Arquiteto apresentou 10 propostas para a prefeitura de Cuiabá e apenas o Morro da Caixa D’Água Velha foi executado
Divulgação
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Morro da Caixa D’Água Velha apresentou problemas estruturais após a inauguração e precisou de nova reforma, sendo reinaugurado no final do ano passado
RODRIGO VARGAS
DIÁRIO DE CUIABÁ
No Cais do Porto, um espaço futurista, com mirante e teatro de metal e vidro para 150 pessoas. Na Barra do Pari, entre os bairros Santa Isabel e Santa Amália, um balneário com quadras esportivas e uma "praia de arame". No encontro dos rios Cuiabá e Coxipó, um memorial.DIÁRIO DE CUIABÁ
Em 2005, o escritório de um dos mais conceituados arquitetos e urbanistas do mundo foi contratado por R$ 400 mil para prestar consultoria à prefeitura de Cuiabá. O trabalho, executado ao longo de um ano, resultou em 10 propostas, que foram apresentadas com estardalhaço e geraram expectativa equivalente.
Passados oito anos, porém, a maior parte das intervenções urbanas imaginadas pela equipe do arquiteto paranaense Jaime Lerner seguem na gaveta, sem que tenham sido sequer concluídos os projetos básicos e a estimativa orçamentária.
Propostas como a do "Observatório da Natureza", um mirante instalado ao redor de uma árvore centenária às margens no rio Coxipó, na área do horto florestal, e a da reforma e reestruturação do Beco do Candeeiro, que se tornaria um espaço de cultura e lazer no Centro Histórico da cidade.
"A maior parte daquela iniciativa consistia em ideias, que sem dúvida eram de grande valia, mas não se tratavam de projetos executivos elaborados. Por que não saíram do papel? Porque não havia dinheiro para fazer", resumiu o secretário Lamartine Godoy Neto (Desenvolvimento Urbano), em entrevista ao DIÁRIO.
O Museu da Caixa D'água Velha, inaugurado em 2007, foi uma das poucas sugestões de Lerner que foram levadas adiante. O projeto e a execução da obra, porém, apresentaram diversas falhas, como infiltrações e problemas de acessibilidade. Submetido a uma reforma, o espaço ficou fechado por quase um ano e só reabriu em dezembro passado.
Outra ideia que se materializou, embora não completamente, foi a polêmica reforma do espaço do Centro Geodésico da América do Sul, em frente ao prédio da Câmara Municipal. A instalação de uma estrutura de ferro de quatro metros de altura foi alvo de críticas e chegou a ser comparada a uma gaiola.
Então presidente do antigo IPDU (Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, hoje incorporado à estrutura da SDU), a arquiteta Adriana Bussiki diz que a contratação do escritório de Jaime Lerner se deu em razão de seu "notório saber".
Segundo ela, o objetivo era "revitalizar pontos adormecidos da cidade". "É o que ele chama de acupuntura urbana. Transformar áreas da cidade que estão abandonadas ou em processo de degradação e transformá-las em pontos de interesse", afirma.
Segundo Godoy Neto, as sugestões do arquiteto não foram descartadas pela administração atual. “A preocupação é deixar a cidade mais bonita e atrativa. Então vamos buscar viabilizar projetos urbanísticos. Não especificamente os do Jaime Lerner, mas também estes”.





