Analista diz que eleitor vai verificar ligação do candidato com raízes da capital do Estado

Por: SONIA FIORI
Fonte: A Gazeta

Guilherme Maluf e Mauro César de Barros são os únicos candidatos a prefeito nascidos em Cuiabá
Guilherme Maluf e Mauro César de Barros são os únicos candidatos a prefeito nascidos em Cuiabá
Foto de Gláucia Almeida
Dos 6 candidatos a prefeito de Cuiabá, apenas Guilherme Maluf (PSDB) e Mauro César Lara de Barros (Psol), nasceram na cidade.
Mas o fator “cuiabania” está mais vinculado à ligação dos postulantes com a cultura e a gente da terra, do que propriamente com a origem embrionária do candidato.
E essa ligação é que deverá se transformar em componente agregador no processo eleitoral. É a avaliação do analista político João Edison de Souza e também de eleitores cuiabanos. A Gazeta foi conferir nas ruas a opinião dos votantes, que em sua maioria, dispensa saber a naturalidade do líder de chapa majoritária, mas que cobrará do postulante a interligação com as raízes da capital matogrossense. Eleitores avisam que “colocarão na balança” o envolvimento dos candidatos com o povo de Cuiabá, não agora, mas com as ações do passado, que marcam a trajetória de cada um no embate eleitoral.
Candidatos que não nasceram em Cuiabá, caso de Carlos Brito (PSD), natural de Recreio (MG); de Mauro Mendes (PSB), Anápolis (GO); Lúdio Cabral (PT), Cachoeira Alta (GO) e de Adolfo Grassi (PPL), Goioerê (PR), todos moradores de Cuiabá há mais de 2 décadas, são unânimes em afirmar ter acima de tudo “alma cuiabana”. Especificamente Brito e Grassi demonstram ainda mais esse contexto, pelos trabalhos desenvolvidos diretamente com o social.
Carlos Brito possui experiência com as bases do movimento comunitário, no qual milita há 28 anos. Adolfo Grassi, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais de Carreira dos Profissionais de Desenvolvimento Econômico e Social, demonstra conhecimento de causa quando o assunto é a defesa pelos direitos dos trabalhadores.
Guilherme Maluf, em sendo profissional da saúde, mantém elo com a população. Exemplo semelhante se verifica em Lúdio Cabral, médico também e servidor público, com expressão sobre os serviços prestados em unidades de saúde da Capital, onde a maioria dos pacientes pertence à camada social mais simples, de menor poder aquisitivo. Procurador Mauro (Psol), mantém ligação com eleitores mais em razão de sua atuação na política, já tendo disputado pleitos anteriores na corrida à Prefeitura, em 2008 e ao governo, em 2010.
João Edson ressalta que “a questão não é ter nascido e sim ter identidade com a terra e com o povo”. Um dos melhores casos de expressão da cuiabania, na análise dele, pode ser espelhado na figura do ex-prefeito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB). O tucano passava imagem de cuiabano filho da terra, mas nasceu em Dracena (SP). O espírito e a vinculação intrínseca dele junto com a população e a cultura da Capital projetavam em Wilson a aproximação com o perfil de “cuiabano de tchapa e cruz”.
Essa cuiabania será verificada pelos eleitores. Jussara Meira, escritora, entende que o importante não é saber se o candidato nasceu aqui e sim, se ele se compromete como cidadão a respeitar a terra e a administrá-la de forma séria. Trabalhadora de serviços gerais, Maria Noêmia, acredita que “basta a pessoa ser sincera”, ou seja, não condiciona a naturalidade a um dos principais fatores no processo de escolha do candidato.
Eliete Simões, telefonista, entra na lista dos que dispensam a certidão de nascimento na hora de avaliar o perfil do postulante. Para ela é preciso avaliar a conduta do candidato “porque tem tantos que são da cidade que não fazem nada”. Mas as posições não são unânimes.
Fiscal, Gilberto Leite faz parte do grupo que acredita no peso da naturalidade. “Acho que pesa o candidato ter nascido aqui”. João Munhoz, estudante, segue a mesma linha. “Lógico que pesa o fato de o candidato ter nascido aqui (Cuiabá). Porque tem muita gente de fora desqualificada”.

Candidato tucano acredita que faz diferença

Candidatos que não nasceramem Cuiabá apostam no vínculo estabelecido no município, que através das ações e experiência pode sesobressair na hora de o eleitor avaliar as propostas de campanha. Não é essa a opinião de Guilherme Maluf (PSDB), que confia nesse fator como um dos itens que poderão ser levados em consideração e fazer a diferença. “Só entende da terra quem é daqui, que sente e vive a cidade e conhece suas necessidades”.
Líder de chapa majoritária pelo PSB, Mauro Mendes, disse que “está em Cuiabá há mais de 32 anos e que é cuiabano, se não de tchapa, mas de cruz”. Acredita que a construção das ações na Capital, onde se destaca como empreendedor, supera o fato de não ter naturalidade cuiabana. Candidato do PT, Lúdio Cabral, comunga da mesma tese. “Me sinto cuiabano, sou médico e devo essa formação à cidade. Sou servidor público, me casei e tenho 2 filhos cuiabanos.
Existe um envolvimento, então essas pessoas, essa relação, forma essa identidade cultural”. Cabeça de chapa do PSD, Carlos Brito também se sente um cuiabano nato. De liderança em pastorais da igreja a presidente de associações de bairro com posterior ingresso na política, o candidato entende que “é cuiabano de corpo e alma”.
Adolfo Grassi (PPL) lembra que mora na Capital há cerca de 50 anos, tendo construído sua vida no município, através de ingresso na carreira pública e por meio das ações na defesa dos direitos do trabalhador. “Sou mais cuiabano do que alguns que se dizem cuiabanos. Só não tive o privilégio de nascer aqui”. Mauro César Lara de Barros (Psol), não foi localizado pela reportagem.

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