Jacques Gosch
Segundo Kardec, a postura adotada pela oposição é resultado do pedido de trégua feito pelo líder do governo Leonardo de Oliveira (PTB). O petista, entretanto, avisa que o acordo tem dia e hora para acabar. “Estamos cumprindo o acordo com o vereador Leonardo, que sempre foi leal conosco. Dia 10 de abril, o prefeito completa 100 dias de gestão e as críticas vão ficar mais pesadas. Vamos olhar com lupa cada item do programa de governo, cobrar a execução de cada promessa de campanha”.
Fora à oposição declarada, também existe o chamado Bloco Independente formado pelos vereadores Renivaldo Nascimento (PDT), Lilo Pinheiro (PRP), Marcrean Santos (PRP) e Juca do Guaraná Filho (PT do B). Embora PDT e PRP integrem a base governista, os vereadores optaram pela independência para não “colar” a imagem aos inevitáveis desgastes que o prefeito irá sofrer ao longo da administração.
Embora não estejam organizados em bloco, a vereadora Lueci Ramos (PSDB) e os peemedebistas Domingos Sávio e Haroldo Kuzai também agem como independentes. A tucana, que já está no quinto mandato, prefere não polemizar para continuar usufruindo dos benefícios que o alinhamento ao Executivo pode trazer às políticas assistencialistas, que garantiram às sucessivas reeleições.
Os vereadores do PMDB, que nas eleições municipais apoiaram o petista Lúdio Cabral e também foram derrotados por Mauro, preferiram não se alinhar à oposição. Isso porque, nos bastidores, a cúpula partidária já articula a aproximação com o Executivo e os cargos públicos que podem ser oferecidos pelo prefeito. Ainda que não negue a possibilidade, Domingos Sávio prefere utilizar outros argumentos para se justificar. “É muito cedo para assumir um posicionamento de oposição. A função do vereador não é apoiar o prefeito. É apoiar Cuiabá”, enfatiza.
Situação
Na situação estão os três vereadores do PSB – Onofre Júnior, Faissal Calil e Adilson Levante. Superado o episódio da eleição da Mesa Diretora, quando Onofre e Faissal levaram a pecha de traidores por desrespeitar orientação partidária, a dupla está mais comedida e faz apenas apontamentos sobre eventuais medidas que consideram equivocadas. Já Levante continua na condição de coadjuvante, permanecendo calado em todas as sessões. A base governista ainda conta com Adevair Cabral (PDT), Mário Nadaf (PV), Chico 2000 (PR) e a bancada do PTB composta por Júlio Pinheiro, Dilemário Alencar e Clovito, além do líder do Governo Leonardo de Oliveira.
De acordo com Leonardo, a liderança tem sido desempenhada sem maiores transtornos. O petebista também não vê motivos para oposição sistemática contra o prefeito. “Nos 100 dias, ao invés de problemas, aparecerão as primeiras realizações da gestão. Os projetos estão saindo do papel. O prefeito poderá apresentar 200 quilômetros de vias recuperadas, a inauguração de 50 creches, a revitalização do Centro Histórico e o novo pronto-socorro. É natural que os vereadores da oposição cobrem, mas a população sabe que Cuiabá não vai mudar num estalar de dedos”.
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