Familiares de vítimas do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), farão uma vigília de ao menos 241 dias na cidade para que a tragédia não seja esquecida. O período da vigília foi escolhido em alusão ao número de pessoas que morreram no incêndio, ocorrido na madrugada do dia 27 de domingo.
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A ação começou por volta das 8h desta terça-feira: com duas mesinhas e três cadeiras, começou a ser feita uma vigília na praça Saldanha Marinho, a principal da cidade, no centro. A intenção é fazer com que o incêndio na casa noturna não seja esquecido. Diariamente, uma família estará representada no local.
Faça chuva ou faça sol, estaremos aqui. Queremos chamar a atenção das autoridades, do poder público e da população em geral, para que a tragédia não seja esquecida, para que nossos sentimentos e nossas tristezas não passem em branco
Adherbal Ferreirapresidente da Associação dos Familiares e Sobreviventes da Tragédia em Santa Maria
O primeiro a participar da vigília é o presidente da Associação dos Familiares e Sobreviventes da Tragédia em Santa Maria, Adherbal Ferreira. Ele vai ficar até por volta das 18h no local, com direito a um intervalo ao meio-dia, quando irá ao Ministério Público (MP) para se reunir com os promotores do caso da tragédia. Ferreira também vai acompanhar a entrevista coletiva dos representantes do MP no início da tarde, onde eles explicarão a análise que fizeram do inquérito da Polícia Civil e apresentarão a denúncia que será entregue à Justiça nesta terça.
"Faça chuva ou faça sol, estaremos aqui. Queremos chamar a atenção das autoridades, do poder público e da população em geral, para que a tragédia não seja esquecida, para que nossos sentimentos e nossas tristezas não passem em branco", disse ele.
Nas primeiras horas de vigília, várias pessoas já passaram para conversar com o presidente da associação, que ficou nas mesas instaladas ao lado do Banrisul, na praça, sob a proteção de uma marquise. A intenção é que, ainda nesta terça, seja instalada uma barraca em frente ao banco, que servirá de abrigo para os demais dias de vigília.
A secretária de Assistência Social, Cidadania e Direitos Humanos de Santa Maria, Ione Pinheiro de Lemos, foi uma das primeiras pessoas a parar no posto da associação. Ela ajudou a providenciar garrafas de água e salgadinhos para quem for ficar na vigília.
A comerciária Lívia Neusa Santos Oliveira também parou na vigília para combinar o dia em que ficará na praça. Ela é mãe de Heitor Santos Oliveira Teixeira, 24 anos, que morreu na tragédia. "A dor de um pai e de uma mãe que perderam o filho não vai passar. Temos que ficar aqui para lembrar que 241 jovens tiveram suas vidas ceifadas", afirmou Lívia, que se programou para ficar na vigília na próxima sexta-feira.
Outro que passou pela praça Saldanha Marinho para agendar sua participação na vigília foi o garçom Nei Carvalho Lopes, pai de Pamela Lopes, 19 anos. Ele vai fazer a vigília no último sábado de abril. "É importante essa atitude para que as famílias se unam", opinou Lopes.
O autor da ideia que originou a vigília também foi à praça para dar um abraço no presidente da associação. Gilberto Antolini, pai de Shaiana Antolini, que morreu na Kiss aos 22 anos, lançou a proposta durante um ato na praça Saldanha Marinho, no dia 27 de março, quando a tragédia completava dois meses. "A gente tem uma dor em comum, que foi perder nossos filhos, e não se conhece. Por isso, nada melhor do que promover esse encontro em praça pública. Não foi só os nossos filhos que nos tiraram. Arrancaram de nós também a nossa alegria”, ressaltou Antolini.
Nesta quarta-feira, das 8h30 às 18h30, familiares de outra vítima da tragédia assumirão a vigília. Ela ocorrerá sempre de segunda-feira a sábado. No último dia de cada semana, mais pessoas se reunirão na praça e farão, além da vigília, uma caminhada pelo calçadão de Santa Maria.
Sobreviventes da tragédia também foram convidados a participar com suas famílias. A intenção é que a vigília dure, no mínimo, 241 dias, em alusão ao número de pessoas que morreram na tragédia.
Para 27 de abril, quando a tragédia completa três meses, integrantes da associação estão se programando para fazer a vigília começar durante a madrugada. Às 8h desse dia, será realizado na praça Saldanha Marinho o já tradicional "minuto de barulho", quando sinos de igrejas, buzinas de veículos e palmas lembrarão as vítimas da tragédia.
Incêndio na Boate Kiss






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