Grandes cidades de Mato Grosso enfrentam instabilidade política

Edilson Almeida | Redação 24 Horas News 

Nesta terça-feira, 12, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) julgará o processo que pode resultar na cassação do mandato do prefeito de Sinop, Juarez Alves da Costa (PMDB). Ele é acusado pelo Ministério Público Eleitoral por abuso de poder econômico e político. Caso se confirme a tese dos promotores, Juarez engrossará a lista de prefeitos de cidades importantes do Estado que perderam o cargo. Mais que isso: será mais uma cidade de grande porte do Estado a enfrentar problemas de instaibilidade política. O que coloca o eleitor sob alerta, especialmente porque alguns deles deverão até buscar de novo o eleitor com o tradicional "tapinha nas costas" em troca do voto - quiça  não ofereçam muito mais. 
 
A instabilidade política criada nas cidades a cada vez que um prefeito é cassado é considerável. A decisão dos magistrados sempre acaba provocando uma avalanche de dúvidas, incertezas  e preocupação em servidores públicos, credores do município e, também, no próprio contribuinte. Vide o que aconteceu em Rondonópólis, no Sul do Estado, uma das principais economia de Mato Grosso, onde o prefeito José Carlos do Pátio e a vice foram cassados, mas só deixaram o cargo cerca de 10 dias após a decisão.,
 
Nesse  período, prevaleceu o “stress” administrativo. Pátio deixou o município e “correu” para Cuiabá a fim de lutar pelo restante do mandato. Na derrota, tomou o avião e seguiu para Brasília, onde acompanhou seus advogados em busca de uma liminar qualquer que o garantisse no cargo: sem êxito. Nesse meio tempo, 60 milhões litros de esgoto “in natura” foram despejados no Rio Vermelho pela empresa de saneamento. 
 
Outra cidade que passou várias e várias semanas sem prefeito por conta de cassação de mandato foi Tangará da Serra, principal município do médio Norte do Estado.  Júlio César Ladeia foi cassado pelos vereadores e teve a perda de mandato confirmada pela Justiça, sob acusação de grandiosos desvios de dinheiro destinados à saúde pública. Ledeia perambulou por tribunais atrás de uma decisão a seu favor e ainda, mesmo com dificuldades de locomoção por viver numa cadeira de rodas em função de um acidente automobilístico, articulou por todos os meios junto aos vereadores. Enquanto isso, a cidade padecia de administração. 
 
Várzea Grande, considerada a segunda maior cidade de Mato Grosso, que integra a região metropolitana de Cuiabá, também viveu dias de agonia profunda. Murilo Domingos foi defenestrado da administração pela Câmara Municipal, cujo presidente “tomou” a gestão administrativa, e acabou, semanas depois, perdendo-a para o vice. Detalhe: ao voltar a Câmara, o vereador João Madureira (PSC) havia perdido o cargo. 
 
Entre idas e vindas de Murilo, Madureira e o atual prefeito, Sebastião Gonçalves dos Reis, o Tião da Zaeli, Várzea Grande se definhou e os serviços públicos acabaram prejudicados e o cidadão descontente. 
 
O balanço municipal mostra uma decadência política e a deterioração da imagem do homem público cada vez maior. No total,  15 prefeitos foram cassados desde as eleições 2008 pela Justiça Comum, Justiça Eleitoral  e Câmara Municipais. Mais de 20 municípios já não são mais administrados pelo gestor eleito. 
 
Foram cassados: Agenor Evangelista (DEM), de Novo Horizonte do Norte; Osmari César de Azevedo (PR), de Araguainha; Faustino Dias Neto (DEM), de Santo Antônio do Leverger; Francisco de Assis (PT), de Ribeirão Cascalheira; Clovis Damião Martins (PTB), de Poconé;  Aurelino de Brito (PT), de Novo Mundo;  Claídes Masutti (PMDB), de Campos de Júlio; Antônio Milanezi (PT), de Rio Branco; e Erival Capistrano (PDT), de Diamantino.   Nestes nove municípios foi realizada eleição suplementar.
 
Em duas cidades o prefeito foi assassinado. Foram eles: Antônio Luiz de Castro (DEM), de Nova Canaã do Norte; e Valdemir Antônio da Silva (PMDB), de Novo Santo Antônio. Houve ainda o caso do prefeito de Tabaporã, Edison Rosso (PT), que faleceu por problemas de saúde.
 
O levantamento mostra ainda que o prefeito de Pedra Preta, Augustinho Freitas Martins (PR), também foi cassado pelo TRE, que já havia, inclusive, marcado eleição suplementar no município. O TSE, por sua vez, reformou a decisão e o reconduziu ao cargo. O republicano acabou renunciando e o vice Marciolino Corte Souza (PR) assumiu de vez o cargo. Lair Ferreira (DEM), de Curvelândia, também foi cassado, mas reconduzido ao cargo pelos eleitores, em eleição suplementar.  Outro prefeito cassado pelo TRE foi Ricardo Henry (PP), de Cáceres. As irregularidades eleitorais deram a Prefeitura para Túlio Fontes (DEM), segundo colocado na votação – a eleição suplementar só ocorreria se Henry tivesse conquistado 50% dos votos, mais um. 

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