Ao lançar na manhã de hoje o programa "Mutirão da Limpeza", o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), reconheceu que o fato de ter encontrado o caixa com apenas R$ 95 mil deixados pelo ex-prefeito Chico Galindo (PTB) dificultará a execução de ações emergenciais na cidade. "A informação que me foi repassada não foi a adequada para a que encontrei", disse.
Publicamente, Galindo anunciava aos quatro cantos da cidade que deixaria o mandato com cerca de R$ 15 milhões e sem dívidas. Todavia, após tomar posse, Mauro encontrou outra realidade com caixa quase zerado e dívidas que ainda não foram contabilizadas. No entanto, dados preliminares apontam restos a pagar de R$ 30 milhões somente no programa "Poeira Zero" e R$ 1,6 milhão com empresas de comunicação.
Mauro Mendes anunciou a criação de uma comissão para averiguar todas as dívidas deixadas pelo ex-gestor da capital. "É uma determinação expressa minha de que todas obras serão auditadas e só serão pagas após a qualidade ser comprovada. Não aceitarei uma obra que é inaugurada hoje e amanhã já acaba", avisou.
Ainda sobre a auditoria, Mauro Mendes explicou que pagará em dia "tudo que for comprado" durante sua administração. Em relação a dívida de Galindo, o prefeito explicou que tomará as medidas legais e cabíveis com base no que diz a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Ele considerou que todos os gastos só serão feitos com autorização pessoal dele. "Sem dinheiro, não dá para fazer milagre. Assumi para administrar um grande desafio, mas não esperava um caos tão grande", frisou.
SECRETARIADO
Em relação as reclamações de aliados políticos que não teriam sido ouvidos na composição do secretariado, Mauro Mendes garantiu que consultou as legendas respeitando a hierarquia política. "Tenho uma dinâmica de trabalho e os partidos foram consultados", disse, ao prometer que anunciará até sexta-feira o nome do novo secretário de Esportes, único cargo indefinido.
Sobre as reclamações dos vereadores Onofre Júnior, Faissal Kalil e deputado federal Valtenir Pereira, todos do PSB, de que não foram consultados para a composição do primeiro escalão, o prefeito cuiabano demonstrou que ainda tem "remorso" com o fato dos parlamentares não terem votado no candidato apoiado por Mauro Mendes para presidência, o vereador Adilson Levante (PSB). "Assim como eles (vereadores) não seguiram a orientação do partido, não precisamos ouvi-los", disse.