Sem licitação, Mauro gastará R$ 1,7 milhão com manutenção de máquinas em Cuiabá

GILSON NASSER
Da Redação

Enquanto prega um discurso de que a situação financeira da cidade é preocupante, o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), contratou no final do mês de março a empresa Centro Oeste Comércio de Máquinas Ltda por R$ 1,681 milhão. Sem licitação, o que poderia diminuir consideravelmente os valores a serem gastos, a empresa prestará durante um ano os serviços de “manutenção corretiva e preventiva com fornecimento de peças para maquinários” da secretaria municipal de Obras.

Levantamento feito pelo O Documento aponta que a empresa Centro Oeste foi criada em março de 2011 com capital social de apenas R$ 30 mil. A sede da empresa está localizada numa área de 340 metros quadrados na avenida Pedro Paulo de Faria Júnior no Distrito Industrial, em Cuiabá.

De acordo com informações da Jucemat (Junta Comercial do Estado de Mato Grosso), a empresa tem como sócios Cassia Atence Magoga e Rubens Melo Magoga. No entanto, o administrador da empresa é Marcos Magoga.

O Documento tentou entrar em contato com ele por duas vezes para saber detalhadamente quais serão os serviços prestados. Uma vez ele estava viajando e noutra estava fora da empresa não retornando as ligações telefônicas.

Ainda foram descobertas informações de que a Centro Oeste possui menos de 10 funcionários. Com o pequeno número de profissionais, a manutenção dos maquinários da prefeitura de Cuiabá pode não ser feita com qualidade esperada.

Questionado sobre a milionária dispensa de licitação de número 010/2013, o prefeito Mauro Mendes disse desconhecer o assunto. Ele afirmou não ter autorizado a contratação da empresa.

Um advogado, que preferiu o anonimato, explicou que o prefeito deve ser denunciado ao Ministério Público Estadual por improbidade administrativa diante da dispensa de licitação. Segundo o jurista, o prefeito poderia ter feito uma adesão a uma licitação já feita para contratação do serviço, o que geraria menores custos. Outra medida seria realizar um procedimento licitatório, já que o prefeito já está há quase 100 dias no exercício do mandato.