Polícia Civil desencadeia operação combate a pedofilia

Um professor e um produtor de eventos culturais já estavam na mira dos investigadores há pelo menos quatro meses
 
 GALERIA DE FOTOS
 
Agentes do Núcleo de Operações e Inteligência (NOI), com o apoio de policiais da Delegacia Especializada no Combate a Crimes Contra a Fazenda Pública (DEFAZ), chefiada pelo delegado Leandro Vieira Leite, da Equipe Captura e do setor de informática da Delegacia Geral de Polícia Civil (DGPC), desencadearam na manhã de ontem (28) uma ação que visou combater o crime de pedofilia no estado do Amapá.
No total, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos bairros Central de Macapá, Nova Esperança, Pacoval, Trem, Pantanal e Marabaixo, em residências de suspeitos de envolvimento com o crime.
Duas pessoas que estavam com a prisão preventiva decretada pela Justiça foram presas. O professor do município Lourival da Costa Furtado e o promotor de eventos culturais Erlier Jadson Silva Santos, foram conduzidos para a sede da DGPC.
Em depoimento, eles negaram que mantinham relações com crianças e adolescentes. No entanto, materiais apreendidos pela polícia nos imóveis dos suspeitos, como computadores, not books, pen drives, aparelhos de telefones celulares, CDs e DVDs, que continham imagens pornográficas de menores, e outros apetrechos adquiridos em sexy shop, servirá como prova do crime de pedofilia cometido pelos dois.
O professor e o produtor de eventos foram indiciados pelos crimes de estupro de vulnerável e aliciamento de menores. Assim que foram encerradas as oitivas e os demais procedimentos de praxe, Erlier Santos e Lourival Furtado foram levados para a Polícia Técnico-Científica (Politec), onde foram submetidos a exames de corpo de delito, e depois encaminhados para o Instituto de Administração Penitenciário (Iapen), onde deverão ficar reclusos até uma segunda ordem judicial.
Conforme declarações da autoridade policial, o inquérito será concluído após investigações que irão apurar a participação de mais cinco pessoas nos crimes. “Essas pessoas também estavam com mandados de busca e apreensão para suas residências. Nós cumprimos todos no dia de hoje. Apreendemos matérias e mandaremos para a perícia. Todos vão ser intimados a vir depor e futuramente poderão ser indiciadas e até mesmo presas”, contou Leandro Totino, delegado titular do NOI.

Como acontecia o aliciamento que resultava no estupro
De acordo com Totino, as vítimas eram meninos com idades entre 12 e 16 anos. Os alvos eram escolhidos pelos pedófilos, na maioria das vezes, na orla da cidade de Macapá, mas precisamente no Parque do Forte, onde há diariamente uma grande concentração desse público.
As crianças e adolescentes eram atraídos com quantia em dinheiro, que segundo o delegado variava de R$ 20 a R$ 100, recargas de telefones celulares e até mesmo promessas de empregos.
Os atos sexuais eram praticados normalmente quando os menores deveriam estar em sala de aula. Eles eram levados para motéis da capital amapaense. “Em alguns telefones apreendidos é possível identificar imagens dessas crianças e adolescentes tiradas no interior desses estabelecimentos”, revelou a autoridade.
Origem das investigações
Até o momento nove vítimas registraram ocorrência na delegacia. Segundo o titular do NOI, as investigações iniciaram há cerca de quatro meses, após denúncias feitas pelo genitor de uma delas. “Esse pai começou a perceber que o filho chegava em casa sempre com dinheiro. Comprava coisas que ele não podia comprar. Começou a ter faltas constantes na escola” contou Totino.
A polícia agora investiga se os envolvidos têm ligação uns com os outros.
Por