Caso Yoki: ‘Elize foi humilhada pelo marido’, diz advogado

arcos Matsunaga foi morto com um tiro na cabeça e esquartejado em apartamento de SP

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SÃO PAULO – Uma discussão “acalorada e muito rápida” sobre infidelidade, seguida de um tapa no rosto, de uma ameaça de tirar a guarda da filha de um ano e de sucessivas humilhações. Segundo o advogado Luciano Santoro, todos esses fatores levaram sua cliente, a bacharel em direito e técnica em enfermagem Elize Ramos Matsunaga, de 30 anos, a matar o marido e empresário Marcos Kitano Matsunaga, 40, diretor executivo e neto do fundador da empresa de alimentos Yoki, no dia 19 de maio. Marcos foi posteriormente esquartejado e partes do corpo dele, colocadas em sacos plásticos e espalhadas em uma estrada de Cotia, na Grande São Paulo.
De acordo com Santoro, em discussões anteriores do casal, o empresário disse sempre que, em caso de separação, não queria ficar longe da filha – ele tinha uma outra filha do primeiro casamento, que mora com a mãe.
- (Marcos) falava, em discussões anteriores, que não queria ficar longe da filha, que ele já tinha uma filha longe dele. Nessa discussão (no dia do crime), ela (Elize) disse a ele que contratou um detetive para confirmar uma suspeita de traição, e que estava sendo traída. Foi tudo muito rápido. Ele questionou o fato dela ter usado dinheiro dele para pagar o detetive (contratado por Elize para seguir o marido e provar a infidelidade), e depois deu um tapa no rosto dela, dizendo que aquilo era uma audácia. Em seguida ela pega a arma e aponta para ele, e o Marcos continua, humilhando a mulher, dizendo que ficaria com a guarda da filha, que alegaria à Justiça que ela já foi garota de programa, que ela veio do lixo. O crime não foi premeditado, aconteceu no calor da discussão – garante Santoro.
Segundo o advogado da família do empresário, Luiz Flávio Borges D’Urso, um reverendo, guia espiritual do casal, havia alertado Marcos sobre o perigo que representava a quantidade excessiva de armas no apartamento – ele era colecionador, tinha mais de 30 armas avaliadas por peritos, todas, em cerca de R$ 250 mil. Tanto Marcos quanto Elize fizeram curso de tiro e, segundo a polícia, ela é “exímia atiradora”. Ambos se conheceram em 2004, em um site de relacionamentos que ela trabalhava como garota de programa. Eles estavam casados há dois anos.
- O reverendo, orientador espiritual do casal, relata que ele tinha alertado o Marcos de um eventual risco de vida que ele corria ao deixar armas da casa ao alcance dela – salienta D’Urso.
O advogado da família de Marcos acredita na hipótese de premeditação do crime, um agravante da pena, em caso de condenação. A defesa da bacharel em direito descarta.
- Ela já havia falado sobre separação e isso me intriga. O fato do conhecimento de traição ela já tinha. Não foi um choque para ela, uma surpresa ou impacto o que apurou esse detetive. Isso (premeditação) é uma coisa que precisa ser melhor apurada – acrescenta D’Urso.
O advogado disse que, a princípio, a família de Marcos não deve lutar judicialmente pela guarda da filha do casal. A menina está com uma tia de Elize e uma babá, no apartamento onde Marcos foi morto, desde o dia do crime.
Caso praticamente concluído
O delegado Jorge Carrasco, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, disse que o inquérito deve ser concluído nos próximos dias. Elize foi presa na segunda-feira. Na quarta-feira, a Justiça prorrogou o pedido de prisão temporária de 5 dias para mais 15 dias, tempo considerado “suficiente” para a polícia concluir a investigação. Elize deve ficar no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Itapevi, na Grande São Paulo, até o término do prazo. A polícia vai pedir a prisão preventiva dela posteriormente.
- O caso está praticamente fechado. Ficam faltando somente alguns laudos da perícia, que devem ser enviados nesta semana próxima. Temos 15 dias ainda, baseado na prorrogação da prisão temporária dela decretada pela Justiça, para trabalhar nesse inquérito. Não há necessidade de uma nova reconstituição, aquela já feita (de quarta para quinta-feira) foi bastante esclarecedora. Também não devem ser realizadas novas perícias no apartamento do casal – disse Carrasco.
A arma do crime, uma pistola calibre 380, já foi apreendida e periciada. Faltam ainda serem encontradas a faca utilizada no esquartejamento e as três malas de viagem com rodinhas onde foram dispostos os sacos plásticos com partes do corpo do empresário. À polícia, Elize diz ter deixado as malas dentro de uma caçamba de lixo. Disse também ter descartado as malas e a CPU de um computador nas lixeiras de dois shoppings distintos da capital paulista. Desse computador ela teria enviado uma mensagem à família de Marcos após o crime, através do e-mail dele, dizendo que o empresário ‘estava bem’. Aos familiares do marido, Elize contou que o casal teve uma discussão, e Marcos saiu de casa. O irmão do empresário registrou boletim de ocorrência no dia 22, três dias após o crime, na delegacia antissequestro (a família suspeitou desse tipo de crime), no Palácio da Polícia, centro de São Paulo.
- As malas são de boa qualidade. Quem as achou deve ter pego. É provável que nós não as encontremos – disse o delegado Carrasco.


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