O novo cenário é prova de que o governador Silval Barbosa (PMDB) não acatou a vontade do cacique e presidente estadual da sigla
A intervenção que provocou reviravolta na Capital com a união entre o PT e o PMDB, tendo Lúdio Cabral como cabeça de chapa, e Francisco Faiad, como vice, foi a grande surpresa das convenções realizadas no último sábado (30). O novo cenário é prova de que o governador Silval Barbosa (PMDB) não acatou a vontade do cacique e presidente estadual da sigla, deputado federal Carlos Bezerra e, pela primeira vez, mostrou força entre os peemedebistas. A avaliação foi feita pelos analistas políticos João Edison e Alfredo da Mota Menezes, em entrevista nesta segunda (2).
Bezerra queria a candidatura do ex-vereador Totó Parente, que minou o projeto do empresário Dorileo Leal ao cargo. Assim, manteria a influência na Capital. Para João Edison, que esteve na convenção do PMDB, a queda de Totó foi uma surpresa até para os próprios membros do diretório. “Até as faixas que estavam na convenção colocavam Totó como candidato”, ressalta.
Outra polêmica foi a escolha do ex-secretário estadual de Cultura deputado João Malheiros (PR), que disputa o posto de vice do empresário Mauro Mendes (PSB). A indicação do republicano causou racha na sigla, principalmente pela divisão de opinião entre os candidatos a vereador, que preferiam Francisco Vuolo a Malheiros. “Vereadores do PR, por debaixo dos panos, vão acabar fazendo campanha para outros”, avalia João Edison.
Para Menezes, a Assembleia também ajudou a “empurrar” Malheiros para uma composição com Mauro. A estratégia seria não só beneficiar suplente Emanuel Pinheiro, que seria efetivado na cadeira, como ampliar os votos disponíveis para 2014, tendo em vista que Malheiros tem uma base forte na Capital. O analista lembra que a ida de Sérgio Ricardo para o TCE já havia alterado o cenário.
Os analistas também avaliaram a performance do senador Pedro Taques (PDT), que antes de sábado percorria um caminho único, com críticas ao aliado Mauro Mendes, todavia, numa atitude incoerente, mas política, retornou ao grupo do socialista. “Uma incoerência do Bezerra não faz diferença, porque o PMDB é incoerente por natureza”, diz João Edison.
Eles também lembram que tanto o tucano deputado Guilherme Maluf, quanto o ex-secretário de Comunicação Carlos Brito (PSD) são nomes fortes na eleição deste ano. “O ideal seria a união de Maluf e Brito, seriam 3 candidaturas fortes”, avalia Menezes. Apesar disso, a determinação nacional do PSDB é por candidatura própria, o que deve alavancar a sigla na Capital. “O PSDB era o maior partido do Estado, depois cabia dentro de um fusca e agora cresceu um pouco e cabe num ônibus escolar”, completa.
Já a menor sigla com candidatura própria, o PSol, de acordo com João Edison, seria mais forte se lançasse o procurador Mauro Lara como vereador ao invés de prefeito. “Ele teria mais chance. Mas esse ano deve receber mais votos que na eleição anterior”.
Várzea Grande: A eleição em Várzea Grande, para os analistas, promete ser a mais acirrada dos últimos anos. Para eles, as amarrações políticas firmadas no sábado beneficiaram o prefeito Tião da Zaeli (PSD), que tem como vice uma mulher, sindicalista e sem rejeição, Eunice Teodoro, a Nicinha (PSB). Já o candidato do PMDB Walace Guimarães vai carregar consigo o peso da má gestão do prefeito cassado Murilo Domingos (PR), tendo em vista que tem o republicano Wilton Coelho, o Wiltinho como vice na chapa.
Menezes, contudo, não aposta na possibilidade de Tião reverter a rejeição, que atingiu patamar muito alto. João Edison, por sua vez, destaca que existe a chance de um desses 2 candidatos jogarem a toalha para garantir que a candidata do DEM Lucimar Campos perca nas urnas. Eles destacam que todo o quadro deve estar definido até setembro.
Menezes avalia também que a democrata tem boa aceitação da população devido as ações realizadas enquanto foi primeira dama e ocupou a secretaria de Assistência Social, mas quem manda é seu marido, o senador Jayme Campos. “Se hipoteticamente a Lucimar perder vai atrapalha a vida política da família Campos. Jayme perder com o irmão e com a esposa é um baque grande”, diz Menezes, se referindo à eleição de 2008, quando o deputado federal Júlio Campos perdeu a eleição para Murilo Domingos.
Os analistas também falaram sobre a interferência direta do presidente a Assembleia José Riva (PSD) nas definições referentes à Várzea Grande. Segundo Menezes, Riva sempre participou de forma mais velada e, agora, “saiu da garupa e montou no cavalo”.
Fonte: RD News
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