Mauro aguarda inquérito para concluir ação contra servidores

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Victor Cabral

-- Quadro divulgado pela polícia sobre o funcionamento do esquema de corrupção na prefeitura
Quadro divulgado pela polícia sobre o funcionamento do esquema de corrupção na prefeitura
   Cinco meses após a descoberta do esquema de desvios na arrecadação do IPTU, que resultou na deflagração da “Operação Impostor”, a Prefeitura de Cuiabá ainda aguarda o encerramento do inquérito da Delegacia Fazendária (Defaz) para concluir processo administrativo contra os servidores envolvidos na fraude (15 chegaram a ser presos em novembro, sendo quatro demitidos em janeiro e 10 afastados em fevereiro).
   O secretário municipal de Fazenda, Guilherme Müller, chegou a declarar que a demora na conclusão da investigação se dava porque há mais pessoas envolvidas no esquema. “A delegada acha que vamos ter mais surpresas e que vai ter mais gente envolvida”, revelou Müller em janeiro.
   No mesmo mês, o secretário chegou a dizer que grande parte do relatório da Delegacia Fazendária já estava pronto.
   Contudo, a prefeitura, até o fechamento desta reportagem, não quis revelar quantas pessoas estão envolvidas no esquema de desvio. Em fevereiro, o prefeito Mauro Mendes (PSB) determinou o afastamento dos 10 servidores ligados na fraude, já que os outros cinco eram comissionados e foram demitidos quando o socialista assumiu a gestão. Se comprovadas as fraudes, os funcionários serão exonerados.
   Os afastados são funcionários efetivos e atuavam nas secretarias de Serviços Urbanos, Meio Ambiente e Assuntos Fundiários, Fazenda, Gestão e na Procuradoria Fiscal. Com a determinação, eles estão proibidos de acessar seus locais de trabalho. As 15 prisões aconteceram cinco meses após o então prefeito Chico Galindo (PTB) solicitar investigação para apurar fraudes no acesso do banco de dados do Sistema de Administração Tributário de Cuiabá.
   À época em que a Operação foi deflagrada, a Polícia Civil revelou que pelo menos 50 pessoas físicas também estariam envolvidas na fraude. As investigações iniciais apontaram que o esquema funcionava há pelo menos dois anos, por isso ainda não seria possível precisar o tamanho do rombo causado no erário. De acordo com o secretário de Fazenda, só foi possível desconfiar do esquema quando uma dívida de R$ 17 mil “sumiu” do sistema da Prefeitura de Cuiabá e o valor não entrou nos cofres públicos.