Mulher que matou e esquartejou executivo da Yoki “está arrependida”, diz advogado de defesa

Elize Matsunaga, 38, que confessou na quarta-feira (6) ter matado e esquartejado o marido, Marcos Kitano Matsunaga, diretor-executivo da Yoki, está arrependida, segundo o seu advogado de defesa, Luciano de Freitas Santoro. A afirmação dele foi feita nesta quarta-feira (7), horas depois de ter conversado com Elize. Ela está na cadeia pública de Itapevi (SP).

“O arrependimento dela é evidente. Ela disse que, se pudesse voltar atrás, não teria puxado o gatilho. Está muito chorosa e preocupada com a filha”, relatou. “Elize perdeu tudo. O crime não teve nenhuma motivação econômica. Com a morte do marido, ela perdeu tudo. Se fôssemos ver, o mais vantajoso era ela se separar e pedir uma pensão, mas ela perdeu a cabeça. “
Santoro afirmou que a jovem não tem conseguido dormir nem se alimentar direito na cadeia, onde ocupa uma cela sozinha.
A decisão sobre quem irá cuidar da filha do casal ainda não foi tomada, mas, segundo Santoro, a intenção é que seja em comum acordo entre as duas famílias, sem precisar brigar na Justiça pela guarda da criança. “Hoje, a menina está sob os cuidados de uma tia da Elize, que já conhece a rotina dela.” A reportagem tentou contato com o advogado da família da vítima, Luiz Flávio D’ Urso, para confirmar a informação, mas não conseguiu.
Quando o crime ocorreu, a filha dormia no seu quarto. Como o apartamento é grande, com mais de 500 m², a criança não teria notado nada, segundo Santoro.
O advogado informou ainda que estuda quais serão os próximos passos da defesa. “Antes de pedir um habeas corpus, há outras medidas que podem ser tomadas, como o pedido de revogação da prisão temporária, que expira dia 24 de junho, ou da preventiva, caso venha a ser pedida depois. No entanto, no momento, prefiro não falar sobre isso.”

Depoimento

Elize depôs nessa quarta (6) durante cerca de oito horas na sede do DHPP. Segundo o delegado Jorge Carrasco, chefe do departamento, ela não contou com a ajuda de outra pessoa para assassinar o marido e deverá responder por homicídio qualificado. O delegado disse não acreditar que houve premeditação.
De acordo com o policial, no depoimento, Elize confessou o crime e disse ter agido sozinha, reafirmando a tese de que o crime foi passional. “O depoimento foi muito convincente”, disse o delegado, acrescentando que se ela emocionou nos momentos em que a filha de um ano foi citada e chegou a chorar.
A bacharel em direito e técnica de enfermagem chegou ao DHPP, na região central de São Paulo, por volta das 11h, levada da cadeia de Itapevi, na Grande São Paulo, onde passou a noite. Ela está presa temporariamente desde segunda-feira (4), por determinação judicial. A polícia conseguiu a prorrogação da prisão temporária de Elize por mais 15 dias.

Circuito interno do prédio

Imagens das câmeras de segurança do edifício registraram quando o casal chegou ao prédio com a filha de um ano e a babá no dia 19 de maio. Algum tempo depois, a babá e a empregada deixaram o local, e Matsunaga desceu para pegar uma pizza. Foi a última imagem dele vivo. No dia seguinte, Elize foi filmada saindo pela manhã com três malas com rodinhas –nestas malas estariam partes do corpo do empresário, segundo Carrasco. Elize retornou apenas à noite e já sem as malas.
O enterro do empresário aconteceu na terça (5) no cemitério São Paulo, na presença apenas do pai, Mitsuo, e do irmão, Mauro, conforme decisão da família. Alguns poucos funcionários e advogados acompanharam o funeral, que não teve velório.

Reconstituição do crime

Nesta madrugada, a polícia realizou a reconstituição do crime no apartamento do casal, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. O objetivo era confirmar a versão dada pela mulher, em depoimento –o que ocorreu. Ela acompanhou a reconstituição e mostrou aos peritos os locais do assassinato e para onde o corpo foi arrastado.
Ao todo, foram seis horas de trabalhos de policiais e peritos, que usaram um boneco para representar o executivo. Também foi usado um reagente químico que localizou marcas de sangue no apartamento.

O crime

O corpo do empresário foi encontrado esquartejado em diferentes pontos de Cotia, na Grande São Paulo, e em sacos plásticos. Ele estava desaparecido desde o dia 20 de maio. Durante uma operação de busca e apreensão no apartamento onde o casal vivia, na Vila Leopoldina (zona oeste de SP), foram encontrados sacos parecidos.
Segundo o delegado-geral do DHPP (Departamento de Homicídios e proteção à Pessoa), Jorge Carrasco, ontem, após o depoimento de Elize, ela disse que, depois de uma discussão que resultou em uma agressão do marido (um tapa no rosto), ela ‘perdeu a cabeça’ e deu um tiro no empresário, com uma arma calibre 380. A arma, que havia sido um presente do marido para a mulher, já foi apreendida e será periciada. Pouco antes de ter sido presa, Elize doou à Guarda Civil de Cotia três armas que seriam do casal, entre elas uma pistola calibre 765, que estava sendo apontada como possível arma do crime até o depoimento de hoje. Segundo a polícia, ainda pode haver outras armas espalhadas pelo apartamento do casal, que temia ser vítima de arrastões.
(UOL)

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