MORTE NO CANAVIAL Mãe que matou filho em Tangará já havia tentado crime antes


Criança já havia ficado na UTI por causa de traumatismo craniano causado por queda brusca no chão, provocada por Rosana Goulart

divulgação/radio pioneira
Rosana (destaque) jogou bebê de 6 meses no chãoRosana (destaque) jogou bebê de 6 meses no chão
MAYARA MICHELS

Rosana de Oliveira Goulart, de 18 anos, presa durante a semana, que confessou ter matado e abusado sexualmente do próprio filho de dois anos, já havia tentando matar a criança. Segundo informações da delegada Liliane Diogo, da Polícia Civil, que comanda as investigações, quando Pablo Henrique de Oliveira tinha seis meses de vida, Rosana jogou o filho no chão. Na época ele teve traumatismo craniano, ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e conseguiu sobreviver.

Rosana, que tinha 17 anos quando tentou matar o filho pela primeira vez, não foi presa na época. Após um período afastada, no dia 29 de novembro de 2011, a Justiça autorizou o retorno da criança aos "cuidados" da mãe. 

No dia 12 de março deste ano, o caso foi julgado e Rosana foi condenada a cumprir medida socioeducativa pela tentativa de homicídio. Seis dias depois registrou um Boletim de Ocorrência (B.O) alegando que o filho sumiu. Presa com o marido, confessou ter matado a criança sozinha. O padrasto foi solto. 

A tragédia anunciada, agora, revolta os moradores da cidade. Antes de confessar o crime, Rosana se fazia de vítima e chegou até ter crises de choro durante o sepultamento da criança. Em entrevista à TVCA(Globo), após o enterro do filho, ela chegou a dizer que a culpa era dela em ter deixado o filho brincando sozinho no quintal, mas dizia chorando não saber quem matou a criança.

O atual companheiro de Rosana, padrasto da criança chegou a ser preso, mas após confissão da mãe teve a prisão revogada. Rosana permanecerá presa por tempo indeterminado e irá responder por homicídio qualificado, praticado por meio cruel e estupro de vulnerável.

DESCOBERTA 
Pablo Henrique (na foto à direita), de dois anos, morreu em decorrência de choque hipovolêmico  (perda de sangue), conforme laudo pericial do Instituto de Medicina Legal (IML).

O laudo também confirma que a criança sofreu lesão corporal provocada por instrumento contundente e foi vítima de violência sexual.

Depois, o menino foi deixado ainda com vida no canavial, próximos a cães. Para a perícia, o garoto morreu aos poucos, devido aos sangramentos dos ferimentos no corpo.

A delegada Liliane Diogo informou que nas investigações a Polícia Civil acompanhou a rotina da família e descobriu que, logo após o enterro no menino, a mãe Rosana de Oliveira, foi até uma região do canavial na companhia do filho de seis anos e lá falou ao menino que o irmãozinho morreu ali. Para policiais, a criança contou a conversa que teria tido com a mãe. “Esse primeiro local fica a 450 metros da casa. Mas o corpo foi encontrado a 2.200 metros de distância da residência”, afirma à delegada. Foi por aí que a Polícia descobriu que o menino foi morto em um local e levado para outro.

Com uso de "luminol" a Polícia confirmou a presença de sangue humano no chão. Outro ponto da investigação, que imputou à mãe a autoria do crime, foi à presença de sangue em cinzas encontradas em um buraco, do lado de fora da casa da família. 

O corpo do menino, Pablo Henrique de Oliveira, foi encontrado no dia 19 de março, em um canavial, a cerca de 2 quilômetros do sítio onde morava com mãe, o padrasto e um irmão de 6 anos.