Conhece-te a ti mesmo - A importância do autoconhecimento

Luciano Machado - lucianomachado@terra.com


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Conhece-te a ti mesmo
Conhecer-se é muito mais do que apenas olhar para si: é saber quem se é!
Debatido por filósofos, vivenciado por místicos e estudiosos do esoterismo e base de estudos da psicologia analítica de Jung, o autoconhecimento pode ser a chave que abre nossa percepção para entender melhor nossas experiências e como elas podem nos levar a um mundo de possibilidades múltiplas tornando-nos mestres de nós mesmos.

Por que se conhecer?

Esta é uma pergunta que só você poderá responder e que vem sendo a motivação de milhares de pessoas através dos séculos em diferentes formas de estudo e formações espirituais. É olhando para o nosso interior, examinando e transcendendo nossos padrões herdados, os conceitos religiosos, a cultura e a sociedade que poderemos encontrar um sentido maior em nossas vidas, uma resposta para a pergunta que o homem sempre se fez: "Para que estamos vivos?".


Estamos tão acostumados com os conceitos estabelecidos que em nosso dia-a-dia, deixamos de exercitar o pensamento crítico e subjetivo de nós mesmos, nossos valores e verdades, deixando assim de trilharmos o caminho que nos leva ao conhecimento do nosso verdadeiro eu.

O autoconhecimento e a autoestima

O primeiro benefício do autoconhecimento que relacionamos aqui é o equilíbrio da autoestima. Muito importante para uma vida saudável e equilibrada a autoestima é a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau. Ela oscila de acordo com as situações que vivenciamos e principalmente em como nos sentimos em relação a cada um delas.

Mas o que faz com que algumas pessoas sejam mais seguras de si, mais estáveis emocionalmente enquanto outras se perdem, se desequilibram ou se desesperam quando algo acontece?

Segundo a psicóloga especialista em psicossomática, Rosemeire Zago, o diferencial que faz com que cada um consiga ter controle sob suas emoções é o autoconhecimento. “O quanto você se conhece? Muito? Pouco? A maior parte das pessoas acredita que se conhece, mas na verdade se conhece muito pouco. Você ama alguém, confia em alguém que pouco conhece? Geralmente amamos e confiamos apenas em quem conhecemos muito! E se você não se conhece como quer acreditar mais em sua própria capacidade? Como quer buscar seus sonhos se não acredita ser capaz de realizá-los? E por que não acredita ser capaz? Porque não sabe quem você é.”

Segundo essa análise o autoconhecimento é fundamental para desenvolver sentimentos positivos por si mesmo e fortalecer a autoestima. No entanto, é muito difícil alguém se conhecer interiormente quando a busca está sempre naquilo que é externo. Na sociedade atual vivemos uma busca incessante pela aparência, os cuidados com o corpo, o corte do cabelo, a compra de roupas, carros, celulares, televisores e por aí afora, quase sempre esquecendo que o caminho deve ser o contrário, de dentro para fora. É como o fenômeno presente nas redes sociais onde a preocupação das pessoas é provar que têm muitos amigos, muitos seguidores, são muito populares, estão presentes em muitas festas e estão sempre muito felizes, ainda que na verdade tenham poucos amigos, estejam quase sempre sozinhas e vivam uma vida sem muitas “aventuras”.

Quando uma pessoa está bem com ela mesma você percebe isso não pela roupa que está usando, ou o carro que está dirigindo, mas pelo brilho em seu olhar, o sorriso em seu rosto, a paz em seu espírito. Como alguém que está constantemente se criticando, se culpando, se achando errado, pode se gostar? Amar-se é condição básica para elevar a autoestima. Conhecer a si mesmo é a condição necessária para amar-se.

Construindo a própria imagem

Os benefícios de exercitar o autoconhecimento são muitos e em diversas áreas, entre os quais também podemos destacar o desenvolvimento e elaboração do nossomarketing pessoal, ferramenta indispensável nos tempos atuais para compor um perfil capaz de atrair boas oportunidades no meio profissional e social e que somente alguém que realmente se conhece poderá desenvolver de maneira a conquistar seus objetivos.

“Marketing Pessoal hoje é a ferramenta mais eficiente de fazer com que seus pensamentos e atitudes, sua apresentação e comunicação, trabalhem a seu favor no ambiente profissional. Além desses detalhes o cuidado com a ética e a capacidade de liderar, a habilidade de se automotivar e de motivar as pessoas a sua volta, também fazem parte do Marketing Pessoal. As empresas de hoje analisam muito mais do que sua experiência profissional. A preocupação com o capital intelectual e a ética é fundamental na definição do perfil daqueles que serão parceiros/colaboradores.”
Leandro Machado – profissional do Marketing e gestão de pessoas

A elaboração do marketing pessoal nada mais é do que a construção da imagem que vendemos de nós mesmos, valorizando qualidades e reconhecendo aquilo que temos de conquistar para nos tornarmos seres humanos melhores seja nos campos profissional ou pessoal. Valores adquiridos, conceitos bem formulados e a capacidade de aprendizado com as diferenças e com as situações que sejam propostas no dia a dia.

Reconhecer e valorizar ideias que promovam crescimento e inovação é marca de profissionais que “fazem diferença” no ambiente profissional. Contudo é preciso se conhecer para construir um perfil autêntico e não somente uma imagem que com o tempo e os desafios propostos tende a não corresponder ao perfil apresentado.

Muitas pessoas por sua vez, têm medo do que pode vir a acontecer, de como serão vistas e criticadas ao apresentarem suas opiniões e sua visão diante das diferenças, esquecendo que a vida está presente, no agora. É no agora que transformamos nosso caminho e criamos nosso futuro. Aquele que realmente somos clama para que o sigamos, confiando e fluindo, pois é aí que está a verdadeira evolução e o verdadeiro aprendizado que trará a paz e a satisfação interior possibilitando assim, a nossa realização pessoal.

 


Conhece a ti mesmo

A frase “conhece a ti mesmo...” atribuída a diversos autores, entre eles Sócrates e Pitágoras, enfatizou o autoconhecimento como uma ferramenta capaz de evitar reações impensadas, instintivas e violentas das pessoas, tornando-se assim, uma das bases para a vida em sociedade. O mesmo aforismo vem sendo usado por diversas escolas espirituais e esotéricas para despertar em seus aprendizes e adeptos a necessidade do autoconhecimento para uma vivência mais plena das potencialidades humanas e por assim dizer da própria transcendência da vida.

“O autoconhecimento nos leva a uma profunda viagem ao nosso interior, fazendo-nos compreender por que reagimos a uma determinada situação, tornando-nos capazes de fazer escolhas mais conscientes, e consequentemente nos revelando satisfação e sentido de vida cada vez mais significativo.”
Michel Angebert – filósofo e escritor francês

"Quem olha para fora, sonha e quem olha para dentro, acorda."
Carl G. Jung

Segundo a psicologia analítica criada por Jung, desde a mais tenra infância, somos obrigados a criar mecanismos para proteger nossa verdadeira essência. Vamos dessa forma adquirindo padrões socioculturais que quando são rígidos e inflexíveis bloqueiam nosso processo de desenvolvimento mental e emocional. Passamos por processos de aceitação na escola e nos círculos sociais durante a infância e adolescência. É o período em que popularmente se diz que o jovem está “procurando a sua tribo”.

A influência dos grupos, a família e a sociedade em que cada indivíduo vive atuam consideravelmente para a influência na formação dos seus conceitos e preconceitos. Muitas vezes a pessoa passa a escutar apenas o que os outros, a sociedade, a religião e os padrões estabelecidos de normalidade nos dizem para fazer, não dando ouvidos à nossa própria voz, a voz das nossas aspirações e desejos, os anseios do nosso Ser.

“Muitas pessoas com o passar dos anos perdem o contato com sua alma e nem sequer tem consciência dessa voz interior. Outros tentam silenciá-la a qualquer custo por conta das conveniências. Estão ainda iludidos e presos as pressões, imposições e medos impostos pela sociedade, pelas religiões que oprimem e muitas vezes por seu próprio ego: Mas o que vão pensar de mim se eu fizer isto?" – relata Suzana Lemos, coordenadora do grupo de estudo voltado para o autoconhecimento “Os prazeres e as dores da Alma” e completa lembrando uma frase do médium Allan Kardec: “Estude a si mesmo, observando que o autoconhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser feliz”.

“A verdade vos libertará...” escreveu o apóstolo João, o evangelista. Esse passou a ser um conceito de alto valor que foi sendo reafirmado ao longo da história muitas vezes, através do seu oposto – a mentira escraviza. A mentira aqui relacionada são os personagens criados para a aceitação dos outros, quando o “seu valor” está sempre na dependência do que dirão sobre você, não importando sua própria opinião e verdade. Esse é o caminho mais comum para todos os que abandonam os seus sonhos. Para desenvolver o autoconhecimento é preciso ter consciência de quem se é de verdade, avaliando os pontos positivos tanto quanto os negativos, tendo consciência e responsabilidade para entender que aquilo que você faz é um reflexo de quem você é.

Ao reconhecer seus pontos negativos, você terá condições para mudar um por um. Reconhecendo seus pontos positivos se sentirá mais confiante em sua capacidade de conseguir o que quer que deseje independente das críticas ou opiniões que terão sobre você, pois sabe ser capaz de conseguir tudo o que deseja.

“Amai ao próximo como a ti mesmo”

Uma das frases que sustenta a crença cristã é justamente uma máxima para a avaliação do autoconhecimento: “Amai ao próximo como a ti mesmo” – segundo esse fundamento fica claro que devemos amar, tratar e fazer ao outro exatamente o que desejamos que façam a nós mesmos. No entanto é difícil lidar com a incoerência dos nossos atos uma vez que desejamos respeito, mas desrespeitamos, desejamos compreensão, porém não compreendemos. Segundo o budismo o mundo é um reflexo de nós mesmos, assim sendo as pessoas refletem em seus atos a maneira como interagem com o seu mundo interior e fazem valer o dito popular: “Como ser amado se não se sabe amar?”

O autoconhecimento nos leva ao desenvolvimento da Consciência, transcendendo as “roupagens” e indo em direção a nossa verdadeira essência, numa caminhada que nos possibilita não somente a realização pessoal como profissional, revelando aspectos que despertam admiração real e verdadeira daqueles que nos cercam e influenciando outras pessoas na busca por suas próprias verdades. Mais importante que uma questão fundamental da filosofia, o autoconhecimento é um exercício que tem como objetivo revelar a natureza, a origem e os verdadeiros valores que formam cada um de nós, visando um melhor entendimento de nossas experiências e possibilitando assim uma vivência mais plena da vida e com os outros, uma aventura em busca de nós mesmos, uma viagem que, sem dúvida, exige muito mais coragem do que segurança.

Leia mais:
O Desenvolvimento da Personalidade – Carl G. Jung – Ed. Vozes
Estudos sobre Psicologia Analítica – Carl G. Jung – Ed.Vozes
Os Prazeres da Alma – Francisco Santos Neto – Ed. Boa Nova

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