Nos últimos 3 anos, 1.800 denúncias de pedofilia chegaram ao Vaticano

EFE
Cidade do Vaticano, 5 fev (EFE).- Nos últimos três anos chegaram ao Vaticano 1.800 denúncias de casos de abusos sexuais contra menores praticadas por clérigos, a maioria cometida entre 1965 e 1985, informou nesta terça-feira o "promotor de Justiça" da Congregação para a Doutrina da Fé, Robert Oliver.


O anúncio foi feito durante a apresentação do simpósio "Em direção à cura e à renovação" na Universidade Pontifícia Gregoriana, que tem como objetivo enfrentar o problema dos padres pedófilos.

O maior número de denúncias (800) foi feito em 2004. Oliver frisou que as acusações chegaram de todas as partes do mundo.

A congregação para a Doutrina da Fé, responsável por investigar estes delitos, enviou em 2011 a todas as conferências episcopais de todo o mundo um guia para enfrentar, de maneira "coordenada e eficaz", os casos de padres pedófilos.

O promotor disse que as guias recolhem as indicações do papa Bento XVI para enfrentar e fazer com que estes casos não voltem a ocorrer, entre elas "assistência às vítimas, proteção aos menores, formação completa nos seminários, apoio aos abusados e colaboração com a justiça".

Oliver ressaltou que as autoridades religiosas têm que colaborar "obrigatoriamente" para elucidar os casos, pois a prática se constitui em um crime.

O promotor acrescentou que inclusive nos países onde esse aspecto não está regulado por leis específicas, "para a Igreja continua sendo uma obrigação moral colaborar com as autoridades civis".

Durante o simpósio foi anunciado a criação do Centro para a Proteção da Criança, com sede em Munique (Alemanha), por parte da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, da Universidade alemã de Ulm e da arquidiocese alemã de Munique.

Durante o simpósio, o cardeal William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, revelou que um total de 4.000 casos de abusos sexuais contra menores foram recebidos nos últimos dez anos e admitiu que a resposta da Igreja foi "inadequada".

Especialistas presentes no encontro disseram que ainda não existe um estudo em nível mundial, mas que só nos EUA estima-se que o número de crianças vítimas de abusos sexuais por clérigos chega a 100.000, mas que também há centenas de registros do crime em países como Irlanda, Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Índia, Holanda, Filipinas e Suíça, entre outros países. 

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