No chamado 'núcleo duro' do governo e na 'República de Matupá', marketing agressivo e resultado na saúde são essenciais
RONALDO PACHECO
Sucessor do ex-governador e atual senador Blairo Maggi (PR), o governador Silval Barbosa (PMDB) decidiu fazer ajustes para deixar o comando do Paiaguás com aprovação em alta. Ele deve sair em 2 de abril de 2014, caso seja candidato ao Senado ou a deputado federal; ou em 31 de dezembro, se decidir concluir o mandato.
Contra Silval, pesa o fato de Maggi ter saído do Poder Executivo do Estado com o maior índice de aprovação na história recente de Mato Grosso – pós-divisão de 1977.
“Na prática, o governador decidiu olhar para frente e sair de vez da 'sombra' do [ex] governador Blairo Maggi. É como se fosse o rompimento do cordão umbilical com o antecessor”, avalia uma fonte palaciana, que pede anonimato.
“A imagem dele [Maggi] acompanhou mais de metade do governo Silval, principalmente por causa de algumas denúncias e de comparações das realizações”, observa a mesma fonte.
Ela revela que a situação – as comparações com a ‘sombra’ – incomodava demais a primeira-dama Roseli Barbosa, secretária de Emprego, Trabalho e Assistência Social (Setas); o médico Rodrigo Barbosa, seu filho; e o núcleo palaciano chamado nos bastidores de ‘República de Matupá’.
É uma referência, à boca pequena, feita nas hostes do poder sobre os familiares e aos que são amigos do governador desde os tempos em que foi prefeito de Matupá (1993-96). A ‘República de Matupá’ tem força, também, porque em geral exerce forte influência na maioria das decisões de Silval.
Impedido de disputar um novo mandato ao Governo, já que foi reeleito em 2010, a maioria do grupo de Silval deseja-o candidato para o Senado da República. Existem os mais prudentes, que já o veem como candidato a uma cadeira na Câmara dos Deputados.
BUSCA DE RESULTADOS
Homem de confiança de Silval, o secretário Pedro Nadaf (PR), secretário da Casa Civil, confirma que o governo entrou em uma nova fase. “Agora é hora da ‘colheita’ dos resultados: trabalhamos muito para viabilizar projetos de suma importância para o Estado, como os financiamentos para as obras da Copa do Pantanal e o Programa Mato Grosso Integrado”, enumera resultados para imagem do chefe.
Pedro Nadaf evitou falar do distanciamento ou das comparações da governo Silval e Maggi. “Cada um tem a sua importância para Mato Grosso e as suas realizações. É público que um deu sequência ao outro”, avalia Nadaf, ao apontar que estão sendo construídos quase dois mil quilômetros de rodovias em Mato Grosso, dos quais 600 quilômetros já inaugurados.
Nesse contexto, a prioridade é para a duplicação da BR-364 e 163 de Cuiabá até Rondonópolis, e conclusão do Rodoanel em Cuiabá, cujas obras estão paralisadas desde 2008 por suspeita de superfaturamento.
MARKETING COMO NOTÍCIA
Existe uma avaliação de parte da cúpula palaciana de que a comunicação melhorou, mas há um consenso dos mais chegados a Silval de que se deve avançar muito mais. Nas emissoras de rádio e TV, por exemplo, a maior parte das mídias, em horário nobre na programação local, entra como merchandising.
Parcela considerável dos telespectadores e ouvintes sequer percebe a ‘salada’, que é contada pelos apresentadores de cada horário com se fosse uma notícia factual. A prática foi exaustivamente divulgada nos últimos 30 dias por apresentadores e políticos como deputado estadual Walter Rabello e Toninho de Souza.
A Secretaria de Comunicação do Estado (Secom) possui R$ 36 milhões na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2013. Somados aos quase 20 milhões exclusivos para o marketing da Copa do Pantanal de 2014, vinculados à Secretaria Extraordinária da Copa do Pantanal Fifa 2014 (Secopa), mas sob orientação técnica da Secom.
O secretário Carlos Rayel, titular da Secom, não atendeu nem retornou às ligações da reportagem doHiperNotícias para comentar as técnicas de comunicação neste momento crucial do governo.
Já o secretário Maurício Guimarães, da Secopa, foi sucinto e se limitou a confirmar que a Secom irá “contribuir para o marketing da Copa do Pantanal”. Talvez seja por isso que a única mídia que tende a sofrer poucas alterações seja a das obras da Copa do Pantanal.
SAÚDE POLÊMICA
Silval deseja que o marketing seja arrojado, para mostrar apenas para ilustrar, que, na saúde, o Estado conseguiu 396 novos leitos hospitalares, em convênios. E, ainda, viabilizou recursos para a conclusão do Hospital Universitário, da UFMT, com 250 leitos e 20 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), para ser entregue, em funcionamento, até março de 2014.
Somente na Capital, são 191 leitos públicos: 80 novos leitos no Pronto Socorro Municipal, 50 no Hospital do Câncer de Mato Grosso, e 61 no Hospital Santa Helena. Houve ampliação de leitos nos hospitais regionais de Sinop, Rondonópolis, Cáceres e Sorriso. “Tudo isso tem de ser melhor divulgado”, pontuA um dos líderes da ‘República de Matupá’.
Além disso, a garantia de construção do Hospital Lions da Visão é uma vitória pessoal de dona Roseli. Foi por insistência dela – contra a vontade do então secretário de Saúde – que Silval abraçou a causa. E, de quebra, no segundo semestre, deve ser reiniciada as obras do Hospital da Criança de Mato Grosso, no antigo Hospital Central do Estado, a poucos metros do Palácio Paiaguás.
Silval construiu 25 mil casas populares e deve chegar a quase 40 mil, até dezembro de 2014. Porém, novamente, conforme análise de republicanos matupaenses, falta divulgação adequada.
Com foco nessa estratégia, o marketing de Silval vai se encarregar de tirar seu governo da 'sombra' que ainda representa o peso do antecessor, perante a opinião pública.
FRAQUEZAS SOCIAIS
Entretanto, no meio do assunto espinhoso da saúde, a equipe do Palácio Paiaguás sabe das baixas na imagem e avaliação do governador Silval que tiveram os casos de descredenciamento de hospitais para atender servidores públicos do MT Saúde, a falta de entendimento e resultado concreto sobre as Organizações Sociais da Saúde (OSSs) e o caos de não repasses de recursos a prestadores de serviços em hospitais regionais, como Sorriso e Colíder em 2012.
Os episódios arranharam a imagem da gestão Silval Barbosa no setor, admite em particular o núcleo duro do governo. Alguns auxiliares de Silval creditam a má avaliação do setor perante a opinião pública como um dos fatores para a não eleição a prefeito em Cuiabá do ex-vereador Lúdio Cabral (PT), apoiado ostensivamente por Silval Barbosa (PMDB), no chamado alianhamento de ações governo municipal, estadual e federal, com Dilma Rousseff.
(Colaborou JONAS DA SILVA)
Contra Silval, pesa o fato de Maggi ter saído do Poder Executivo do Estado com o maior índice de aprovação na história recente de Mato Grosso – pós-divisão de 1977.
“Na prática, o governador decidiu olhar para frente e sair de vez da 'sombra' do [ex] governador Blairo Maggi. É como se fosse o rompimento do cordão umbilical com o antecessor”, avalia uma fonte palaciana, que pede anonimato.
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Ela revela que a situação – as comparações com a ‘sombra’ – incomodava demais a primeira-dama Roseli Barbosa, secretária de Emprego, Trabalho e Assistência Social (Setas); o médico Rodrigo Barbosa, seu filho; e o núcleo palaciano chamado nos bastidores de ‘República de Matupá’.
É uma referência, à boca pequena, feita nas hostes do poder sobre os familiares e aos que são amigos do governador desde os tempos em que foi prefeito de Matupá (1993-96). A ‘República de Matupá’ tem força, também, porque em geral exerce forte influência na maioria das decisões de Silval.
Impedido de disputar um novo mandato ao Governo, já que foi reeleito em 2010, a maioria do grupo de Silval deseja-o candidato para o Senado da República. Existem os mais prudentes, que já o veem como candidato a uma cadeira na Câmara dos Deputados.
BUSCA DE RESULTADOS
Homem de confiança de Silval, o secretário Pedro Nadaf (PR), secretário da Casa Civil, confirma que o governo entrou em uma nova fase. “Agora é hora da ‘colheita’ dos resultados: trabalhamos muito para viabilizar projetos de suma importância para o Estado, como os financiamentos para as obras da Copa do Pantanal e o Programa Mato Grosso Integrado”, enumera resultados para imagem do chefe.
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Nesse contexto, a prioridade é para a duplicação da BR-364 e 163 de Cuiabá até Rondonópolis, e conclusão do Rodoanel em Cuiabá, cujas obras estão paralisadas desde 2008 por suspeita de superfaturamento.
MARKETING COMO NOTÍCIA
Existe uma avaliação de parte da cúpula palaciana de que a comunicação melhorou, mas há um consenso dos mais chegados a Silval de que se deve avançar muito mais. Nas emissoras de rádio e TV, por exemplo, a maior parte das mídias, em horário nobre na programação local, entra como merchandising.
Parcela considerável dos telespectadores e ouvintes sequer percebe a ‘salada’, que é contada pelos apresentadores de cada horário com se fosse uma notícia factual. A prática foi exaustivamente divulgada nos últimos 30 dias por apresentadores e políticos como deputado estadual Walter Rabello e Toninho de Souza.
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O secretário Carlos Rayel, titular da Secom, não atendeu nem retornou às ligações da reportagem doHiperNotícias para comentar as técnicas de comunicação neste momento crucial do governo.
Já o secretário Maurício Guimarães, da Secopa, foi sucinto e se limitou a confirmar que a Secom irá “contribuir para o marketing da Copa do Pantanal”. Talvez seja por isso que a única mídia que tende a sofrer poucas alterações seja a das obras da Copa do Pantanal.
SAÚDE POLÊMICA
Silval deseja que o marketing seja arrojado, para mostrar apenas para ilustrar, que, na saúde, o Estado conseguiu 396 novos leitos hospitalares, em convênios. E, ainda, viabilizou recursos para a conclusão do Hospital Universitário, da UFMT, com 250 leitos e 20 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), para ser entregue, em funcionamento, até março de 2014.
Somente na Capital, são 191 leitos públicos: 80 novos leitos no Pronto Socorro Municipal, 50 no Hospital do Câncer de Mato Grosso, e 61 no Hospital Santa Helena. Houve ampliação de leitos nos hospitais regionais de Sinop, Rondonópolis, Cáceres e Sorriso. “Tudo isso tem de ser melhor divulgado”, pontuA um dos líderes da ‘República de Matupá’.
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Silval construiu 25 mil casas populares e deve chegar a quase 40 mil, até dezembro de 2014. Porém, novamente, conforme análise de republicanos matupaenses, falta divulgação adequada.
Com foco nessa estratégia, o marketing de Silval vai se encarregar de tirar seu governo da 'sombra' que ainda representa o peso do antecessor, perante a opinião pública.
FRAQUEZAS SOCIAIS
Entretanto, no meio do assunto espinhoso da saúde, a equipe do Palácio Paiaguás sabe das baixas na imagem e avaliação do governador Silval que tiveram os casos de descredenciamento de hospitais para atender servidores públicos do MT Saúde, a falta de entendimento e resultado concreto sobre as Organizações Sociais da Saúde (OSSs) e o caos de não repasses de recursos a prestadores de serviços em hospitais regionais, como Sorriso e Colíder em 2012.
Os episódios arranharam a imagem da gestão Silval Barbosa no setor, admite em particular o núcleo duro do governo. Alguns auxiliares de Silval creditam a má avaliação do setor perante a opinião pública como um dos fatores para a não eleição a prefeito em Cuiabá do ex-vereador Lúdio Cabral (PT), apoiado ostensivamente por Silval Barbosa (PMDB), no chamado alianhamento de ações governo municipal, estadual e federal, com Dilma Rousseff.
(Colaborou JONAS DA SILVA)
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