CPI ouve pesquisador sobre tráfico e exploração de mulheres

A Comissão Parlamentar de Inquérito do Tráfico de Pessoas ouviu na manhã desta terça-feira (03/07) o professor de direito e autor de pesquisa sobre exploração de mulheres, Hédel de Andrade Torres. A audiência pública foi requerida pela deputada Flavia Morais (PDT-GO), relatora da CPI.
Para a deputada Flávia Morais, autora do requerimento para realização da audiência, a  participação do professor foi de grande importância,  porque ele apresentou dados que servirão para embasar o relatório que será  apresentado por ela à CPI. O professor é  autor do livro “Tráfico de Mulheres – Exploração Sexual: Liberdade e Venda”, um estudo realizado no Estado de Goiás, especificamente nos municípios de Minaçu, Uruaçu, Anápolis, Silvânia e São Miguel do Passa Quatro, localidades com maior incidência da prática criminosa.
Segundo Héldel Torres, o índice do tráfico de mulheres é muito maior se comparado com o de crianças, adolescentes e homens. “As mulheres muitas vezes abandonam sua terra natal sabendo que poderão ser submetidas a algum tipo de atividade irregular, exploradas sexualmente como escravas ou até mesmo para tráfico de órgãos, mas não podemos desmerecer a questão dos direitos humanos”, disse o professor.
O professor alertou que a sociedade brasileira desconhece o tráfico de mulheres e,  principalmente, que o Brasil possui políticas e planos nacionais de enfrentamento ao tráfico desde 2006, com o objetivo de seguir as diretrizes constantes do Protocolo de Palermo, do qual o Brasil é signatário desde 2004. “Muito já foi feito, mas muito há por fazer e implementar na legislação brasileira sobre o tema”, disse.
Com relação ao tráfico de órgãos Torres disse que a questão vai além, seguindo um modelo muito antigo, que, segundo ele, se dá quando a uma pessoa passa a ser identificada como
“coisa” e não como um ser humano. Ele citou ainda que o entorno do Distrito Federal já possui o tráfico de órgãos e as autoridades conhecem e estão buscando a esclarecer os fatos.

0 Comments:

Postar um comentário

Para o Portal Todos Contra a Pedofilia MT não sair do ar, ativista conclama a classe política de MT
Falta de Parceiros:Falsos militantes contra abuso sexual e pedofilia sumiram, diz Ativista
contato: movimentocontrapedofiliamt@gmail.com