"Como provar sua honradez se ela foi jogada no chão?", diz Demóstenes

BRASÍLIA, 11 Jul (Reuters) - Em seu último discurso antes de o plenário decidir pela cassação do seu mandato no Senado, Demóstenes Torres pediu aos colegas nesta quarta-feira que não o sacrificassem para dar o "exemplo" e alegou ter sido perseguido como um "cão sarnento".
O plenário decidiu, em votação secreta por 56 votos a favor 19 contra, que o parlamentar goiano faltou com o decoro após denúncias de envolvimento com Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro acusado de comandar uma rede de jogos ilegais. Cinco parlamentares se abstiveram.
"Por que a minha cabeça tem que rolar? Eu provei várias vezes que sou inocente", afirmou Demóstenes da tribuna. "Eu não posso ser julgado para dar exemplo", disse.
"Eu sou, na verdade, um bode expiatório. Querem me pegar porque vai ficar mal para a imagem do Senado", afirmou.
O senador afirmou ter sido perseguido "como um cão sarnento" depois que as primeiras denúncias surgiram e disse ser impossível se defender de "adjetivações", ataques sem prova contra sua reputação.
"Como eu vou me defender disso? É como acusar uma mulher de vagabunda", comparou. "Como provar sua honradez se ela foi jogada ao chão?"
O parlamentar voltou a pedir perdão aos seus pares e solicitou que o julgamento sobre as denúncias ocorresse na esfera judicial.
"Me deem a oportunidade de provar minha inocência, não me deixem disputar a eleição em 2013 para Senado", disse Demóstenes ao finalizar o discurso.
Desde a semana passada, o senador tem subido à tribuna para se defender. Além de pedir desculpa aos senadores, também questionou a validade dos grampos telefônicos que apontariam seu envolvimento com Cachoeira.   Continuação...

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