POR CLAUDIO VIEIRA
Rio - Quem mais deveria ser protegido pela família e sofre situações tão distintas quanto solidão e abuso sexual ganhou voz em programa gratuito de teleatendimento desenvolvido pelo Instituto Noos, em Botafogo. Idealizado pelo psicólogo Carlos Eduardo Zuma, 50 anos, um dos criadores da ONG, o 1, 2, 3 Alô (0800-0 123 123) é instrumento de auxílio para crianças e adolescentes, que fizeram 35 mil chamados nos últimos três anos.
Pela atuação em defesa dessa parcela da população, Zuma recebeu de O DIA a 50ª medalha Orgulho do Rio.
Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia
Uma das beneficiadas pelo 1, 2, 3 Alô, em que menores ligam para falar de problemas pessoais, B., 11 anos, telefonou pedindo para um dos conselheiros convencer seus pais, profissionais bem-sucedidos, a comprar-lhe um papagaio. “Só assim vou ter alguém com quem conversar”, diz a menina do outro lado da linha, expondo problema que cada vez mais preocupa: a solidão entre crianças.
Zuma observa que a maioria dos problemas tem origem no mau relacionamento entre as pessoas em casa. Por isso, não se pode apenas cuidar da vítima de um lado, e do agressor, do outro. Toda a família tem que passar por terapia.
Com esta filosofia, ele e equipe desenvolveram programas como a Campanha do Laço Branco, que protege mulheres vítimas de agressões de companheiros, e o Não Bata, Eduque, que coíbe a violência contra crianças.
Violência muito além da agressão física
Zuma vê com otimismo a maior visibilidade dos casos de violência: “O que era trancado entre quatro paredes foi sendo revelado nesse reality show da nossa sociedade. Os casos não estão aumentando, estão chegando ao nosso conhecimento”.
As violências mais comuns são a agressão física, tortura psicológica e abuso sexual. Mas atitudes aparentemente inofensivas podem ser altamente destrutivas, como o hábito de dizer que a criança não sabe fazer nada e nunca conseguirá ser alguém na vida. “Conheço profissionais realizados que, até hoje, se sentem inseguros diante de situações banais. E revelam que carregam isso desde a infância”, diz.
Solidão: problema cada vez mais enfrentado por crianças
Crianças e adolescentes vidrados no computador. Uma realidade contemporânea inevitável, certo? Não, se isso significar solidão, isolamento, falta de diálogo com os pais e falta de tempo para brincar.
“Nossas crianças estão ficando cada vez mais solitárias”, diz Zuma. Para ele, pais devem conversar bastante com os filhos, acompanhando o que fazem e com quem se relacionam na Internet para que o uso da ferramenta de comunicação seja racional.
“Não se pode considerar normal que um jovem permaneça o dia inteiro conectado aos aparelhos. Alguma coisa está acontecendo”, alerta o psicólogo.
Criador do Instituto Noos recebe medalha Orgulho do Rio
junho 03, 2012
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