Tratamento de ex-primeira-dama vira polêmica eleitoral

Após atacar crise na Saúde, Maggi se viu obrigado a lidar com episódio
MIDIA NEWS
Tratamento de ex-primeira-dama vira polêmica eleitoral
 Uma polêmica envolvendo um tratamento de saúde da ex-primeira-dama Terezinha Maggi vem “apimentando” os bastidores das eleições em Cuiabá. Tudo começou quando o candidato a prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB) resolveu atacar o governador Silval Barbosa (PMDB), em seu programa gratuito de televisão, por causa dos problemas no setor da Saúde em Mato Grosso.
 
 
O marketing de Mendes escalou os senadores Pedro Taques (PDT) e Blairo Maggi (PR) para “detonar” o fato de que o governo fez repasses, da ordem de R$ 34 milhões, à Assembléia Legislativa, referente a “excesso de arrecadação”, mas que para a Saúde não haveria recursos.
 
 
 Na TV, Taques, que foi o mais incisivo, ignorou que os repasses são constitucionais, e que o Tribunal de Justiça, por exemplo, também os recebeu.
 
Logo depois dos ataques, na semana passada, começou a circular nos bastidores a informação de que um tratamento da ex-primeira-dama teria custado mais de R$ 600 mil, e que o mesmo, apesar da fortuna da família Maggi, teria sido pago pelo MT Saúde.
 
 
Terezinha enfrentou problemas graves após uma cirurgia para redução de estômago, feita em março de 2009 no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Em seu retorno a Cuiabá, ela teve um mal-estar súbito, voltou a ser hospitalizada e contraiu uma infecção hospitalar.
 

Contravapor
 
A estratégia dos adversários, ao dar visibilidade ao caso, era constranger Blairo e, ao mesmo tempo, insinuar que o fato (assim com outros semelhantes) teria ajudado a instalar a crise no MT Saúde. 
 
 
Nos bastidores, Maggi conversou com interlocutores do governo e teria pedido ao próprio governador Silval que não deixasse seu grupo político usar o caso eleitoralmente.
 
 
O caso ganhou publicidade quando a Assembléia instalou uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), nesta semana, para apurar a falência do MT Saúde – e o deputado José Riva (PSD) falou abertamente sobre o caso.
 
 
“É preciso que se esclareça, exatamente, em quais circunstâncias a ex-primeira-dama foi beneficiada pelo MT Saúde. A família Maggi é uma das mais ricas e abastadas de Mato Grosso e, a meu ver, não precisaria receber dinheiro do MT Saúde, criado para atender o funcionalismo”, afirmou Riva, da tribuna da Assembléia.
 
 
A reportagem conversou com o secretário de Estado de Administração César Zílio, que se esquivou de falar sobre o caso. 
 
 
Ele disse que não tinha informações sobre o episódio, e que a questão estava sendo tratada pelo chefe de gabinete de Silval Barbosa, Silvio Cezar Corrêa, e pelo presidente do MT Saúde, Gelson Esio Smorcinski.
 
 
Ambos não atenderam, ou retornaram, as ligações feitas pelo site.
 

R$ 204 mil
 
Apesar da preocupação, Maggi minimizou o fato de o MT Saúde ter pago o tratamento da esposa. Ele disse que o tratamento custo cerca de R$ 204 mil.
 
 
“Não vejo problema algum. À época, eu era governador e nós tínhamos esse plano de saúde. Eu era mutuário do plano e a Terezinha também, a exemplo de todos aqueles que foram encaminhados para fora do Estado naquele período, o plano já nasceu assim e fazia essas coberturas. Então, o plano não cobriu só as despesas que a Terezinha teve à época, mas de todos aqueles que foram enviados pra lá e isso é só uma questão de se pedir ao MT Saúde a relação”, afirmou.
 
 
“Não tenho nada a esconder. Inclusive, as despesas foram na ordem de R$ 204 mil, mas R$ 95 mil que foram custeados de médicos por mim, porque o plano na época não cobria”, afirmou.
 
 
Maggi disse lamentar a polêmica em período eleitoral, e se dispôs a devolver o dinheiro.
 
 
“Não tenho nada para esconder, está tudo lá aberto. Eu só lamento que essas coisas venham a público exatamente em um momento de disputa eleitoral, quando qualquer lambari vira tubarão e essas coisas todas aí que não vem ao caso. Agora, se é esse valor daí que quebrou o plano de saúde, eu estou pronto para devolver e a gente coloca o plano para funcionar de novo”, afirmou.