Mauro instaura Comissão para apurar valor da dívida de Galindo


Jacques Gosch

   O prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB) assinou decreto criando uma Comissão formada por servidos da secretaria de Planejamento e Finanças, Controladoria e Procuradoria Geral para apurar o valor total das dívidas herdadas do antecessor Chico Galindo (PTB). No lançamento contábil de “restos a pagar”, que o novo gestor encontrou ao verificar o caixa da prefeitura, consta um montante superior a R$ 70 milhões. O valor declarado pela equipe de transição do petebista, entretanto, não chegava a R$ 21 milhões. No débito deixado pela gestão anterior, pelo menos R$ 40 milhões são referentes ao programa Poeira Zero, tido como a "menina dos olhos" de Galindo.
   Sobre a dívida, Mauro afirma que qualquer posicionamento ainda é prematuro. Segundo o prefeito, os números divulgados são extra-oficiais. “Os débitos que forem identificados pela Comissão podem ser lançados na dívida ativa. Tudo será feito de acordo com a legislação”, garantiu.
   Sem esconder o descontentamento, Mauro confirmou que Galindo havia prometido deixar R$ 15 milhões em caixa. “A surpresa é que havia apenas R$ 95 mil. Com esse valor, nada podemos fazer”, admitiu.
   Embora tenha ficado surpreso com a situação financeira da prefeitura, Mauro mantêm no secretariado três colaboradores de Chico Galindo que ocupava postos-chave na gestão anterior. Lamartine Godoy (PTB), nomeado para o Desenvolvimento Urbano, foi o “homem-forte” do ex-prefeito ocupando as secretarias de Saúde e Governo. Já Guilherme Muller (Receita) e Adriana Barbosa (Gestão) eram membros da “equipe econômica“ do petebista.
   O prefeito defende as nomeações afirmando que a questão da dívida pública, omitida por Galindo, não era da alçada dos secretários mantidos nos cargos. “O Guilherme Muller cuidava da arrecadação. As dívidas não eram sua atribuição. O Lamartine e a Adriana também não cuidavam do assunto”, justificou.
   Evitando criticar Galindo, Mauro afirmou que cumprirá rigorosamente a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “Vou cumprir todas as minhas obrigações como gestor. Determinei que a prefeitura só faz despesas com dinheiro em caixa. Tudo será pago literalmente em dia”, concluiu.
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