Sacerdote já era investigado pelas mesmas práticas pela Polícia Federal. Em nota, Diocese manifestou “tristeza e profunda solidariedade” para com o padre e as vítimas e afirma a “busca da verdade e a Justiça”
Na tarde de ontem (12), a Diocese de Macapá se manifestou oficialmente em relação a prisão do padre Arcangelo Vanin, preso na última quinta-feira (11), no município de Mazagão acusado de abusar sexualmente de um menino de 11 anos.
Na ocasião, foi lida pelo Vigário Geral de Macapá, padre Castrese Aleandro, a nota da Diocese de Macapá, onde se manifesta com tristeza e profunda solidariedade para com todos os que estão envolvidos. Castrese, que substitui o bispo D. Pedro Conti que está fora da Diocese em viagem, disse que o padre Arcângelo Vanin já está afastado de suas funções como sacerdote até a conclusão do inquérito. “Estamos rezando por ele e pelas vítimas”, afirmou.
A nota da Diocese diz que reafirma com clareza o valor e a dignidade de toda pessoa humana: "o direito inviolável à vida, à defesa e a busca da verdade e da justiça para todos e finaliza convidando a todos a unir-se com os irmãos e irmãs na oração para que se realize a justiça para com todos".
Defesa
Em relação a prisão e as acusações que pesam sobre o padre Arcangelo, o advogado responsável pela defesa, Carlos Tork, afirmou que ainda não tratou do assunto de fato com o acusado. De acordo com Tork, o padre está fazendo o uso do direito ao silêncio, inclusive em relação ao advogado.
Carlos Tork informou que até o momento cuidou apenas da questão da preventiva e que aguardará pelo fim das investigações – que iniciaram a cerca de um mês – para poder tomar providências sobre o caso.
Segundo explicou o advogado, o padre estaria assustado diante de toda a situação, mas que após um dia da prisão, aparentava estar tranquilo. Para a defesa, da maneira como os acontecimentos ocorreram, foi impossível haver um diálogo com o acusado, o que poderá acontecer nos próximos dias.
A defesa informou que chegou a entrar com pedido de Habeas Corpus, sendo que o mesmo foi negado pelo Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), mas que não pretende recorrer, pois a preocupação quanto à segurança e saúde do padre já esta resolvida.
Tork disse que o caso do padre Arcangelo Vanin contou com a “sensibilidade” das “autoridades” que o transferiram do Iapen para cumprir prisão especial em uma delegacia. A identificação da delegacia onde está o padre foi tratada como segredo.
Acusações
O delegado do caso, Sandro Torrinha, cumpriu mandado de prisão preventiva emitido pelo juiz da comarca, Saloé Ferreira, após familiares denunciarem que o menino teria sido abusado pelo padre durante as festividades da Semana Santa numa das salas da casa paroquial. “O depoimento da própria vítima são contundentes de que houve mesmo a prática de pedofilia”.
Segundo o delegado, o padre pediu ao garoto para acompanha-lo até a sala onde aconteceu o abuso. O menino, que estava brincando com outra crianças, seguiu o padre. Após algum tempo, os colegas foram procurá-lo na casa paroquial, onde presenciaram o abuso e começaram a gritar para chamar a atenção.
Sobre a informação de que poderiam surgir novas vítimas, o advogado Carlos ork se manifestou dizendo que, se trata de uma criança que se diz vítima. Para o advogado, somente após o término das investigações é que se poderá tirar alguma conclusão.
A defesa disse que todos esperam que se apure tudo, inclusive o padre Arcangelo. Tork garantiu que é importante que se aguarde pelo término das investigações para analisar fato a fato e assim poder definir uma estratégia de defesa.
Posicionamento da Diocese
De acordo com Castrese Aleandro, Vigário Geral de Macapá, caso fique comprovado às acusações contra o padre, a Igreja Católica agirá como em todos os lugares de uns tempos para cá, tomando as medidas cabíveis – do ponto de vista civil, jurídico e eclesiástico. O Vigário disse que a igreja esta acompanhando toda a situação, mas que não se pronunciará até que se confirme a veracidade do fato. (Ailton Leite/aGazeta)





