Atualizada às 12h08
Aos sete anos de idade um menino alagoano deve enfrentar as consequências um problema que atinge milhares de crianças todos os anos no Brasil: o abuso sexual. De acordo com a mãe do garoto, que tem 29 anos e cuja família pediu para que ela não fosse identificada, o garoto foi abusado sexualmente na última segunda-feira (15) e até agora não conseguiu fazer o exame de conjunção carnal, exigido pela polícia para comprovar o estupro. O pior detalhe vem em seguida: o garoto, segundo a mãe, afirma que foi violentado dentro da escola onde estuda, no Litoral Norte de Maceió.
Na manhã desta quarta-feira (17), a dona de casa procurou pela segunda vez a unidade do Instituto Médico Legal (IML) que funciona no Hospital Sanatório, no Farol. “Ontem [terça-feira], pediram para eu voltar hoje de manhã. Agora me disseram que só vão fazer o exame à tarde. Já vai fazer 48 horas que aconteceu o abuso e tenho medo que os sinais desapareçam”, desabafou a mãe à reportagem do TNH1.
Ela contou que percebeu um ferimento no braço do filho quando ele chegou da escola na segunda, por volta das 17h30, e a partir daí a criança começou a relatar o que aconteceu. “Eu perguntei o que tinha acontecido e ele começou a ficar agitado. Quando eu chamei pra tomar banho, ele ficou muito nervoso e começou a gritar. Eu insisti pra ele me contar o que aconteceu e ele me respondeu que não podia falar”, contou a mãe, informando que o filho possui uma leve deficiência mental.
Durante o banho, a mãe percebeu machucados nas genitais do filho e insistiu novamente para a criança falar. “Ele contou que o “tio” da escola levou ele para o banheiro, o amarrou e o machucou”, relatou. A mãe descobriu no dia seguinte que o suspeito é o zelador de uma escola privada onde seu filho estuda.
A mãe chegou à Central de Polícia por volta das 19h da segunda-feira e em seguida foi encaminhada à delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente, onde foi atendida no dia seguinte. Lá foi ouvida pelo escrivão Edival Ramos, que também ouviu e gravou o depoimento da criança confirmando a história. Segundo a mãe, o escrivão informou que só poderia prender o suspeito depois de receber o exame de conjunção carnal do IML. A mãe procurou também a unidade do IML no Prado, mas foi informada que não tinha médico.
Na terça-feira (17), a delegacia instaurou inquérito sobre o caso, sob a responsabilidade do delegado Nivaldo Aleixo, substituto provisório da delegada Bárbara Arraes. O chefe de operações da delegacia informou que não poderia dar detalhes sobre o caso, pois ele corre em segredo de Justiça.
Mesmo aconselhada pela polícia a não procurar a escola, no dia seguinte ao abuso, na terça-feira, a mãe e a avó da criança, foram até a instituição para verificar se existia mesmo o tio a quem o filho havia acusado. Enquanto a mãe conversava com a diretora, a avó do menino localizou o suspeito. Segundo a mãe, ele teria perguntado como estava o menino. “As crianças apontaram para minha mãe quem era o tio que meu filho tinha falado. Quando ela se aproximou, ele perguntou se meu filho estava bem”, contou a mãe.
Depois de procurar a polícia e o IML, a dona de casa levou o filho ao Hospital Escola Hélvio Auto Doenças Tropicais para fazer exame de sangue. Sabendo das evidências, os médicos prescreveram um coquetel de medicamentos para Aids até o resultado do exame.





