- Ele foi ouvido no Fórum de Caxias no processo em que responde por homicídio culposo
- Acidente ocorreu no dia 17 de março do ano passado
RIO - O empresário Thor Batista, que responde a processo por homicídio culposo por ter atropelado um ciclista, disse em depoimento à juíza Daniela Barbosa Assumpção, da 2ª Vara Criminal, no Fórum de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que "o acidente foi inevitável". A informação foi passada pelo advogado Celso Vilardi ao site G1. Segundo Vilardi, Thor confirmou o depoimento que deu na delegacia na época do acidente. Na ocasião, ele havia dito que trafegava dentro da velocidade permitida (110 km/h), que estava muito escuro no local e que se deparou com o ciclista no meio da pista.
Thor afirmou ainda à juíza que deu R$ 300 mil à família do ciclista. Ele disse que prestou auxílio financeiro à vítima, e acrescentou que tem recibos e documentos que comprovam o acordo. O Ministério Público agora tem cinco dias para compor o documento e a defesa também tem cinco dias. A sentença deve sair até julho.
Thor chegou ao fórum por volta das 12h45m, acompanhado da mãe, Luma de Oliveira, e deixou o local às 14h30m.
No dia 12 do mês passado, Thor faltou ao interrogatório alegando que estava doente. Com isso, a juíza havia determinado um prazo de 48 horas para que a defesa do empresário explicasse os motivos para a falta do jovem. Raphael Mattos e Ary Bergher, advogados do empresário, argumentaram que o interrogatório não aconteceria naquele dia por conta da requisição da nova perícia.
Na ocasião, a juíza Daniela Barbosa também negou o pedido do advogado de Thor, Celso Villardi, de nulidade da ação. Ele alegava que a denúncia do Ministério Público foi feita baseada no laudo do perito criminal Hélio Martins Junior, que garantia que Thor dirigia a pelo menos 135 km/h no momento do atropelamento. O laudo foi descartado por desembargadores, que votaram a favor da defesa, justificando que o documento violava a imparcialidade, já que o perito havia tido, por mais de uma vez, contato direto com o MP.
A magistrada explicou em sua decisão que o MP levou em conta outras informações além do laudo, como os depoimentos das testemunhas, a distância para onde o corpo da vítima foi arremessado e a ocorrência registrada pela Polícia Rodoviária Federal. Esses itens também fundamentaram a denúncia da Promotoria.
No mesmo despacho no dia 12 de março, Daniela Barbosa aceitou o pedido do MP para realizar uma nova perícia do caso. A magistrada deu um prazo de cinco dias para as partes se manifestarem e determinou que o documento ficasse pronto antes do interrogatório desta quinta-feira.
A decisão de afastar o perito Hélio Martins Júnior foi tomada pela juíza Daniela Barbosa no fim do mês passado. Segundo ela, a aproximação dele com o MP poderia "suscitar dúvidas sobre a sua atuação como auxiliar da Justiça neste processo”. Daniela Barbosa alegou ainda que essa relação “constitui ofensa aos princípios da igualdade processual, do contraditório e da ampla defesa e ao devido processo legal constitucional”.
O laudo de Helio Martins Júnior era uma das principais peças do processo contra Thor Batista. Com a decisão, se for solicitada a realização de outro laudo pericial, o trabalho terá que ser feito por outro perito. O juízo de Caxias também poderá decidir com base apenas nas provas testemunhais.
Em 17 de março de 2012, o filho de Eike voltava de Petrópolis com um amigo quando a Mercedes-Benz SLR McLaren prata, placa EIK-0063, ano 2006, que ele dirigia atingiu o ajudante de caminhão Wanderson Pereira dos Santos, de 30 anos, que atravessava de bicicleta a pista sentido Rio da Washington Luís (BR-040).
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