Umuarama - A rede internacional de compartilhamento de pornografia infantil na internet, desarticulada anteontem pela Polícia Federal, tinha um dos membros atuando na cidade de Umuarama, conforme apurou ontem a reportagem do Ilustrado. O homem de iniciais F.C.O, 49 anos de idade, solteiro, foi preso em flagrante no centro de Umuarama. É um ex-empresário que em depoimento à PF em Guaíra confirmou que recebia e enviava imagens de crianças fazendo sexo ou em cenas sensuais.
Segundo o delegado da PF que comandou a operação na região, Érico Saconato, uma das maiores quantidades de material apreendida com os 32 suspeitos flagrados na operação ocorreu em Umuarama. Na casa do acusado, além de computador a polícia apreendeu mais de 80 fotos, 70 CDs e em torno de 80 DVDs com pornografia, a maioria infantil. E o que também chamou a atenção dos agentes foram algumas reportagens em revistas de circulação nacional abordando o tema pedofilia.
Outra informação curiosa é que o acusado chegou a revelar em depoimento que se sente doente por sexo com meninos de 8 a 13 anos de idade. E chegava ao cúmulo de passar em lojas de roupas, em Umuarama, para pegar panfletos onde havia fotos publicitárias de crianças. Admitiu ainda que possuía farto material pornográfico há um ano, mas jogou tudo fora, porém não conseguiu ficar sem o material e voltou a colecionar. O acusado garantiu à polícia que não aliciou nem estuprou crianças, apenas trocava imagens com comunidades de pedófilos no Brasil e exterior.
A PF está analisando o material apreendido e suspeita ainda que duas crianças fotografadas fazendo sexo podem ser sobrinhos do acusado. O procurador da Justiça Federal, em Umuarama, Robson Martins acompanhou a investigação e disse que ficou estarrecido com o que viu. Ele aguarda apenas a conclusão do inquérito para oferecer denúncia de pedofilia baseado no Estatuto da Criança e do Adolescente. E se os sobrinhos confirmarem em depoimento que o acusado participou de alguma forma da relação sexual, aliciando, fotografando ou de outra forma, a denúncia será mais grave.
F.C.O. está preso por força de prisão temporária e somente a justiça vai definir se ele continuará atrás das grades ou responderá às acusações em liberdade.
A operação foi denominada DirtyNet (Rede Suja), teve apoio do MPF e da Interpol, e prendeu 32 suspeitos em nove estados brasileiros – três no Paraná, incluindo o de Umuarama. A investigação, iniciada em dezembro do ano passado, identificou 160 usuários na América, Europa, Ásia e Oceania, dos quais 63 no Brasil e 97 no exterior.
Depois da prisão de um homem com material pornográfico no final do ano passado, a PF passou a analisar os contatos que ele tinha e descobriu a existência da rede, constatando que a organização era fechada e só dava acesso a convidados aprovados pelos demais integrantes. O material não era comercializado. A moeda de troca era o acervo de cada participante, que disponibilizava suas fotografias e vídeos e, com isso, tinha acesso às peças dos demais integrantes do esquema. O grupo usava um software de troca de arquivos criptografados para manter suas operações em sigilo. Durante as buscas, alguns policiais perceberam que os integrantes da rede se sentiam seguros pelo anonimato e foram surpreendidos pelos mandados de prisão. O conteúdo eletrônico encontrado na investigação deixou policiais experientes perplexos.
ALERTA A COMUNIDADE
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal chamam a atenção da comunidade para que, se houver algum caso suspeito de criança molestada em Umuarama, os responsáveis pela criança procurem por mais informações sobre o acusado ou para formular a denúncia na Procuradoria da República no Município de Umuarama, Rua Dr. Rui Ferraz de Carvalho, 4322, Centro), ao lado Procon e perto da Prefeitura.
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