MP pede investigação sobre tortura que teriam sofridos menores acusados da morte de policial


Marinho Mendes escutou o depoimento dos dois adolescentes na Promotoria da Infância e da Juventude de Bayeux
Marinho Mendes
 promotor da Infância e Juventude de Bayeux, Marinho Mendes, solicitou da Secretaria de Segurança Pública do Estado a apuração imediata das denúncias de tortura que teriam sofrido dois adolescentes apreendidos sob acusação de participarem do assassinato do policial civil Sérgio Azevedo. Entre as torturas, segundo os pais desses adolescentes, dentro do próprio Juizado da Infância e da Juventude de João Pessoa, um policial civil obrigou a ambos lamber a sola do seu sapato. 

Marinho Mendes escutou o depoimento dos dois adolescentes na Promotoria da Infância e da Juventude de Bayeux. A ambos são atribuídos o ato infracional de ter concorrido para a morte do policial Sérgio Azevedo. Os dois relataram que foram espancados por um delegado dentro da Central de Polícia com tapas na cara e socos na barriga.

Os menores dizem quando chegaram ao Centro Educacional do Adolescentes (CEA), foram espancados por monitores. Eles teriam denunciado os nomes dos monitores e o promotor resolveu não revela-los, para não atrapalhar as investigações. 

Na terça-feira passada, contaram os acusados de participação no assassinato de Sérgio Azevedo,  mais de 15 monitores lhes espancaram. Um dos adolescentes, segundo o promotor de Justiça, ainda tinha marcas de espancamento. Eles afirmaram que foram jurados de morte. "Um dos monitores (terceirizados) indagou se os pais já haviam comprado os caixões", disse Marinho Mendes. 

Além do inquérito solicitado ao secretário de Segurança Pública, Cláudio Lima, foi requisitada apuração das denúncias à direção da Fundac; a submissão imediata dos menores a exames de corpo de delito; e garantias de proteção aos menores.