Centro de Referência atua na prevenção da violência contra a mulher

Vivian Guilherme

Mais de 43,5 mil mulheres foram assassinadas apenas na última década, é o que informa o Mapa da Violência 2012, pesquisa feita pelo Instituto Sangari.

Com números preocupantes, o estudo mostrou que houve um crescimento efetivo da violência contra a mulher em 1996, período em que as taxas de homicídio feminino duplicaram. No ano seguinte, primeiro ano de vigência efetiva da Lei Maria da Penha, as taxas experimentaram um leve decréscimo, entretanto voltaram imediatamente aos patamares anteriores.

Como forma de combater a violência contra a mulher, medidas são tomadas com o intuito de conscientizar a própria mulher dos perigos a que está exposta e, por muitas vezes, não se dá conta. É o que expõe Bell Rezende, assessora municipal de Referência e Atendimento à Mulher.

Foi nesse sentido que começou a funcionar nesta semana em Rio Claro o Centro de Referência e Atendimento à Mulher. Localizado na Avenida 9, 405, no Centro, o espaço tem por finalidade prestar atendimento a mulheres que ainda não foram vítimas de violência.

“Queremos antes de tudo prevenir que essa violência aconteça, para isso trabalhamos com a autoestima da mulher e instruímos para que ela também conheça seus direitos”, esclarece Bell.

No local haverá atendimento interdisciplinar psicológico, jurídico, além de oficinas e palestras que ajudam a mulher a se conhecer como cidadã e a construir uma imagem valorizada.

“Muitas mulheres chegam até a assessoria da mulher sem nem saber que são vítimas de violência, nossa sociedade se condicionou a aceitar as coisas como normais, mas são situações que merecem atenção.”

Para a assessora, o espaço veio em boa hora e já era uma reivindicação antiga prevista na Carta das Mulheres. “O Centro é para receber as mulheres e proporcionar um espaço de acolhimento, é uma forma de prevenção e enfrentamento à violência.”

Ao contrário do que muitos pensam, a violência contra a mulher não está restrita à agressão física. Bell descreve outras situações que são até mais graves que a dor física, como a violência psicológica, moral, patrimonial e sexual.

“A violência psicológica mexe com o comportamento da mulher, o que acaba por envolver a família, os filhos e as pessoas em volta como um todo.” Também é entendido como violência o fato do companheiro perseguir a mulher, reter documentos para que ela se sinta presa ou realizar chantagem com os filhos.

Outro ponto preocupante elencado por Bell é a banalização da violência, o que vem comprometendo principalmente os jovens. “Está crescendo o índice de violência entre adolescentes, isso é porque eles estão aceitando a agressão com normalidade, isso acaba fazendo parte da vida deles e é visto como natural”, comenta a assessora.

O Centro de Referência e Atendimento à Mulher fica aberto a toda a comunidade diariamente e presta auxílio a mulheres de todas as idades, vítimas ou não de violência.

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