Cuiabá:O boom do puxadinho

Explosão do mercado imobiliário nos últimos anos realizou o
sonho de muitas famílias, mas causou dor de cabeça em outras 


Tchélo Figueiredo/DC
Condomínio Valência, na saída para Chapada dos Guimarães: com churrasqueira, mas sem banheiro
ALECY ALVES
Da Reportagem

Que o acesso ao financiamento de imóveis está mais fácil para todas as faixas sociais é inegável. Cuiabá e Várzea Grande, por exemplo, estão vivendo uma explosão imobiliária sem registro na história das duas cidades.

Por todas as regiões que se anda é possível avistar novos edifícios, condomínios fechados e conjuntos habitacionais populares em construção. Também há muitas famílias celebrando a compra da casa própria, o que constitui a realização de um dos maiores sonhos dos brasileiros.

Entretanto, nem todos estão alegres com a concretização do que seria um dos - senão o - negócios mais importantes de suas vidas. Essa é uma situação vivida pelos moradores do Condomínio Valência, um residencial com cinco torres e um total de 115 apartamentos integrante do Parque das Nações, um gigantesco residencial com mais de 40 prédios que está sendo erguido à margem da rodovia Emanuel Pinheiro (estrada de Chapada dos Guimarães).

Entregues em fevereiro deste ano, com oito meses de atraso, os apartamentos não puderam ser ocupados imediatamente porque uma falha na rede elétrica impedia o fornecimento de luz, um problema que demorou dois meses para ser solucionado, segundo a síndica Elisângela Araújo.

As linhas telefônicas e os interfones, também devido irregularidade na construção, continuam sem funcionar, assim como a canalização do gás de cozinha. Em relação ao gás, por exemplo, os moradores tiveram de contratar uma empresa especializada para que um laudo técnico fosse elaborado apontando o problema.

Além disso, os moradores precisam aprender a conviver com situações que não imaginariam verificar em nenhum condomínio, especialmente naquele onde adquiriram seu imóvel. Exemplo: na área onde foram construídos o parquinho infantil e a churrasqueira não há banheiro.

Elisângela conta que se um morador receber os amigos para um churrasco terá de usar o banheiro do próprio apartamento ou do salão de festa da torre mais próxima, se ninguém tiver ocupando o espaço com outro evento. Ela explica que para evitar constrangimento, o condomínio adotou como regra a locação casada da churrascaria com o salão de festa da torre próxima.

Outro motivo de queixa é a guarita, de onde o vigia deveria acompanhar e controlar a entrada e saída de moradores e visitantes. Deveria. Mas não é o que acontece. O banheiro construído no lado onde, pela lógica, deveria haver uma janela que daria visibilidade ao portão obriga o vigia a ficar do lado de fora para ver quem chega e quem sai.

Elisângela diz que pensou que ficaria feliz, mas sentiu tristeza ao identificar tantos problemas no seu primeiro imóvel. Ela diz que pensou que por ser um apartamento novo teria tarefas simples, como instalar grades nas janelas.

Quando visitou o apartamento decorado, diz, lhe mostraram um imóvel refrigerado com ar split e ainda destacaram que o prédio estaria adaptado para receber esse sistema de refrigeração. “Fiquei surpresa ao ver buracos quadrados na parede, sem a canalização apropriada aos modernos refrigeradores de ambiente” diz. Pior ainda, como o apartamento dela é térreo, a água dos aparelhos de ar-condicionado dos demais cai no espaço que seria a sacada.

Mesmo com todas essas irregularidades, destaca a síndica, o imóvel recebeu o habite-se da Prefeitura de Cuiabá e o alvará do Corpo de Bombeiros.

A jornalista Soraia Ferreira teve dores de cabeças menores que os mutuários do Condomínio Valencia, porém suficiente para deixá-la bastante chateada.

Ela recebeu o apartamento com atraso. E quando se mudou com a família, teve uma surpresa logo de cara. Na primeira vez em que utilizou a máquina de lavar roupas, o imóvel ficou alagado.

Soraia conta que deixou as roupas lavando e saiu. Ao retornar, encontrou móveis e outros objetos submersos. O aparador e a mesa de jantar, comprados para a casa nova, por exemplo, tiveram perda total.

Foi aí que a jornalista descobriu que as instalações hidráulicas estavam inacabadas. Havia sifão solto e a tubulação da máquina estava entupida.

O apartamento dela, no Piazza das Mangueiras, apresentou ainda trincos de portas e janelas danificadas. Soraia, então, decidiu relacionar cada problema identificado e protocolar uma reclamação extra-judicial na empresa Vanguard/Plaenge.

Ela conta que após uma vistoria os reparos foram providenciados pela construtora. Meses depois, também a ressarciram dos danos gerados pela perda dos móveis, sem a necessidade de ingressar com ação na justiça.

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