Toninho de Souza e Allan Kardec adotam linha mais radical contra Mauro Mendes
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Toninho de Souza e Allan Kardec: vereadores fazem oposição "linha dura" à Mauro Mendes
ISA SOUSA
DA REDAÇÃO
Composta por 25 vereadores, a Câmara Municipal de Cuiabá ainda desenha o quadro de oposicionistas e da base da gestão do prefeito Mauro Mendes (PSB). Com o discurso de poderes “harmônicos, porém independentes”, o presidente da Casa, João Emanuel (PSD), não definiu como será seu mandato.DA REDAÇÃO
Se por um lado Emanuel já enfrentou o prefeito ao combater o aumento de 25% do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) - sancionado na gestão de Chico Galindo (PTB), porém acatado por Mendes – ou ainda o reajuste de 15% da tarifa de água, por outro mostra ser complacente com mensagens de aumento salarial e verba indenizatória do secretariado do socialista.
Apenas neste mês, a Câmara aprovou a Lei Geral da Copa sem alterar um parágrafo e a “indenização” no valor de R$ 7 mil para 24 secretários ou presidentes de autarquias do município, o que gerará R$ 2 milhões em despesas (leia mais AQUI e AQUI).
Linha radical
As aprovações de projetos ligados ao Executivo sem discussões foram essenciais para os vereadores Toninho de Souza (PSD) e Allan Kardec (PT) adotarem uma linha mais radical de atuação em relação aos outros parlamentares.
Para ambos, na prática, a gestão de Mauro Mendes não tem se diferenciado em nada da promovida pelo ex-prefeito Chico Galindo.
“Um dos maiores exemplos da mesmice é que o secretariado do atual prefeito já vem ‘viciado’. Grande parte que está ali já passou pela administração de Roberto França (DEM), Wilson Santos (PSDB) ou Chico Galindo (PTB). Qual a diferença? Se é preciso de uma nova cidade, é preciso também de novos gestores”, afirmou Kardec.
Para Toninho de Souza, é “evidente” que não houve mudanças significativas até o momento.
“Politicamente Mauro Mendes ainda tem dificuldades. O relacionamento com a Câmara é praticamente inexistente. Os vereadores não conseguem ser atendidos pelo secretariado, por exemplo. Além disso, a estrutura da cidade tem falhas, os buracos estão espalhados por todos os bairros, o transporte coletivo não mudou absolutamente nada e o trânsito está caótico. Não dá para dizer que Cuiabá tem a cara de uma nova administração”, pontuou.
“O que dá para sentir é que Mendes ainda está apegado ao passado, apontando o dedo para o Galindo. Agora, é o momento de parar de olhar para trás e começar a fazer”, completou.
Falta de oposição
Segundo Allan Kardec, a renovação de 70% sofrida pela Câmara na eleição de 2012 é um sinal claro da falta de uma oposição declarada na gestão passada.
Apenas sete vereadores conseguiram se reeleger: Adevair Cabral (PDT), Domingos Sávio (PMDB), Toninho de Souza (PSD), Júlio Pinheiro (PTB), Lueci Ramos (PSDB), Chico 2000 (PR) e Clovito Hugueney (PTB).
Para Kardec, a atuação do ex-parlamentar Lúdio Cabral (PT), que concorreu à Prefeitura da Capital no ano passado, se destacou durante os quatro anos de gestão divididos entre Wilson Santos (PSDB) e Chico Galindo (PTB).
“No final da gestão passada também vimos a atuação de Toninho e Domingos Sávio (PMDB), porém, há muito tempo a Câmara não tinha um quadro tão independente como agora. Hoje não somos subservientes ao Executivo, tanto é que a renovação foi grande e temos vereadores que não vão aceitar o trabalho do prefeito”, disse.
“Acredito que após esses primeiros 100 dias de gestão vai aparecer quem vai ficar mesmo na oposição e quem não. O prefeito, obviamente, vai tentar ampliar sua base, mas teremos em definitivo uma consolidação do quadro”, afirmou o petista.
Mesmo seguindo a “linha dura”, Toninho reforçou que a atualmente a oposição ao prefeito é “inteligente”.
“Não tenho nenhum cargo e não faço questão de participar de propostas de aproximação com Mauro Mendes. Eu não o ajudei a se eleger, portanto não vou apoiá-lo neste momento. Fui eleito para fiscalizar o Executivo e para isso preciso manter distância e é o que eu tenho feito. Isso não significa, no entanto, que eu faça oposição por oposição. Haverá situações que se ele precisar do meu voto, o terá. Eu não sou oposição a Cuiabá”, afirmou.
“Nosso oposicionismo é claro: queremos que o prefeito cumpra as promessas de campanha, coisa que não temos visto até o momento”, completou Allan Kardec.





