Caso Yoki: ‘Elize foi humilhada pelo marido’, diz advogado

Luiz Gustavo Schmitt - O Globo
Tamanho do texto A A A
SÃO PAULO – Uma discussão “acalorada e muito rápida” sobre infidelidade, seguida de um tapa no rosto, de uma ameaça de tirar a guarda da filha de um ano e de sucessivas humilhações. Segundo o advogado Luciano Santoro, todos esses fatores levaram sua cliente, a bacharel em direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Matsunaga, de 30 anos, a matar o marido e empresário Marcos Kitano Matsunaga, 40, diretor executivo e neto do fundador da empresa de alimentos Yoki, no dia 19 de maio. Marcos foi posteriormente esquartejado e partes do corpo dele, colocadas em sacos plásticos e espalhadas em uma estrada de Cotia, na Grande São Paulo.
De acordo com Santoro, em discussões anteriores do casal, o empresário disse sempre que, em caso de separação, não queria ficar longe da filha – ele tinha uma outra filha do primeiro casamento, que mora com a mãe.
- (Marcos) falava, em discussões anteriores, que não queria ficar longe da filha, que ele já tinha uma filha longe dele. Nessa discussão (no dia do crime), ela (Elize) disse a ele que contratou um detetive para confirmar uma suspeita de traição, e que estava sendo traída. Foi tudo muito rápido. Ele questionou o fato dela ter usado dinheiro dele para pagar o detetive (contratado por Elize para seguir o marido e provar a infidelidade), e depois deu um tapa no rosto dela, dizendo que aquilo era uma audácia. Em seguida ela pega a arma e aponta para ele, e o Marcos continua, humilhando a mulher, dizendo que ficaria com a guarda da filha, que alegaria à Justiça que ela já foi garota de programa, que ela veio do lixo. O crime não foi premeditado, aconteceu no calor da discussão – garante Santoro.
Segundo o advogado da família do empresário, Luiz Flávio Borges D’Urso, um reverendo, guia espiritual do casal, havia alertado Marcos sobre o perigo que representava a quantidade excessiva de armas no apartamento – ele era colecionador, tinha mais de 30 armas avaliadas por peritos, todas, em cerca de R$ 250 mil. Tanto Marcos quanto Elize fizeram curso de tiro e, segundo a polícia, ela é “exímia atiradora”. Ambos se conheceram em 2004, em um site de relacionamentos que ela trabalhava como garota de programa. Eles estavam casados há dois anos.
- O reverendo, orientador espiritual do casal, relata que ele tinha alertado o Marcos de um eventual risco de vida que ele corria ao deixar armas da casa ao alcance dela – salienta D’Urso.
O advogado da família de Marcos acredita na hipótese de premeditação do crime, um agravante da pena, em caso de condenação. A defesa da bacharel em direito descarta.
- Ela já havia falado sobre separação e isso me intriga. O fato do conhecimento de traição ela já tinha. Não foi um choque para ela, uma surpresa ou impacto o que apurou esse detetive. Isso (premeditação) é uma coisa que precisa ser melhor apurada – acrescenta D’Urso.
O advogado disse que, a princípio, a família de Marcos não deve lutar judicialmente pela guarda da filha do casal. A menina está com uma tia de Elize e uma babá, no apartamento onde Marcos foi morto, desde o dia do crime.
Caso praticamente concluído
O delegado Jorge Carrasco, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)so pode ter impacto nos índices de criminalidade.
O coordenador do Programa Delegacia Legal acha que não existe esse risco:
— Não é um presídio, mas uma unidade prisional construída para guarda de presos que não foram a julgamento.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/brasil/caso-yoki-elize-foi-humilhada-pelo-marido-diz-advogado-5150637.html#ixzz1xGBh1R6Z

0 Comments:

Postar um comentário

Para o Portal Todos Contra a Pedofilia MT não sair do ar, ativista conclama a classe política de MT
Falta de Parceiros:Falsos militantes contra abuso sexual e pedofilia sumiram, diz Ativista
contato: movimentocontrapedofiliamt@gmail.com