Aumentam casos de violência sexual de menores em Santos

Muitas vítimas têm menos de 12 anos

Aumentaram os casos de violência e exploração sexual atendidos pela Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos. Em 2010, 15 inquéritos foram abertos. Em 2011, o número mais do que triplicou, passando para 52. Este ano, o semestre nem terminou e os inquéritos abertos já somam mais da metade da quantidade registrada no ano passado.

Dos 27 novos casos investigados, chama atenção o fato de 20 dizerem respeito a vítimas menores de 12 anos. As estatísticas crescentes levaram a delegada titular da DDM, Débora Lázaro, a pedir ajuda aos poderes Legislativo e Executivo. Ela solicitou a cessão de uma assistente social, uma psicóloga e uma guardiã-cidadã para atuarem especificamente no atendimento e acompanhamento desses casos.

“É um sonho antigo. Se for realizado, as vítimas já seriam atendidas de pronto por profissionais especializados e de forma mais humanizada. Seríamos pioneiros na Baixada”. Débora acredita que além de auxiliar no encaminhamento aos programas de atendimento das redes de saúde e assistência social do Município, contar com uma psicóloga lotada na DDM ajudaria principalmente as vítimas menores de idade.

As investigações também seriam beneficiadas. “Na própria unidade poderia ser elaborado um laudo psicológico. Teríamos mais elementos para esclarecimento dos casos e punição dos envolvidos”.

A solicitação de reforço na equipe foi encaminhada ao vereador José Lascane (PSDB) no último dia 24. O líder da bancada dos tucanos reforçou as solicitações enviando requerimento com o mesmo fim para o Executivo.

A advogada e presidente do Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Adriana Jandelli, analisa com reservas a possível atuação dos profissionais na DDM. “Se o objetivo for oferecer o primeiro atendimento para facilitar o encaminhamento das vítimas aos serviços já disponíveis, acho válido. Mas apenas isso”.

Atendimento psicossocial

A advogada e presidente do Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Adriana Jandelli, analisa com reservas a possível atuação dos profissionais na DDM. “Se o objetivo for oferecer o primeiro atendimento para facilitar o encaminhamento das vítimas aos serviços já disponíveis, acho válido. Mas apenas isso”.

A advogada frisa que o atendimento psicossocial segue normas e tem diretrizes técnicas estabelecidas na lei que dispõe sobre o Sistema Único de Assistência Social (Suas). “Existem serviços de referência para promover a proteção social especial. Essas atribuições são dos chamados Centro de Referência Especializada da Assistência Social, os Creas”.

Por meio de nota, a Prefeitura informa que a Secretaria Municipal de Assistência Social realizou concursos e segue chamando os classificados para compor as equipes nos vários serviços, já que muitas unidades foram criadas e outras ampliadas. “A partir da estruturação do quadro dos equipamentos municipais será, posteriormente, avaliada a solicitação da DDM”, explica o texto.