José Geraldo Riva:JONAS JOZINO:Eleição passa por Riva

Ele jura que não é candidato a nada em 2014. Diz estar encerrando sua carreira política. Afirma que desistiu do sonho de disputar o governo do Estado, embora o terno, segundo aliados, esteja pronto e engomado para uma possível posse caso o governador de plantão, Silval Barbosa, renuncie para disputar o Senado e o vice, Chico Daltro, ganhe uma vaga no Tribunal de Contas do Estado. Mas, sendo ou não candidato, será a figura central das próximas eleições, em que pese estar constantemente na mira do Ministério Público Estadual e sempre ameaçado de perder o cargo de deputado. 


José Geraldo Riva, presidente da Assembleia Legislativa, é sem dúvida a noiva da vez, cortejado por todos que sonham com a cadeira hoje ocupada por Silval Barbosa. A sua força política, notadamente no interior, mostra que terão de passar por ele todos os arranjos a quem quiser sonhar com a vitória. 

Nas duas últimas eleições, foi o campeão de votos no Estado. Seus tentáculos não têm a mesma pressão em Cuiabá, onde sua força não é tão intensa. Mas tem o poder de impor condições, de ditar regras. A eleição do ano passado mostrou isso ao eleger como campeão de voto para a Câmara Municipal seu genro, João Emanuel, hoje presidente do Legislativo municipal, numa clara vitória contra o prefeito Mauro Mendes e seus aliados. 

Apesar de afirmar que não tem mais ambição a cargos políticos, vem impondo seu rolo compressor. Além de dar a vitória ao genro, garantiu a secretaria de Cultura do Estado para a esposa Janete Riva. Foi mais além, ao vencer todos os seus adversários e garantir a vitória de Chiquinho do Posto, prefeito de Juscimeira, na presidência da Associação Mato-grossense dos Municípios, com o apoio de Valtenir Pereira, do PSB, mesmo partido do prefeito Mauro Mendes, que apoiou a chapa derrotada. De quebra, ainda garantiu Carlos Brito na secretaria municipal de Esportes de Cuiabá. 

Nem mesmo as dezenas de processos que se acumulam e a constante ameaça do Ministério Público em lhe tirar do cargo conseguem minimizar seu poder político. É um caso a ser estudado com muito carinho pelos historiadores e cientistas políticos. Enquanto isso não acontece, dita sua força e para encanto dos aliados e desesperos dos inimigos será, mais do que em eleições anteriores, o personagem central da próxima eleição. Se não escolher o candidato, vai ungi-lo com a garantia de votos no interior do Estado. De quebra, ainda poderá tirar o paletó do guarda-roupa para como governador de plantão passar a faixa adiante. E depois, sim, vestir o pijama, sem o medo da perda do mandato. 



JONAS JOZINO é editor do caderno de Esportes do Diário de Cuiabá 

jjozino@diariodecuiaba.com.br