Dois homens são presos suspeitos de estuprarem e engravidarem as filhas


Andressa Paganini
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Barra Mansa

A prática de violência sexual contra as filhas resultou na prisão de dois suspeitos, hoje, em Barra Mansa e Angra dos Reis. Nos dois casos, as duas vítimas - uma delas portadora de deficiência - teriam engravidado pelos próprios pais em razão dos abusos.
A ocorrência mais recente se deu na tarde desta sexta-feira (19), em Barra Mansa, quando agentes da 90ª DP prenderam um suspeito (que não terá o nome divulgado para preservar a identidade da vítima), de 56 anos. Ele é acusado pela própria filha, de apenas 14 anos, de tê-la violentado e engravidado. Os abusos teriam começado quando ela tinha apenas três anos de idade, e aumentado a frequência a partir de 2006.
Segundo o delegado Michel Floroschk, responsável pela investigação, o caso começou a ser apurado após a vítima sofrer um aborto espontâneo, que seria fruto da violência provocada pelo pai. A menina estava grávida de 38 semanas quando deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), com fortes dores, em fevereiro. Ela precisou ser submetida a uma cirurgia de emergência para retirar a criança, que já estava morta.
Após o trauma do aborto, a menina resolveu contar à madrasta que era abusada pelo pai e que estava grávida dele. Em depoimento na delegacia, a adolescente relatou que após a separação dos pais ficou morando com a avó, e tempos depois se mudou com os irmãos para a casa do pai. Ela disse também que os abusos recomeçaram quando a madrasta conseguiu um emprego e passou a deixá-la, junto com os irmãos, sozinhos com o suspeito, em 2006 - quando a vítima tinha sete anos.
A jovem relatou, também, que ele mandava o filho mais novo brincar na rua para violentá-la, e a obrigava a vestir fantasias e assistir filmes pornográficos.
Joaquim a ameaçava e pressionava para que ela não contasse nada a ninguém. Quando ficou grávida, ela foi obrigada a dizer à madrasta que o filho era de um namorado de escola. A adolescente garantiu que, mesmo gestante, era submetida à violência. Nenhum dos irmãos ou a madrasta chegou a presenciar os abusos.
Sem desconfiança
A madrasta da menor também prestou depoimento e contou nunca ter desconfiado do marido, a quem considera um bom marido, preocupado e dedicado. Ela contou também que a jovem chorava muito após a morte do bebê e dizia que não queria ficar sozinha em casa com ele. Ainda de acordo com a mulher, ela estranhou as repetidas queixas e a pressionou para contasse o que estava havendo.
Sem contar nada ao marido, temendo represálias, procurou uma advogada e foi orientada a denunciar o marido na delegacia.
Já a mãe da menor relatou que viveu com ele por dez anos e, ao se separar, foi ameaçada por ele, e por isso evitava o convívio com os filhos. Ela disse ainda que, ao saber da gravidez da filha, logo desconfiou que a criança era de Joaquim, porque ele tinha comportamentos pervertidos quando ainda eram casados, chegando a dizer que o suspeito tem um filho com a própria irmã e, que quando ainda eram casados, flagrou Joaquim tendo relações sexuais com uma cadela.
A mãe da adolescente declarou ainda que viu a filha saindo do quarto de Joaquim com as roupas pelo avesso, aos três anos de idade. Ao questionar a criança, ela teria dito que "o papai havia tirado a roupa e passado a mão nela". A mulher lembrou que Joaquim tocava nos órgão genitais do filho do casal quando ele ainda era bebê, dizendo que "era gostoso ficar pegando". Ela alegou sentir medo de Joaquim, e que só foi procurada pelo Conselho Tutelar quando a filha engravidou.
Após o atendimento da vítima na Nuam (Núcleo de Atendimento a Mulher), Michel Floroschk iniciou as investigações e pediu à Justiça a expedição do mandado de prisão temporária de ele, por estupro de vulnerável e incesto.
De acordo com Floroschk, um exame de DNA será realizado e anexado ao processo.
- Vou pedir a exumação cadavérica do feto para que seja realizado um exame de DNA. Com isso, pretendemos confirmar se ele é de fato pai do bebê da adolescente e, consequentemente, comprovar o estupro com uma prova irrefutável - explicou o delegado.
Em Angra, suspeito de estupra filha portadora de deficiência também é preso
João Carlos Castro, 42 anos, foi preso na manhã desta sexta na Praia Grande de Araçatiba, na Ilha Grande, em Angra dos Reis, suspeito de estuprar e engravidar a filha de 21 anos, que é portadora de deficiência mental.
A polícia chegou até João após moradores da comunidade informarem o caso ao Disque 100 (Disque-Denúncia Nacional de Abuso e Exploração contra Crianças e Adolescentes), da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, que repassou o fato ao Ministério Público, que entregou a denúncia à 166ª DP.
A diretora do colégio em que a vítima estuda e moradores foram ouvidos, e estes relataram que a jovem vinha sofrendo abusos por parte do pai. Os policiais encontraram João em casa, e ele foi levado para a delegacia de Angra, onde até o fechamento desta edição se encontrava na carceragem provisória da unidade policial.
Os policiais civis possuíam um mandado de prisão temporária, que foi expedido pela 1ª Vara Criminal de Angra dos Reis.


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