Secretaria de Segurança tenta prender 60 policiais acusados de cobrar propina de comerciantes, camelôs e mototaxistas


Um agente da Corregedoria da PM no batalhão de Bangu
Um agente da Corregedoria da PM no batalhão de Bangu Foto: Fernando Quevedo / O Globo
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Agentes da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Segurança do Rio, da Corregedoria da Polícia Militar e do Ministério Público fazem uma operação, nesta terça-feira, para prender 60 policiais - 53 militares e sete civis - acusados de cobrar propinas de comerciantes e camelôs que atuam em feiras livres nas zonas Norte e Oeste do Rio. Outros 18 integrantes do bando também estão sendo procurados. Os agentes tentam ainda cumprir 78 mandados de busca e apreensão. A ação foi batizada de Operação Combate.
A investigação sobre o bando começou há seis meses e constatou o envolvimento de policiais civis e militares na cobrança de propina de comerciantes e camelôs que trabalham em feiras de Bangu, na Zona Oeste, e Honório Gurgel, na Zona Norte. Os agentes são lotados no 14º BPM (Bangu), na 34ª DP (Bangu) e na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM). As vítimas da extorsão eram comerciantes de mercadorias ilegais - pirateadas ou produtos de roubo - e os que não legalizados pela Prefeitura do Rio.
Quem comercializava mercadorias piratas pagava um valor mais alto para trabalhar livremente: R$ 70 semanais, divididos em duas parcelas de R$ 35 cobradas todas as quartas e quintas-feiras. Já dos vendedores de mercadorias lícitas era cobrada a quantia de R$ 5, sempre às sextas e sábados. Além disso, o bando apreeendia mercadorias de forma irregular e as revendiam a outros feirantes. Segundo as investigações, os acusados ameaçavam as vítimas com armas e atuavam de forma organizada, com funções determinadas e escala hierárquica.
Dois carros da Polícia Militar eram usados para recolher o dinheiro da propina. A coleta era feita por um homem, que se passava por policial civil, e policiais militares. O grupo repartia o dinheiro. A Secretaria de Segurança conseguiu flagrar a movimentação do bando. Durante a investigação, os agentes descobriram ainda que os policiais recebiam dinheiro também de mototaxistas que, sem habilitação, transportavam passageiros. Eles também faziam transporte de drogas e não eram parados graças ao pagamento da propina.
A Secretaria de Segurança informou que já foram instaurados procedimentos nas polícias Civil e Militar para investigar os agentes. Segundo o órgão, desde 2008 mais de 1400 policiais civis e militares foram excluídos de suas corporações.


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