É quase certo que as famosas cenas de pedofilia explícita do filme "Amor, estranho amor", estrelado por Xuxa, em 1982, serão explicadas agora - após suas declarações no programa Fantástico deste domingo (20) - pelo abuso que Xuxa sofreu na infância. Se aplicarmos isso a todos os pedófilos, teremos vítimas de traumas ao invés de criminosos. Pedofilia passará a ser caso para a psicologia, e não para a polícia. Em breve eles serão também vítimas do preconceito da sociedade.
A polêmica envolvendo a entrevista de Xuxa servirá muito bem à causa dadescriminalização da pedofilia, que vem sendo trabalhada pelas Nações Unidas há muito tempo.
Para quem não acredita que haja tamanho maquiavelismo por trás das declarações da apresentadora, basta conhecer a vida e obra de Edward Bernays, o pai das relações públicas e da publicidade, gênio inspirador das teorias de comunicação de massa e grande estrategista responsável pela modificação de imagens simbólicas no público. Bernays atuou para grandes empresas nos EUA e foi o responsável pela explosão do consumo antes da crise de 1929. Até mesmo o nazista Joseph Goebbels admitiu ter sido inspirado pelas técnicas e resultados que Bernays teve nos EUA.
Um dos grandes feitos de Bernays foi romper o tabu que existia na sociedade da época em relação ao cigarro e às mulheres, utilizando técnicas da psicanálise na propaganda, além da grande influência que tinha na imprensa. Ele contratou 10 moças debutantes para ir a um evento público com cigarros escondidos e, ao seu sinal, começariam a fumar diante dos olhos da multidão. Bernays enviou press releases para todos os jornais avisando que haveria um protesto pela libertação das mulheres no referido evento. A partir daquele dia não foi mais preciso contratar ninguém. Aquilo que não era comentado passou a ser motivo de debate e discussão pública, gerando polarização. O cigarro, para mulheres, passou a ser sinônimo de liberdade.
Este tipo de técnica é aplicada mediante a criação de eventos ou fatos midiáticos que estimulem a discussão e a opinião sobre o assunto, fazendo-os coincidir com determinadas idéias postas em circulação paralelamente. O que antes não era discutido por questões de moralidade, passa a ser pauta dentro dos lares, empresas, cafés, etc., dando a idéia de uma demanda natural do público. Com essa mudança de posição, o tema trabalhado ganha espaço considerável e torna-se apto a ser preenchido aos poucos com o sentido desejado pela campanha. Neste sentido, campanhas anti-pedofilia tendem a provocar o efeito contrário, já que o conteúdo de uma mensagem carrega junto dele sempre o seu oposto. Independente da oposição pública ao uma idéia, a imagem mental dessa idéia sai vitoriosa e alcança o objetivo de pertencer ao imaginário popular, de onde jamais sairá.
A pedofilia sempre foi considerada um fato tão monstruoso que não era digno de ser falado. A exposição do assunto por meio de uma campanha aparentemente justificada por repetidas notícias de casos cada vez mais revoltantes vai rompendo o tabu e tornando o assunto discutível. A menção do assunto em lares familiares, em conversas entre pais e filhos, torna o fantasma da pedofilia um elemento constante do imaginário entre adultos e crianças, o que facilitará a mudança de mentalidade almejada para o futuro.
Bernard Cohen já dizia que quando a mídia não consegue determinar como o público vai pensar, ela consegue ao menos determinar o que ele vai pensar e discutir. Isso significa que o conteúdo da mensagem pouco importa, mas sim o debate gerado, o rompimento do tabu. Qualquer publicitário sabe que para a aceitação de uma campanha polêmica o primeiro passo é torná-lo assunto, seja na forma negativa ou positiva. A campanha contra as drogas, por exemplo, transformou o usuário de criminoso a doente, e hoje vemos campanhas pelo mundo todo pedindo a legalização de todas as drogas.
Mas vejamos como isso aconteceu no caso em questão: as declarações de Xuxa no Fantástico trazem à mente do telespectador minimamente informado as cenas de pedofilia do filme “Amor, estranho amor”, de 1982, onde a futura rainha dos baixinhos flerta nua com um menino de 12 anos. As declarações do presente acenderão uma avalanche de menções ao passado. Ao ser colocada em pauta, Xuxa passa a ser um assunto vinculado à pedofilia, mesmo que oficialmente como vítima. O processo de vitimização da apresentadora iniciado a partir das declarações torna o deslize do passado de sua carreira algo perdoável e explicado pelo abuso na infância.
A descriminalização oficial da pedofilia, no caso de Xuxa, será fácil. A apresentadora na época era menor de idade, o que torna impossível qualquer punição jurídica, além do fato de que o suposto crime prescreveu, dado o tempo decorrido. Milhares de pedófilos acusados ou presos podem, agora, declararem-se inocentes, devido um trauma no passado remoto que jamais poderá ser investigado.
Toda a teoria da comunicação de massa é a descrição deste tipo de processo de transferência e mudança de sentido e, mesmo que todos os teóricos estivessem bem intencionados, seria muito difícil que conseguissem transmitir suas boas intenções aos organismos de engenharia social que desde a Primeira Guerra Mundial tentam controlar a cognição das massas financiando o trabalho destes mesmos pesquisadores. Portanto, uma explicação mais ingênua deste processo, baseada no acaso, deve ser descartada em favor do bom senso.
A “causa” da pedofilia
A Comissão sobre População e Desenvolvimento das Nações Unidas considerou os “direitos de saúde sexual e reprodutiva” para crianças de até dez anos. Até mesmo o secretário-geral Ban Ki-Moon concordou. Numa declaração recentemente dada ele disse: “Os jovens, tanto quanto todas as pessoas, têm o mesmo direito humano à saúde, inclusive saúde sexual e reprodutiva”.
A associação desse direito com jovens, principalmente crianças, feita pelo secretário-geral e pela Comissão sobre População e Desenvolvimento (CPD) é muito grave, se considerarmos que se pôde definir o direito como incluindo acesso ao aborto e à contracepção. É claro que os pedófilos não querem ter de arcar com a gravidez de suas vítimas.
Auxiliado de um lado pela noção de opressão sexual criada por seu tio Sigmund Freud (responsável máximo pela erotização das crianças) e de outro por Walter Lippmann, que via a opinião pública como uma turba de incultos sem o controle de uma classe de esclarecidos, Bernays entende que a necessidade de consumo não é suficiente para suprir a demanda de sonhos que seriam necessários para tornar a massa mais controlável. No livro Propaganda, de 1928 (que estranhamente não conta com tradução para o português), o pai das relações públicas admite que seria uma extrema imprudência da parte dos governos do futuro se não contarem com técnicas bem definidas para controlar a opinião pública, já que ela se tornaria caótica e perigosamente incontrolável. Era consenso entre estudiosos de comunicação a necessidade daquilo que o romancista H. G. Wells chamava de “governo invisível”.
Quando aliadas a técnicas da psicanálise (Bernays foi o primeiro divulgador de Freud nas Américas), a temática sexual atraiu a atenção de teóricos que tinham a sociedade não como objeto de estudo, mas como de experiências para as suas teorias. Alfred Kinsey, em 1948, ficou famoso por seu Relatório que apontava números sobre o homossexualismo que serviram bem para as campanhas pela descriminalização nos EUA da época. O que podemos dizer de relevante sobre este sujeito é que ele era seguidor declarado do satanista Aleister Crowley e que foi diversas vezes acusado de fazer experiências sexuais com crianças (ler ‘O Movimento Homossexual’, de Julio Severo (http://pt.scribd.com/doc/62711163/O-Movimento-Homossexual). Hoje sabe-se que o relatório de Kinsey foi um embuste dos mais escandalosos, mas pouco adiantou, já que o objetivo era somente criar uma militância e um desejo de autodeterminação entre homossexuais. Até hoje estes números são sempre utilizados por movimentos pela “diversidade”. Para Kinsey, amparado pela repressão sexual denunciada por Freud, a sociedade é enrustida e hipócrita, toda ela doente e libertina.
É bom lembrar que o homossexualismo, no passado, era considerado crime e foi devido a pressões por parte de ativistas que foi considerado doença. Depois de diagnosticada a doença, chegou o momento de afirmar-se como grupo social e até gênero discriminado, ganhando em seguida uma série de benefícios sociais cujo mais recente é a lei da “homofobia”.
A entrevista de Xuxa – mera peça publicitária - é algo velho e batido, mas que funciona como método de modificação de mentalidades. John Coleman, no livro O Instituto Tavistock de Relações Humanas, conta como os engenheiros sociais do famigerado instituto de pesquisas financiado pela Fundação Rockfeller pagavam grandes somas para que celebridades concedessem entrevistas sobre temas sexuais. O objetivo era o mesmo das propagandas de cigarro que incluíam astros de Hollywood.
Sabendo disso, o telespectador comum pode experimentar relacionar fatos midiáticos, ligados a celebridades preferencialmente, com questões políticas que polarizem discussões, como o desarmamento, passeatas pela diversidade, racismo, violência contra mulheres etc. Não está em questão qual a real validade ou necessidade destas discussões para a sociedade, mas sim a procedência real de alguns fatos públicos orientados muitas vezes pelo interesse de grupos regados a financiamentos muitas vezes milionários. Assim, estes grupos buscam dar a idéia de uma singela coincidência de demandas populares por “direitos historicamente sonegados” contando, para isso, com a colaboração de uma imprensa que, ou não conhece a procedência de suas próprias técnicas, ou trabalha literalmente para o outro lado sem nenhuma consciência de culpa.
Referências:
Edward Bernays – Propaganda (1928)
Walter Lippmann – Opinião Pública (1922)
John Coleman – O Instituto Tavistock de Relações Humanas
(http://pt.scribd.com/doc/70253095/O-INSTITUTO-TAVISTOCK-DE-RELACOES-HUMANAS-I)
The Century of the Self. (Documentário da BBC)
Julio Severo – O movimento homossexual (http://homofobianaoexiste.wordpress.com/topicos-interessantes/homossexuais-e-os-relatorios-kinsey/)
ESCRITO POR CRISTIAN DEROSA | 25 MAIO 2012
MEDIA WATCH - OUTROS - PUBLICADO NO MIDIASEMMASCARA.ORG
Cristian Derosa é jornalista e reside em Florianópolis.






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