ADILSON ROSA
Da Reportagem
A Grande Cuiabá chega a marca de 200 assassinatos neste ano. O indesejável recorde chegou uma semana antes da mesma marca alcançada no ano passado. Até o mês de maio, ocorreram 159 execuções, sendo a maior parte da Capital e o restante em Várzea Grande. Com junho fechando com 31 execuções, chegou-se a 190. Julho se mostrou violento e em seis dias foram 11 assassinatos, quase dois diários. Os números são da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Para se ter idéia de como a violência acelerou nos últimos dois anos, em 2010, esse número foi alcançado somente no início de setembro indicando que este ano poderá tão violento ou mais que o anterior. Se 2011 fechou próximo de 400 execuções, os números deste ano apontam situação parecida.
O recorde negativo assombra as autoridades da área de Segurança Pública que tentam há mais de 15 anos abaixar esse índice – 1996 fechou com mais de 300 assassinatos.
As investigações apontam que a maior parte dos homicídios deste ano está relacionada ao tráfico ou uso de drogas assim como nos anteriores. Os dados da DHPP apontam que o entorpecente está relacionado com quase metade das execuções.
Na sequência, vêm brigas em bares, vingança e crime passional (motivado por paixão). “O crime passional não tem como evitar, mas por outro lado é o mais fácil de esclarecer porque é sempre uma pessoa próxima que cometeu o crime”, explicou o delegado Antônio Carlos Garcia.
Para o cientista político Louremberg Alves, não há perspectiva de queda no número de execuções nos próximos anos, uma vez que muitos projetos desenvolvidos na área de segurança pública não têm continuidade. “São projetos a longo prazo. E como pertenceram a outros governos, não tem mais interesse. Infelizmente”, destacou. Acrescentou que governantes não gostam de projetos a longo prazo porque não rendem votos.
Louremberg lembra que os assassinatos de jovens envolvidos com drogas ilustra a desestruturação familiar que tem início na mudança dessas pessoas do interior – geralmente trabalhadores rurais – que chegam na Capital em busca de oportunidades sem capacitação.
Assinalou que aí que começa a desestrutura porque a pessoa passa a desempenhar diversas atividades e os filhos, adolescentes e quase adultos, também não possuem uma profissão definida. Sem ocupação passam a ser aliciados por traficantes. De usuários, se transformam em “aviões”. “Daí, é um passo para se transformar em vítima de assassinato”.






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