ENTREVISTA: LUCIMAR CAMPOS DO DEM DE VÁRZEA GRANDE

Safiyah Beatriz- da redação/com DIário de Cuiaba
Ex-primeira-dama do Estado, a democrata Lucimar Campos critica o atual prefeito e afirma que o social deve ser a prioridade de um gestor
Nome: Lucimar Sacre de Campos
Profissão: Empreendedora social
Estado Civil: Casada
Filhos: 4
Naturalidade: Avaré (SP)
RENATA NEVES
Da Reportagem
Esposa do senador Jayme Campos, Lucimar Sacre de Campos é a pré-candidata do DEM à prefeitura de Várzea Grande. Embora nunca tenha disputado cargo eletivo, ela aposta na experiência adquirida e nos trabalhos desenvolvidos durante os 25 anos em que o marido está na vida pública e garante que está preparada para o desafio.
Numa demonstração de que não fugirá do embate, responde às críticas tecidas por opositores referentes ao interesse da família Campos em retornar ao poder e afirma que “praticamente todas as obras que existem em Várzea Grande foram os Campos que deixaram”. Além disso, critica a gestão do atual prefeito, Sebastião Gonçalves (PSD), o “Tião da Zaeli”, e diz que o povo precisa de mais respeito.
Atualmente, a ex-primeira-dama do município se dedica a cuidar do Instituto Jaiminho, onde recebeu a reportagem para esta entrevista. A instituição atende crianças carentes do município e oferece aulas de reforço, dança, teatro, música e informática, além de outras oficinas.
Se for eleita, pretende trabalhar em harmonia com os vereadores para suprir as demandas emergenciais do município, além de priorizar o social e trabalhos que garantam desenvolvimento sustentável.
Diário de Cuiabá – Na pesquisa Ibope divulgada recentemente pelo Diário, a senhora aparece tecnicamente empatada com o pré-candidato a prefeito do PMDB, deputado estadual Wallace Guimarães. A senhora acredita que o legado deixado por Jayme Campos vai contribuir com a sua pré-candidatura de forma suficiente para garantir a vitória no pleito?
Lucimar Campos – Eu acredito que tudo é uma soma. Sempre que Jayme foi candidato eu trabalhava como sua companheira com a intenção de poder ajudá-lo, captando votos, conhecendo as pessoas, levando o nome dele aos bairros de Várzea Grande, e isso fez com que nós nos aproximássemos muito do povo. Uma das características principais do Jayme é trabalhar ao lado do povo. Em todas as suas administrações existem esse pormenor. Em tudo aquilo que Várzea Grande tem ele sempre teve a participação do povo pedindo, conclamando uma obra aqui, outra ali, ou qualquer trabalho social juntamente com esse povo.
Diário – Com quais partidos o DEM está conversando para formar uma eventual aliança?
Lucimar – O DEM está conversando com vários partidos. A gente está vendo, avaliando com todo o respeito os partidos políticos que têm o ideal de trabalhar pelo povo e para o povo. Estamos vendo com quem o DEM vai somar. Conversando e dialogando para podermos fazer um trabalho melhor.
Diário – Como a senhora avalia a gestão do atual prefeito Tião da Zaeli?
Lucimar – Acho que precisa de mais respeito com o nosso povo. O nosso povo é humilde, trabalhador e guerreiro e sempre esteve presente em todos os trabalhos. O povo de Várzea Grande espera progresso, desenvolvimento, e isso não está acontecendo agora. Por quê? Eu pergunto para você. Será que é falta de administração? Será que é falta de saber governar, administrar, uma cidade? Talvez seja isso realmente que precisa. Uma melhor experiência, uma melhor dedicação, além de respeitar e gostar da nossa cidade e do nosso povo.
Diário – A senhora já tem um plano de governo?
Lucimar – Nós estamos elaborando. Estamos convidando as pessoas para conversar e avaliar o que o povo da cidade tem como prioridade. Porque, se você pensar hoje na Várzea Grande, o problema está em todos os lugares. Veja você: na área econômica não se tem dinheiro para fazer obras. Muitas vezes, alguns administradores dizem que não podem isso ou aquilo por falta de verbas de políticos, senadores ou deputados que tiveram voto pela cidade e tudo isso gera polêmica porque Várzea Grande hoje não pode receber emendas do governo federal por não terem documentações que permitam a vinda dessas emendas. Então, fica difícil para uma cidade ser administrada. Aí vem e falam que a conta é impagável. Por que impagável? Jayme deixou na prefeitura de Várzea Grande uma certidão dizendo que todos os compromissos estavam sanados e estavam sendo bem articulados para ser sanados. Logicamente, existem questões antigas que a gente vai pagando conforme as negociações e Jayme foi um ótimo prefeito, modestamente falando. Jayme fez muitas escolas e praticamente todo o asfalto que existe em Várzea Grande. Jayme tem uma visão incondicional de trabalho com visão de futuro para nossa cidade. Praticamente todas as obras que existem em Várzea Grande foram os Campos que deixaram. Não existe oposição verdadeira quando dizem que os Campos nunca fizeram nada pela nossa cidade. Agora, o que nós estamos sentindo atualmente é justamente isso: a falta de novas escolas, de creches para as mães poderem trabalhar. E isso tudo é uma grande preocupação para nós, para mim e o Jayme. Tanto, que nós resolvemos atender esse chamamento do nosso povo justamente pela preocupação e pelo respeito à nossa cidade.
Diário – Como a senhora avalia as críticas tecidas por algumas pessoas sobre o interesse da família Campos em retornar ao poder?
Lucimar – Às vezes, falam para mim que se eu for candidata e prefeita terá continuísmo. Eu já prefiro dizer que sou uma continuação do ideal que a nossa família tem perante a nossa cidade e o nosso povo. Jayme foi três vezes prefeito e sempre teve a preocupação de fazer um grandioso trabalho. Tanto é, que se Várzea Grande tem hoje um pronto-socorro é por causa dele. Até o Hospital Central Metropolitano do Cristo Rei foi Jayme quem deixou para ser construído. Então, eu acredito que ele é realmente uma pessoa que fez muito e faz por Várzea Grande, e sendo eu, ele ou qualquer pessoa que venha a ser candidato a prefeito pelo DEM, tenho certeza absoluta de que é o partido que vai realmente melhorar a cidade.
Diário – Qual a contribuição que a família Campos pode fazer agora à cidade que não fez antes?
Lucimar – A gente está pensando em fazer muitas coisas, mas acredito que, para começar, precisamos fazer o emergencial. Nós precisamos trazer a saúde dentro de um todo no melhoramento desse atendimento. Hoje, se você for ao nosso pronto-socorro, há greve de médicos, de enfermeiros, e aí, onde o povo fica? Lá, não há praticamente nenhuma dignidade. Então, nós precisamos, sim, olhar pela saúde, mas não para a construção de um novo hospital, de um novo pronto-socorro, e sim melhorar aquilo que se tem. Várzea-grandense não está precisando de coisas futuras, está precisando sanar o que está ruim. Várzea Grande está indo de mal a pior. Estamos com um projeto de desenvolvimento sustentável onde a economia, o meio ambiente, a educação e o social estarão juntos. O desenvolvimento sustentável é um planejamento da geração atual. Há 12 anos vem se instalando, procurando mostrar à população que esse programa é o futuro para todos nós e isso tudo somado à economia, ao social, à educação e ao meio ambiente vai gerar melhoria. Eu gostaria de implantar junto ao nosso povo guerreiro e batalhador esse tipo de atuação para que nós possamos realmente conseguir mais progresso, mais desenvolvimento, mais geração de emprego, mais renda, mais asfalto e tudo o que é necessário para que nosso povo fique mais feliz.
Diário – Se for eleita, qual será o perfil da sua administração? Será semelhante ou diferente da do ex-prefeito Jayme Campos?
Lucimar – Isso ainda será avaliado, afinal cada um tem seu estilo de fazer e de pensar. Acredito que se eu for a candidata e a prefeita da nossa cidade vou, sim, estar ao lado do Jayme para fazer um grandioso trabalho incluindo sempre o social, porque ele teve esse poder de trabalhar em prol do povo.
Diário – Falando em social, a senhora é presidente do Instituto Jaiminho, que desenvolve projetos nessa área. Se for eleita, irá priorizar trabalhos como esse?
Lucimar – Eu acredito que o social é uma palavra pequena, mas é muito abrangente. Em todos esses anos de vida pública eu sempre trabalhei diretamente com o povo e vejo que o social faz parte da economia, do setor privado, do setor educacional, porque tudo é social. Na saúde, como hoje, nós precisamos de médicos, de enfermeiras e de remédios. A infraestrutura municipal, como é o caso hoje em que precisamos de mais asfaltos e rede de esgoto. Geração de emprego é uma das coisas mais importantes de que precisamos em nossa cidade. Não podemos depender de outro município, como Cuiabá. Precisamos ter investimentos e incentivos fiscais para poder trazer empresas para que o nosso povo não precise ir para outro lugar. Eu e Jayme sempre tivemos uma visão de futuro muito grande e eu sempre tive muitas alegrias nos trabalhos que fiz no social, como no “Sempre Amigas”, que foi o último que desenvolvemos aqui.
Diário – A senhora acredita que está preparada para esse desafio, mesmo nunca tendo disputado um cargo eletivo?
Lucimar – Eu acredito que tudo depende de você. Acho que você não precisa de cargos e sim de ter inteligência, experiência e precisa querer. Eu me sinto muito preparada porque tenho inteligência, criatividade, estudo e experiência. Conheço bastante Várzea Grande, conheço meu povo, sei das nossas necessidades, sei como trabalhar e por isso sei que vou fazer um grandioso trabalho dentro da nossa cidade. Isso porque o povo realmente está precisando e se eu estou nessa hoje é porque estou recebendo o chamamento da nossa população.
Diário – Como a senhora avalia a atenção que está sendo dada a Várzea Grande em relação às obras da Copa?
Lucimar – Eu acredito que essas obras de infraestrutura estão sendo viáveis para o nosso município, mas também dependem muito do administrador. O administrador tem que ver, ir atrás, procurar…
Diário – A senhora quer dizer, com isso, que está faltando empenho da atual administração para trazer mais obras para a cidade?
Lucimar – Não só mais obras, mas mesmo essas que estão aí precisam ser vistas mais de perto, para que a gente realmente tenha responsabilidade quanto às datas de conclusão das obras. A administração deve atuar perante elas, porque a cidade realmente vai ficar mais bonita com essas obras.
Diário – Como a senhora avalia a atuação dos vereadores do município e a importância de manter sintonia entre Executivo e Legislativo municipais?
Lucimar – Hoje, eu acredito que os vereadores também estão com dificuldades com a própria prefeitura pelo andar da administração que ora está se apresentando. Eu acredito que os vereadores poderiam fazer um pouco mais de trabalho com o prefeito. Eu já gostaria de ter um trabalho mais fecundo com os vereadores, como Jayme sempre teve, trabalhando juntos porque os vereadores, na verdade, é que trazem para o prefeito aquilo que a população quer em suas comunidades.
Diário – Como a senhora avalia a gestão do governador Silval Barbosa?
Lucimar – Uma gestão praticamente saudável porque Silval tem procurado fazer um bom trabalho para o nosso Estado, mas eu acho que ele poderia fazer mais empreendimentos para trazer mais depressa soluções para vários problemas que aqui estão se instalando. Acredito também que eles estão pensando muito na Copa do Mundo e deixando outros setores de lado como a educação, por exemplo.

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