Demóstenes Torres perde o mandato em votação histórica; Senado cassa por 56 a 19

De Brasília - Vinícius Tavares
Em decisão histórica, o Senado Federal cassou o mandato do senador goiano Demóstenes Torres (sem partido). Por 56 votos contra 19 e 5 abstenções, o plenário ratificou a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, que considerou Demóstenes passível de perder o mandato por suas ligações com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

Demóstenes é o segundo senador da história do Senado a perder o mandato por quebra de decoro parlamentar. O primeiro foi o ex-senador Luiz Estevão, envolvido no escândalo da violação do painel do Senado, em 2000.

Com a decisão, o ex-senador perde seus direitos políticos e ficará oito anos inelegível. Ele só poderá retomar sua carreira política quando tiover 66 anos. Acompanhado do seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e seguido por um batalhão de jornalistas, Demóstenes deixou as dependências do Senado no mais completo silêncio.

O anúncio foi feito pelo senador José Sarney, que encerrou a sessão logo após a decretação do resultado. Em Brasília, a decisão foi comemorada com fogos de artifício.

Antes do início da votação, o ex-senador tentou provar aos demais senadores de que é inocente das acusações. Segundo ele, a única falha de Demóstenes foi ter recebido um rádio comuniador do contraventor Cachoeira

"Eu não menti aqui. Em jamais menti aqui. Eu tenho a conduta parlamentar impecável", afirmou, quase de forma desesperada, pouco antes de ser cassado.

Apesar de somente Luiz Estevão ter perdido o mandato pelo voto dos colegas, a Justiça Eleitoral já cassou outros senadores. Em 1994, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o senador Humberto Lucena (PMDB-PB). Em 2000, Ernandes Amorim (PPB-RO) também foi cassado pelo TSE, acusado de abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral de 1994. Em 2004, o atual senador João Capiberibe (PSB-AP) foi cassado por compra de votos na eleição de 2002. Outro cassado foi Expedito Ferreira Júnior (PR-RO), em 2008, por compra de votos nas eleições de 2006. 

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