3 milhão. Já o candidato do PSD, doutor Leonardo Albuquerque, prevê gasto de R$ 1, 8 milhão.  Ao todo os três candidatos pretendem gastar R$ 4,1 milhões.

 

A previsão de gastos de campanha, instrumento não muito confiável, foi apresentado pelos candidatos no ato de registro de suas respectivas candidaturas, na tarde de quinta-feira, prazo estipulado, pela justiça eleitoral.  A prevalecer esses valores a campanha será uma das mais baratas dos últimos tempos em Cáceres. O valor que cada um apresentou é passível de sofrer alterações. Para isso, o comitê de campanha deve encaminhar informação à Justiça Eleitoral relatando a suplementação orçamentária.

 

“Será uma campanha baseada em propostas, não em grandes aquisições” justificou o advogado do peemedebista Lúcio Mauro Leite Lindote, o “Magú” prevendo que “será uma campanha barata porque os dois principais candidatos são novos, sem desgastes, portanto sem grandes enfrentamentos jurídicos”.

 

Como Lúdio em Cuiabá, o candidato à vice do PT, Janio Veiga, diz que o partido ainda não dispõe de recursos, mas irá “correr atrás” para conseguí-lo junto a simpatizantes, filiados e até as executivas estadual e nacional. “Ainda não dispomos desses recursos – um milhão e trezentos mil reais – mas, vamos correr atrás e conseguir”. Prevendo uma campanha mais cara, pelo menos, no papel – um milhão e oitocentos mil reais – o candidato do PSD, Leonardo Albuquerque, diz que contará com ajuda de companheiros de partidos, simpatizantes e amigos.

 

A julgar pelas previsões de gastos deverá faltar dinheiro. A não ser que, os candidatos não arquem com as despesas de campanha dos candidatos a vereador. Tanto na coligação liderada pelo PMDB quanto na do PSD, são 60 candidatos cada uma. Se cada candidato a vereador gastar R$ 30 mil – que geralmente é bem mais - já serão R$ 1,8 milhão. Sem contar outras despesas que os candidatos terão como, por exemplo, a aquisição de produtora para gravação das propagandas eleitorais, gráficas para impressões de “santinho” e uma infinidade de outros gastos.

Fonte:http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=418664