A prefeitura justifica que o terreno disponibilizado para a construção da UPA é impróprio, uma vez que é pantanoso. Segundo informações do secretário municipal de saúde, Kamil Fares, um lençol freático passa embaixo do terreno.
“Naquele local não conseguimos parar de drenar água. Já gastamos 20% do valor da obra ali. Esse recurso seria para gastar com aditivos. O buraco já está quatro metros abaixo da rua e não para de sair água”.
Kamil explica que engenheiros avaliaram que para manter a UPA naquele terreno, a estrutura deveria ser construída com pilares. No entanto, o secretário afirma não haver recursos para isso, pois o orçamento já estaria comprometido. Dessa forma, a prefeitura estuda mudar a UPA para uma área na Avenida das Torres, que seria de fácil acesso ou ainda, desistir do empreendimento.
“A ideia do prefeito é remanejar ou desistir. A UPA foi idealizada para atender a 250 mil pessoas e não a um bairro. Não pode ser minha UPA, mas sim de muita gente. Não é para ficar dentro de um bairro”, observou Kamil Fares.
No entanto, os vereadores defendem a permanência da UPA no bairro Pascoal Ramos, em virtude de um laudo do Conselho Regional de Engenharia, Agronomia de Mato Grosso (CREA-MT) que atesta a boa condição da área escolhida para a construção da unidade de saúde.
“Como imaginávamos, o local não é pantanoso como o prefeito alega. O terreno é sim adequado para a construção e nós vamos lutar para que a UPA não saia de lá”, enfatizou Ricardo Saad.
O presidente da Comissão de Saúde acredita que outros interesses estariam por trás da transferência da UPA e lembrou o bairro Pascoal Ramos parece estar sendo perseguido, uma vez que a policlínica daquela região seria fechada pela prefeitura por falta de médicos. Para não perder a unidade de saúde, a população se mobilizou e conseguiu evitar o fechamento.
“A população também se mobilizou como agora e foi em busca de profissionais. Eu não sei o que acontece com aquele lugar que parece estar sendo perseguido. Não sei que interesse há por trás disso tudo”.
Ricardo Saad teme que por conta desta história toda, Cuiabá acabe perdendo o recurso e ficando sem a UPA. “Quando veio a verba para construir aqueles PSFs , não foi feito nada, perdeu-se o prazo e acabamos ficando sem o dinheiro. Então, para que mudar de lá se o recurso já está garantido, já se tem projeto e já foi gasto dinheiro lá”.
Além de Ricardo Saad, os vereadores Arilson da Silva (PT) e Maurélio Ribeiro (PSDB) também se posicionam contrários à mudança.
“Não há justificativa plausível para troca de local. Os moradores não podem ficar desamparados por capricho da Prefeitura. Se mudarem o terreno, o risco de perder uma das UPAs é eminente”, disparou Maurélio Ribeiro
“É um absurdo a população da região ser penalizada, porque a Prefeitura resolveu mudar o local da construção. Já está tudo pronto para a construção e a Câmara de Vereadores não vai medir forças para que os moradores da região do Pascoal Ramos tenham a sua Unidade de Pronto Atendimento. O local já estava acertado, está aterrado e pronto para receber o prédio. Essa unidade desafogará o Pronto Socorro e será mais uma alternativa para as pessoas da região, inclusive, àquelas que vivem na zona rural”, destacou o vereador Arilson da Silva.
Portaria
A construção da UPA Pascoal Ramos está orçada em R$ 3.702.177,48. De acordo com a Portaria 342, do governo federal, de 4 de março de 2013, caso a unidade não seja construída, a verba corre o risco de ser devolvida com acréscimo de multa ao governo federal.
Ainda conforme o documento, depois de escolhido o local de construção, não poderá haver alterações. Dessa forma, caso a UPA não seja construída no Pascoal Ramos, Cuiabá perderá uma unidade de saúde.
Investigação
O Ministério Público instaurou inquérito para investigar a possível mudança do local de construção da UPA. O promotor Alexandre Guedes está responsável pelo caso. A investigação foi aberta após mobilização de lideranças comunitárias e vereadores.
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